PROGRESSO: Alunos dão continuidade a projeto vencedor do Lamparina
Eliane Brum, jornalista que escreveu o livro A Vida Que Ninguém Vê, onde ela dá voz às pessoas que normalmente ninguém parava para ouvir, serviu de base e inspiração para a ideia de estudantes de Publicidade
O Prêmio Lamparina anunciou, em sua primeira edição, no dia 8 de novembro, quatro trabalhos vitoriosos, dois de cada curso, Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). Representando a Publicidade e Propaganda, o projeto Histórias da Praça do Ferreira, por Ana Menires, Eduardo Veloso e Milena Alves, ganhou o primeiro lugar. Mas, engana-se quem pensa que foi um simples projeto.
Para 2020, o trio pretende continuar. Eles querem voltar à Praça do Ferreira e ouvir histórias, porque este é o propósito do projeto. “E se de alguma forma nós, como alunos, conseguirmos ajudar as pessoas que estão nessa situação, vai ser ótimo”, ressaltam.
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Tudo teve início em 2019.1, quando Menires teve a experiência de participar de um momento na faculdade, onde reuniu alguns poemas, organizou e publicou. Por conta disso, o objetivo deste segundo projeto foi usar a ideia inicial, e de alguma forma dar voz e fazer as pessoas lerem aquilo que alguém sentia.
O Histórias da Praça do Ferreira foi desenvolvido para a disciplina Projeto Integrado em Mídia Impressa, ministrada pelo professor Thyago Cabral. A princípio, a intenção era tirar do papel algo que fosse um projeto pessoal, e que pudesse se estender para além dos muros da UNI7.
A ideia inicial foi da Menires, mas toda a roupagem foi desenvolvida também por Milena Alves e Eduardo Veloso. O processo de produção passou por muitas etapas, sempre com a coordenação do Thyagão – como o professor é chamado. “Inicialmente, estávamos pretendendo ouvir 10 moradores de ruas, mas como o tempo para a Verificação Parcial 2 (VP2) era curto, não iria dar tempo. A gente não sabia bem como fazer”, destaca Ana.
Com as orientações do professor, decidiram ir em um sábado à Praça do Ferreira. A escolha do local partiu do pressuposto de ser conhecido como um espaço que abriga um enorme número de moradores de rua.
“No dia que encontramos o seu Aluísio, morador da praça, estava sentada em um banquinho com o Eduardo, e ele estava lá perto. Foi muito natural. Nós falamos de alguma coisa do momento e começamos a conversar. Ele contou a história de vida, disse que não morava em Fortaleza e estava há poucos meses na cidade, mas que havia saído da cidade de Capistrano, interior do Estado, e atualmente estava morando na rua. Conversamos por cerca de uma hora”. – Ana Menires
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A partir dos meios que dispunham, com o conhecimento, algumas técnicas de comunicação e com o intuito de alcançar pessoas, uniram o meio digital e off-line: produziram folhetins e distribuíram pela faculdade, colocaram a história no mural de avisos, fizeram banner e página na internet informando que estavam querendo ajudar o seu Aluísio a voltar para casa.
Em menos de 12 horas, conseguiram a passagem e arrecadaram 100 Reais, que foram convertidos em cesta básica. “Por coincidência, quando fomos imprimir o banner, o dono da gráfica viu e falou que tinha morado por um bom tempo na cidade de Capistrano. Então, ele não só deu o banner gratuitamente, como patrocinou a volta do seu Aluísio”, destaca Menires.
Para Milena, ajudar alguém “traz uma sensação muito boa. Saber que seu projeto de faculdade ajudou de verdade a mudar a vida de uma pessoa é muito legal! Vai além de uma nota ou ganhar um prêmio”.
Texto: Lara Silveira (5º semestre – Jornalismo / UNI7)
Fotos: Arquivo pessoal