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Semana da Arquitetura e Urbanismo recebe autor do projeto arquitetônico da Fa7

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Nasser Hissa fala sobre mercado de trabalho e atitudes que o profissional deve tomar na criação de projetos

O bom filho à casa torna. Ou, em outros casos, o bom pai. A comprovação deste ditado popular ocorreu durante o evento inaugural da Semana da Arquitetura e Urbanismo da Faculdade 7 de Setembro (Fa7), realizado na Galeria de Arte Vicente Leite, na noite de segunda-feira, 30.

Organizada pela coordenação do curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição, a palestra de abertura da Semana recebeu Nasser Hissa, renomado arquiteto cearense que projetou o prédio da Fa7 há 12 anos e, recentemente, participou de seu projeto de extensão.

Defensor do “livre arbítrio” do arquiteto, Hissa apresentou ao público as principais atitudes que o profissional deve tomar ao se deparar com a criação de um projeto arquitetônico. “Quando analiso as necessidades, a interpretação é fundamental”, disse o arquiteto, ao explicar que os espaços devem ser estudados de acordo com as necessidades do cliente e, principalmente, de acordo com o conhecimento do profissional.

Nasser Hissa, arquiteto que projetou o prédio da Fa7, fala sobre mercado de trabalho e elaboração de projetos. (Foto: Lua Alencar)

Nasser Hissa, arquiteto que projetou o prédio da Fa7, fala sobre mercado de trabalho e elaboração de projetos. (Foto: Lua Alencar)

Hissa deixou claro, no entanto, que o juízo de valor dado pelo arquiteto durante a projeção de um espaço encomendado não deve passar por cima dos interesses do cliente: “A escolha que eu faço nunca deve ser uma verdade absoluta”, ressaltou o profissional.

Questionado pelos estudantes sobre a relação entre arquiteto e engenheiro – dois profissionais distintos, mas que trabalham lado a lado na construção de espaços – Nasser Hissa tem opinião equilibrada. “Existem atividades, como, por exemplo, coordenação de projetos, que os profissionais da arquitetura desenvolvem melhor que engenheiros” pontuou Hissa, sem deixar de lembrar as particularidades de cada profissão.

Outra relação debatida foi entre arquiteto e cliente. De acordo com Nasser Hissa, esse vínculo tem sido bastante desgastado ao longo dos anos. Antes, segundo ele, quem validava o trabalho do arquiteto era o cliente. Com o passar tempo, essa validação passou para as mãos do construtor ou engenheiro contratado pelo cliente para executar o projeto. Hoje, quem aprova ou não o trabalho do arquiteto é o responsável pela comercialização.

Além de preocupar-se com questões comerciais, o profissional da arquitetura também deve levar em consideração o contexto sociocultural a que está submetido o cliente. Espaços domiciliares como salas de jantar e quartos, por exemplo, que costumavam ser muito grandes devido ao tamanho da família brasileira, hoje é consideravelmente menor. “Existem famílias de três pessoas, de duas, de uma” evidenciou Hissa.

A estudante de Arquitetura, Mariana Pinheiro, diz que, mesmo antes de ingressar no curso, já era apaixonada pela profissão, e considerou a palestra fundamental para acrescentar conhecimentos à sua bagagem profissional: “Quando entramos (no curso), pensamos muito em (arquitetura de) interiores. Poucas vezes, pensamos em edificações e urbanismo”, explica a estudante. E ressalta o aspecto social que, para ela, dá o diferencial no curso: “É muito bom poder melhorar a cidade em que você vive”.

O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Fa7, Tiago Souza, esclarece que o objetivo da Semana é mostrar, exatamente, que foi percebido por Mariana Pinheiro: as ramificações da atividade do profissional da arquitetura. “O objetivo é levar o aluno a entender as atribuições do arquiteto numa cidade. Para isso, vamos trazer vários profissionais distribuídos em várias escalas de trabalho, como urbanismo, edificações e interiores”, destaca o coordenador.

“Esse prédio nos dá orgulho” diz Hissa

Um dos pontos mais debatidos durante a palestra e, talvez, a maior curiosidade dos estudantes presentes no evento, foi a criação do projeto arquitetônico do prédio da Fa7. Nasser Hissa participou ativamente da construção da faculdade. “Esse prédio nos dá orgulho. Não pelo mérito da solução (encontrada para o espaço), mas por questões de afinidade”, disse o arquiteto, que afirmou ter tido bastante apoio dos fundadores da instituição durante o trabalho.

No decorrer da conversa com os alunos, Hissa revelou curiosidades sobre a criação do projeto inicial da faculdade: “Tivemos que trabalhar com uma limitação muito grande de terreno”, pontuou. Além disso, existia a necessidade de construir o espaço em uma localidade distante do colégio homônimo, para que fosse possível a construção de uma identidade diferenciada para a faculdade.

Ainda, questionado pela construção de apenas um elevador em todo o espaço da Fa7, Hissa esclareceu: “Poderiam ser dois”.

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