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PERSONAGEM: Mestre Praxedes, uma vida dedicada à leitura

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Para o professor, o livro impresso ainda tem mercado consumidor, apesar do meio digital

Luiz Carlos com as suas duas paixões: os livros e a camisa do Barcelona (Foto: Paulo Mesquita)

Luiz Carlos com as suas duas paixões: os livros e a camisa do Barcelona (Foto: Paulo Mesquita)

Levantamento divulgado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), em 2015, apontou aumento de 33% na venda de livros digitais no país, em 2014. O faturamento com a venda dos livros digitais ultrapassou os R$ 16 milhões. A praticidade e a possibilidade de carregar vários livros num pequeno aparelho, por exemplo, smartphone, foram os pontos positivos citados pelos entrevistados.

Mas, para o mestre e professor de Física da rede estadual de ensino do Estado do Ceará, Luís Carlos Praxedes, 41, essas estatísticas não o atraem. Ele é possuidor de uma coleção que ultrapassa 800 livros nas áreas do conhecimento da Física, Matemática, Química, Psicanálise, Filosofia, Português, Geografia, História entre outras. Sobre o livro digital afirma que não consegue ler. “Tenho uma coleção de mais de dois mil livros no computador, mas não dá. Prefiro tocar, manusear e sentir o cheiro do papel”.

A coleção foi iniciada timidamente, aos 17 anos, com a aquisição de dois ou três livros por mês, em sebos de Fortaleza. “Eram tempos difíceis. Não possuía emprego fixo. Se você acha que o livro hoje é caro, no passado era mais caro ainda. Não tínhamos qualquer auxílio do governo para a compra”, completa o professor. Se ele já leu todos os livros da coleção, é enfático: “não li, pois falta tempo. Porém, se você pegar um livro qualquer, poderei comentar algo sobre ele”.

Hoje, em sua coleção, existem exemplares raros que só podem ser manuseados sob o olhar do seu dono. Sobre o preço ou a possibilidade para venda, ele é direto: “Se você oferecer R$ 5 mil, não vendo. R$ 10 mil, aí eu posso até pensar, mas não é certa a venda”.

Sua coleção disposta em prateleiras

Sua coleção disposta em prateleiras (Foto: Paulo Mesquita)

Praxedes é categórico em afirmar que a sua coleção não está aberta ao público devido aos aborrecimentos que enfrentou. “No passado, já tive vários problemas com empréstimos. Teve gente que pediu e depois sumiu junto com o livro. Tem gente que não cuida, que não dá a devida atenção ao modo de manusear e isso me deixou bastante chateado.”

Para o futuro, revela o que acontecerá com o seu acervo após sua morte. “Em vida, deixarei um documento com a minha família, autorizando a doação de meus livros para alguma biblioteca”.

No digital ou no impresso, o importante é o incentivo à leitura. “Oriento meus alunos, amigos e parentes a ler. É como escreveu Monteiro Lobato ‘Um país se faz com homens e livros’. Tudo aquilo que conquistei na minha vida pessoal e profissional foi por meio do conhecimento que adquiri com esses livros. Só posso agradecê-los”, conclui o mestre.

Paulo Mesquita
3º semestre

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