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SEMACOM: Nova edição do ‘Elas falam’ destaca influência da desinformação

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Uni7 Informa

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Três jornalistas debatem o tema, no tempo em que há tanta informação, ao mesmo em que a sociedade nunca esteve tão mal informada

Debater e apontar caminhos para os impactos da informação falsa em diferentes âmbitos da sociedade e como a forma de consumir e disseminar informação mudou ao longo do tempo. Estas foram algumas das propostas colocadas por três especialistas no primeiro dia da Semana de Comunicação 2019, do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7), segunda-feira, 4, na sala 508. A temática foi inserida na proposta do projeto “Elas falam”, que tem como enfoque dar voz e espaço às mulheres da área da comunicação.

Teve como convidadas a jornalista Cristiane Parente, ativista nacional da Educomunicação e dos Direitos da Criança e do Adolescente, doutora em Ciências da Comunicação pelo Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS) do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho (Braga/Portugal); a jornalista Eulália Camurça, professora da UNI7, editora de Telejornalismo do Sistema Verdes Mares, e doutoranda em Direito Constitucional pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (PPGD/UFC), e a jornalista Monyse Ravenna, editora chefe do jornal “Brasil de Fato”, doutoranda em História Social e Mestre em História Social pelo Programa de Pós Graduação em História Social da Universidade Federal do Ceará (UFC).

A professora Eulália Camurça fez um breve relato do contexto de notícias falsas com o mito da caverna de Platão, que está diretamente relacionado com o mal vivido na era digital, em que se predomina o senso comum em apenas reproduzir o que se vê, sem fazer a devida checagem. “O cenário das informações falsas tem uma divulgação ampla na internet, com a possibilidade do anonimato. Em vista disso, os caminhos para combater estão no jornalismo de qualidade com o fortalecimento da educação digital”, afirma Eulália.

“Existem desde a ideia da natureza humana”, é o que diz Eulália sobre o surgimento da propagação de informações falsas

Já Monyse Ravenna reforçou a importância do jornalista no processo de amenizar o cenário de informações falsas e seus impactos. “Não podemos abrir mão da responsabilidade do jornalista em checar as apurações feitas com responsabilidade. Nisso tudo vejo uma acomodação por parte de alguns jornalistas em diminuir a qualidade de apuração. Toda desconfiança é importante”, finaliza Monyse.

“A luta contra a censura é uma das soluções mais importantes”, afirma Monyse

Com a facilidade no acesso e na divulgação das notícias, como é o caso da internet com as redes sociais, quase todo mundo hoje em dia pode se informar como e onde quiser, além de poder opinar por meio dos comentários. Foi o alerta de Cristiane Parente, que apresentou uma pesquisa realizada pela startup de segurança Psafe, em que 96% das informações falsas no Brasil são propagadas por meio do compartilhamento de mensagens no WhatsApp, o que só fortalece a onda das Fake News.

Para a jornalista Cristiane Parente, a questão das “Fake News só mostra o quanto a sociedade está mal educada política, econômica e midiaticamente. É quase impossível se deparar com dados como este e não relembrar do impacto que tiveram nas eleições presidenciais do Brasil em 2018”.

“Não existe democracia na informação sem uma imprensa livre e sem notícias de qualidade”, ressaltou Cristiane Parente

A jornalista também citou uma pesquisa feita pelo jornal britânico The Guardian, durante o período da eleição que constatou que 42% das mensagens compartilhadas por apoiadores do candidato eleito Jair Bolsonaro eram falsas e favoreceram diretamente na sua eleição. Do outro lado, apenas 3% das mensagens compartilhadas pela oposição eram notícias mentirosas.

Texto: Nadine Maria (3° Semestre – Jornalismo/UNI7)

Fotos: Cadu Franco (4° Semestre – Jornalismo/UNI7)

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