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PROFISSÃO: Seu Cícero, sapateiro e empreendedor

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No dia dedicado a este profissional, o reconhecimento a quem sabe tirar proveito da diversidade de conhecimentos sobre couro e outros materiais

Mesa de trabalho da sapataria, na calçada, em plena Rua Barbosa de Feitas (Foto: Ítalo Falcão)

Mesa de trabalho da sapataria, na calçada, em plena Rua Barbosa de Feitas (Foto: Ítalo Falcão)

De segunda a sexta-feira, ele acorda ainda no escuro e, ao raiar do sol, já está com sua oficina estacionada, a espera de clientes. E nesta terça-feira, 25 de outubro, ele estará comemorando o seu dia, o Dia do Sapateiro. Assim é a rotina do Seu Cícero, 48, ao lado da esposa e um dos quatro filhos. Ele se encaminha da Granja Portugal até à Rua Barbosa de Freitas, na Aldeota, para estacionar sua Kombi rente a uma árvore e iniciar pontualmente, às seis horas da manhã, seu dia de trabalho. A Kombi, na verdade, é seu local de trabalho. Atendendo uma clientela cativa, ele ouve os relatos sobre o desgaste dos sapatos, enquanto a mulher toma nota dos dados como endereço e, principalmente, telefone. As atividades se encerram na oficina às 16h30, mas muitas vezes, se estende até sua casa.

A Kombi funciona como veículo e suporte para os trabalhos. Como estrutura ele conta com uma mesinha de madeira, com divisões dos materiais de trabalho, ferramentas necessárias para o conserto de calçados, bolsas, cintos etc.

O material utilizado por seu Cícero é todo comprado em casas de couro no centro de Fortaleza. São, basicamente, solas e couro para o reparo estético do calçado ou do acessório e a cola, para fixar os reparos.

Atualmente, os serviços mais procurados são para trocar virola e engraxar sapato. O sapateiro, porém, diz não ter uma média de preço nem de quantos tênis e sapatos são consertados em uma semana.

Seu Cícero tem um número de Whatsapp para contato com os clientes da oficina, tudo gerenciado por sua mulher. Ela cuida não só do telefone do estabelecimento, mas também prepara, na noite anterior, a refeição do dia seguinte da equipe de trabalho da sapataria.

“Sempre trabalhei como sapateiro. Aprendi tudo quando era criança, vendo e trabalhando como ajudante nas oficinas e fui melhorando com a prática. Hoje tenho aqui a Kombi e quando não dá tempo pra finalizar algum serviço, levo o trabalho pra terminar em casa”, diz o sapateiro.

Para encontrar a oficina do Seu Cícero é muito fácil. Basta pegar a Rua Barbosa de Freitas, no sentido praia-sertão, quase na esquina com a Avenida Padre Antônio Tomás, na Aldeota, bem pertinho da Praça das Flores. A Kombi branca é facilmente identificada, pois tem uma faixa branca pendurada e os funcionários com roupa azul. Seu Cícero estará ali, numa mesinha de madeira, dentro da Kombi, ou na calçada, exercendo seu ofício. Nesta terça-feira, 25, portanto, é para ser comemorado o dia de quem vive para consertar ou fazer calçados e resiste aos anos e à extinção da profissão.

Ítalo Falcão
4º semestre

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