UNI7 NO CENTRO: Alunos de Ensino Médio têm aula no São João Batista
Estudantes conheceram túmulos, sepulturas e mausoléus de personalidades que fizeram a história e que passam a incrementar o turismo
O colégio Queiroz de Belém, do Conjunto Esperança, proporcionou aos alunos das turmas de ensino médio a experiência de conhecer o Cemitério São João Batista. No último sábado, 14, em aula de campo orientada e guiada pelo professor Bruno de Lima Aragão, de Geografia, os estudantes puderam entender o processo de transformação urbana de Fortaleza, e o valor histórico, cultural e religioso. E como o cemitério pode agregar valor turístico à história da cidade.
Os estudantes, sob a condução do professor, percorreram a passarela central do cemitério para admirar esculturas, túmulos, jazigos e mausoléus. Tiveram a oportunidade de visitar sepulturas de personagens ilustres do mundo da política, da economia e das artes. A cada parada, eles recebiam informações históricas das pessoas importantes que ali estão sepultadas.
Com 460m² para exploração do ambiente, os 39 estudantes puderam compreender a logística do São João Batista. Mais próximo da avenida principal, que começa atrás da capela e termina no portão da Av. Filomeno Gomes, é onde se encontram túmulos e jazidos de personalidades importantes na capital cearense. “Nota-se que, na medida em que os túmulos vão se distanciando dessa passarela principal, a qualidade dos jazigos irá decaindo em beleza e arte. Quanto mais afastado da rua principal, mais pobre é a pessoa enterrada”, ressaltou Aragão.
Acompanhando a equipe do Colégio Queiroz de Belém estava o professor Daviney Sales de Freitas Junior, 31, mestrando em Geografia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Ele lembrou que, no âmbito da morte, também existe desigualdade social “Pela grandeza dos mausoléus se percebe que pertencem a famílias bastadas, ou seja, ricas do século XIX e XX. No São João Batista estão enterradas grandes personalidades do Estado”, comentou Daviney Sales.
A pré-universitária Daiane Cassiano Linhares, 16, confessou que ficou mais entusiasmada com a ida ao cemitério por poder descobrir novas histórias e novas experiências. “O cemitério é um lugar famoso. Quando soube que a trilha seria para aqui, despertou minha curiosidade”, disse a jovem. “Queremos que aconteça aqui em Fortaleza, o que ocorre em outros países. Que os alunos valorizem a história presente nos cemitérios”, finalizou Aragão.
TEXTO: Cleisla Falcão (3º semestre –Jornalismo/UNI7)
FOTOS: Matheus Abrahão