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PERSEVERANÇA: A parceria de um casal que, com carisma, nunca perdeu a fé

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Criatividade na rima e carisma de sobra. Por onde passam, a Irmã e Irmão do Picolé fazem a alegria das crianças, e entregam companheirismo aos adultos

Rocélio restaurou um carrinho para a esposa Edileusa, quando decidiu seguir no negócio

Pelas ruas de pedra batida do bairro Sítio São João, periferia de Fortaleza, o casal Rocélio, 40, e Edileusa, 48, vive há cerca de sete anos com um pequeno negócio de venda de picolés. O sonho de ser um micro empreendedor, a desilusão, e um cansaço da rotina de trabalho, foi a mistura de sentimentos que uniu os dois em busca de uma estabilidade e rotina menos estressante. Segundo eles, o sucesso do serviço que prestam nas redondezas do local onde moram, é resultado da amizade que desenvolveram ao longo do tempo com os clientes, o cuidado que ambos têm em melhor atendê-los.

O ano era 2013. Ambos separados e em segundo casamento, frequentavam a mesma pequena congregação evangélica das redondezas, namoraram muito rápido e se casaram em dezembro do mesmo ano. Nesse período, Edileusa decidiu sair da “casa de família” na qual trabalhava para entrar no ramo da venda de picolés que o marido acabara de começar, pois a reação de vê-lo todos os dias feliz e satisfeito com seus horários, e o vínculo que criou com os consumidores, foi como uma resposta para ela.

Sem curso de venda ou qualquer tipo de preparo para essa nova empreitada, a escola da vida foi o alicerce para o que é hoje a principal fonte de renda da família, na casa onde vivem, além do casal, os dois filhos. A casa foi cedida por uma amiga, que parou de pedir o aluguel e passou a escritura para o nome deles, mas o “fruto do milagre”, como descreve Rocélio, viria nove meses depois de casados: um tumor cerebral na esposa Edileusa. Desenganada pelos médicos que a operou, ela representa um percentual mínimo de 10% dos pacientes que sobrevivem à retirada desse edema. Só que, no caso dela, sem qualquer sequela ou uso de medicamentos contínuos.

Edileusa passou 11 dias internada antes da operação de retirada de um tumor [Fotos: Arquivo Pessoal]

Hoje, em plena pandemia, os tempos áureos nas vendas agora figuram como lembranças de um passado distante. A queda nas receitas foi na ordem de 70%, e, sem produção própria, ambos continuam no negócio com a revenda dos alimentos com preços mais baratos, sempre preservando a qualidade do produto para não decepcionar a clientela que permanece fiel, em uma localidade brutalmente atingida pelo desemprego no período. Os finais de semana continuam com a mesma força nas vendas, só que agora, o carrinho ainda volta com algumas mercadorias, diferente de outrora. 

O apelido pelo qual são reconhecidos pelas crianças e adultos, Irmã e Irmão do Picolé, foi obra dos próprios populares. Com um discurso na ponta da língua a plena voz para chamar a atenção enquanto passam, eles alertaram até outros ramos do comércio local, entretanto não aceitam qualquer proposta com a finalidade de parcerias para fins publicitários. Porém, ainda espantam os concorrentes que tentam entrar em seus domínios, e até nos períodos de chuva diversificaram a gama de produtos para agregar na renda, já que não receberam nenhum auxílio emergencial. “Deus não deixa faltar nada”, afirma Edileusa, e Rocélio complementa: “Não preciso pedir nada”.

Ambos reservam a segunda-feira para as folgas, e verificam o estoque nesse dia

Serviço Irmã e Irmão do Picolé Contato: (85) 99955-5096 

Texto: Lucas Monteiro (3° semestre – Jornalismo/UNI7)

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