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PROJETO SOCIAL: Jornal comunitário busca mudar o estereótipo do bairro

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Uni7 Informa

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Folha Curió é distribuída gratuitamente para os moradores e participa de uma mudança de imagem da comunidade, que ainda é vista como violenta e perigosa

“Criar uma nova imagem para o bairro”. Este é o objetivo do jornal comunitário Folha Curió, segundo o idealizador do projeto, Daniel França. Ele, que em 2018 era estudante de jornalismo, contou com o apoio de alguns amigos para tornar sua ideia em realidade. O Curió fica localizado ao lado do bairro Lagoa Redonda, sendo os dois separados pela avenida Professor José Arthur de Carvalho.

Daniel lembra que a motivação inicial de publicar um jornal era de “mostrar o meu trabalho”, mas que a sua intenção mudou logo após a publicação da primeira edição do impresso, que aconteceu em setembro de 2018. “Passei a pensar no que os moradores querem ler”, diz o jornalista.

A criação de um portfólio deixou de ser o motivo e passou a ser uma consequência de um projeto social que visa a trazer aos moradores um sentimento de pertencimento do bairro em que moram. Para isso, a equipe do jornal, que hoje conta com dez pessoas, vive o cotidiano do bairro em busca de assuntos que demonstrem a essência da comunidade.

“Fazer com que os moradores se sintam protagonistas na história do bairro e comecem a se orgulhar disso” – Daniel França

A terceira edição, lançada em novembro de 2018, foi marcante para a equipe, em especial para Daniel. “Foi quando a gente começou a somar forças para poder criar o jornal, para o jornal poder ser o que é hoje”, fala o jornalista. Essa edição trouxe na capa uma lembrança à “Chacina do Curió” que completava, à época, três anos. Além do jornal em si, o lançamento da edição teve ainda um evento que contou com a presença de mães de algumas das vítimas da chacina.

Chamada de “11”, a terceira edição faz memória à chacina do dia 11/11/2015

O universitário Jeferson de Castro Silva, morador do Curió, reconhece a importância do jornal para o bairro. “É uma maneira de manter a população informada sobre o cotidiano, para além do boca a boca rotineiro”, e ressalta que alguns dos membros da equipe do jornal são universitários. “É a universidade dentro da comunidade, e isso é maravilhoso”. Jeferson fala ainda como conheceu a Folha Curió. “Conheci por intermédio de amigos que estão trabalhando ativamente no periódico, além da forte divulgação nas redes sociais, centros de convivência e eventos, como a Bienal do Livro”.

A Folha Curió tem chamado bastante atenção dos moradores. “O fato de ser algo novo no bairro atrai atenção, e isso é bastante curioso”, diz Jeferson. O universitário também recorda que o projeto do jornal comunitário nasceu dentro da biblioteca comunitária Livro Livre Curió. “É esse pessoal [da Folha Curió] que teve toda a iniciativa de montar uma biblioteca comunitária, que hoje está presente nas redes sociais e tudo”.

“É a universidade dentro da comunidade, e isso é maravilhoso” – Jeferson de Castro Silva

Tanto o jornal quanto a biblioteca têm participação na criação da nova imagem do bairro, e, segundo Daniel, podem “fazer com que os moradores se sintam protagonistas na história do bairro e comecem a se orgulhar disso”.

A biblioteca comunitária empresta livros sem aluguel nem data de devolução

O projeto também teve reflexos além dos limites do bairro. “Desde que o jornal foi criado, já vieram várias pessoas conversar sobre a ideia para criar um jornal comunitário em outro bairro”, diz Daniel. O Curió que era visto como “violento e perigoso”, segundo Daniel, vem se transformando no “bairro da biblioteca e do jornal”.

Serviço:

Biblioteca Comunitária Livro Livre Curió

Rua Leonice Águiar, 330 – Lagoa Redonda, Fortaleza

https://folhacurio.wordpress.com/

facebook.com/folhacurio

(85) 9 8505 6990 – Daniel França

Texto: Herialdo Rocha Lima (3º Semestre – Jornalismo/UNI7)

Fotos: Igor de Melo – Revista VÓS

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