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POLÍTICA: Atual conjuntura inspira debate entre alunos e professores

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A Roda da Conversa abre espaços democráticos para a discussão de temas de relevância no cenário nacional

Para Ana Márcia o momento político vivido pelo país pode representar mais votos para a direita em 2018 (Foto: Jordi Cruz Ferreira)

Para Ana Márcia o momento político vivido pelo país pode representar mais votos para a direita em 2018
(Foto: Jordi Cruz Ferreira)

A legitimidade ou não do impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff e a truculência policial nas manifestações contra o governo Temer foram os principais temas pautados na Roda de Conversa, na última terça-feira, 6. Promovido pelo Diretório Acadêmico Patrícia Galvão (PAGU), as questões foram debatidas com as professoras Ana Márcia Diógenes e Ana Paula Rabelo, que se posicionaram diante do atual contexto do País. Os encontros acontecem na pracinha do 5º andar na Faculdade 7 de Setembro (FA7).

Professora e jornalista, Ana Márcia Diógenes confessa que não imaginava mais viver uma ruptura com o Estado Democrático de Direito. Ela afirma que quem sempre conviveu com a democracia tende a “sentir muito mais do que quem viveu essa outra parte”, referindo-se à Ditadura Militar, vivenciada também por sua geração. Ela ainda acrescenta: “É como a volta de um pesadelo. A gente imaginava que, quando se chegasse a um ‘estado x’ de democracia, não se pensava mais viver retrocessos”, disse.

Karol Saldanha, estudante do 4º semestre de Jornalismo, afirma que manobras para tirar a presidente do cargo vinham sendo orquestradas há algum tempo. Karol volta a 2015, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) mudou seu parecer em relação à União e aos bancos públicos. “Esse parecer foi modificado, justamente para um golpe acontecer em 2016 e dois dias depois o nosso presidente, que foi citado duas vezes na delação premiada da Lava-Jato e não pode ser julgado por isso porque é presidente, reverteu o jogo das pedaladas logo após o golpe”, pontuou a estudante, referindo-se à Lei de Responsabilidade Fiscal, promulgada em 2000.

Truculência policial nas manifestações

Os recentes procedimentos adotados pela Polícia Militar, particularmente em São Paulo durante as manifestações, também foram objeto de discussão. O caso mais recente foi com a estudante Deborah Fabri, 19, que perdeu a visão do olho esquerdo decorrente de estilhaços de bomba ou por bala de borracha, segundo testemunhas que socorreram a estudante, na capital paulista.

Os comentários sobre o caso nas redes sociais chamam atenção. Ana Márcia alerta para a banalização da vida, ao se deparar com os comentários no Instagram: “Se estivesse em casa, trabalhando ou na igreja rezando, estava com o olhinho no lugar” ou “a partir de agora, ela só vai conseguir enxerga a direita”, foram alguns comentários publicados no Diário do Nordeste, com a ironia feita por um militar.

Outro ponto destacado foi a postura do tenente-coronel da PM, Henrique Motta, que comandou a operação policial na manifestação contra o governo Temer em São Paulo. Em 2015, Deborah publicou tweets em que dizia ser a favor de qualquer ato de destruição, em protestos políticos com objetivos sólidos. O tenente-coronel publicou uma foto com os dois momentos: a declaração da jovem e o olho machucado. A foto estava acompanhada do ditado: “quem planta rabanete, colhe rabanete”.
Não é a primeira vez que o militar ironiza protestos contra Temer. Em 20 de maio último, ele publicou uma montagem dos cartazes que o elenco do filme Aquarius usou para protestar contra o impeachment. Na montagem, a mensagem: “somos todos babacas”.

Importância das rodas

Caio Lucas, 19, estudante de Direito do 2º semestre, pensa que há a necessidade de debater diferentes assuntos no meio acadêmico, inclusive o político. “É importante que as pessoas coloquem suas opiniões, ouçam ideias diferentes. Isso tudo engrandece no sentido da educação mesmo, entendeu?”, disse o jovem.

Para Ana Paula Rabelo, as Rodas de Conversa são importantes para a garantia de espaços democráticos, que devem ser buscados para além dos muros da faculdade. A professora ainda disse não se sentir segura com os rumos políticos que o país está seguindo e pensa que o Brasil não vive uma democracia plena.

Carlos Holanda
4º semestre

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