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PARCERIA: 13 anos e 9 meses de ensinamentos e dedicação

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A monitora endoidou: não tem abre de respeito, não tem legenda em todas as fotos e muito menos correção de texto

Hoje a pauta é você, Miguel Augusto Macedo de Araújo Lima. Foram quase 14 anos direcionados ao ensino de jovens universitários. Desses, 8 voltados para a Coordenação de Produção do Quinto Andar, portal que deu vez e voz às produções desenvolvidas pelos estudantes. E como forma de agradecimento, alunos dos turnos manhã e noite, professores, admiradores e ex-alunos formados se reuniram e realizaram homenagens no 5º andar do Centro Universitário 7 de Setembro, na noite desta segunda-feira, 9, e na manhã desta terça-feira, 10.

Despedida do turno da noite

Essa é a 1.243º publicação do portal e a 410º do instagram. E entre diversos puxões de orelha para criar um bom abre, um lead e algumas legendas, há um profissional que é peça essencial no nosso crescimento e vocabulário. Quem nunca ouviu “Mirmã”, “Ah uma jaula”, “Bandicão”, “Oh fuleragem” e “Ah nojento”, que atire a primeira pedra.

Despedida do turno da manhã

E o que seríamos de nós sem os slides de 263737383 páginas? Brincadeiras à parte, para além da sala de aula, vários momentos foram compartilhados e troca de saberes vivenciadas: Projeto Roteiros, jornal Papiro, revista Matéria Prima, revista Memória em Pauta, reuniões com os monitores, bancas, Sala de Notícias, Semana da Comunicação, UNI7 no Centro, entre outros eventos.

Texto: Lara Silveira (5º semestre – Jornalismo/UNI7)

Ilustração: Neyliana Frota

Fotos: Arquivo pessoal

Quase uma década e meia de profissionalismo, disponibilidade, orientação e preocupação em saber se fulano vai bem no estágio, no trabalho ou até mesmo na vida. Dedicação é o que lhe resume! E para provar que eu (Lara rs) não sou a única que acha isso, segue uma ‘ruma’ de depoimento para você ler e se emocionar ao som de um reggaezinho:

“Eita, Miguel… Se formos olhar para trás, você foi uma importante engrenagem para que o motor da então UNI7 desse partida. E olha, você rodou muitos quilômetros e consigo levou vários alunos e amigos pra conhecer esse gigantesco mundo da comunicação. Com você, passamos por vários pontos. Desde aprender a fazer um simples lead, a compreender como funciona uma assessoria de comunicação.
São 13 anos e nove meses dando aula, várias cadeiras ministradas, centenas de orientações de TCC e alguns puxões de orelha. Mas o comunicólogo e professor Miguel Macedo foi além da sala de aula.
Imagina só: já entraram mais de 1.220 textos no Portal Quinto Andar revisados por você. Várias edições do Papiro, Matéria Prima, Memória em Pauta, Projeto Roteiros e UNI7 no Centro… Ufa… foram muitos projetos, né?!Eita engrenagem veia pra funcionar!
Quando li o seu e-mail, de cara tive um sentimento egoísta e pensei que isso não poderia acontecer, mas depois passei a entender que o real sentimento é de gratidão, por tudo. Pela amizade, companheirismo, ensinamentos e comprometimento com o fazer jornalismo. De mim e de todos os seus alunos – muito obrigado! Você plantou uma semente em todos nós; semente essa que vai florescer por várias décadas! Como diz você na maioria dos e-mails que nos envia: é isto! – Igor Thawen

“Eu sempre digo a mim mesma que as pessoas vêm e vão na nossa vida, mas a verdade é que a gente nunca se acostuma com o fato de elas irem embora. Miguel, eu te agradeço pelos seis poucos e incríveis meses de textos corrigidos, puxões de orelhas e aquela veeeelha cobrança “cadê o texto, mirmã?”.
Obrigada por permitir que nossas caminhadas se cruzem, mesmo que por um semestre. Você é luz, e agrega a tudo que está em sua volta. Sem você quem iria cobrar o lead, dizer “é flórida” e nos chamar de “seus poa” carinhosamente? Vou te levar em uma lembrança boa, de um homem e profissional íntegro. Um verdadeiro homão da poa! Pensar que esse casamento setembrino deu errado é um erro. 14 anos! Deu mais do que certo.
Então, aonde quer que você vá, vá em paz. E transmita o seu carisma, generosidade e ética. Com mil jornalistas no mundo, eu só pediria pra ter sido aluna de uma: Ana Márcia, óbvio! Hahahah. Até logo, nojento! Nojentâncias sempre ❤” – Letícia Marques

“Miguelito, você consome o juízo da gente… naaam!!! Porém, você fez a diferença na vida de muitos alunos da comunicação que passaram pela Fa7/Uni7. Todo seu esforço foi colocar em prática os projetos de produção de alunos que renderam vários prêmios.

PARABÉNS! Não tenho muita coisa para falar, apenas: Obrigada!!! Mais um ciclo que se encerra e fico feliz por ter feito parte de tudo isso! Obrigada, nojento! Seja Feliz!!!! 🙌🏽🎉” – Luana Erica

“Em 2017, quando entrei no curso de jornalismo da UNI7, o professor Miguel apresentava no pátio da instituição o livro “Abrigo dos Idosos”, um trabalho seu e de muitos alunos do curso. Entre meus olhares de brilho e curiosidade com todo aquele novo na minha vida, uma veterana, a Lanara, me apresentou o então distante professor como o “pai do jornalismo da Uni7”. Aquele título ficou na minha cabeça.
Em 2018, entrei para equipe do portal Quinto Andar e aos poucos fui descobrindo o “presta atenção no serviço, nojento”, “cadê o texto mermão?”, “vocês não querem porra nenhuma”.
Já em 2019, em pleno sábado à tarde, estavam meus amigos e eu recebendo aulas extra de reportagem do professor. A aulas não faziam parte da grade curricular, mas ele decidiu ministrar mesmo assim, preocupado com o nosso desempenho no gênero textual. Em resumo, ao poucos fui descobrindo o porquê do título “pai do jornalismo da Uni7”.
Pode parecer exagero, mas não há como não sentir uma estranha sensação de orfandade diante da saída do professor Miguel. Do pai que abraça, dá broncas, mas te põe pra frente. Apesar disso, o professor pode ter certeza que pai é pai até no céu, que dirá na residência dos Diógenes/Macedo (mãe também, dona Ana Márcia). Não faltaram ligações com pedido de orientação ou até mensagens de socorro pelos estágios. Sentiremos sua falta Miguel. Muito obrigado por tudo!” – Anderson Souza

“Um único semestre foi o suficiente para que admiração e respeito fossem fortalecidos, deixando a certeza de que tenho apreço por gente especial. De ti, o que fica em mim é o agradecimento por sua gentileza de ser tão simples, acessível e acolhedor. Foram quase 14 anos vividos aqui e tudo o que o senhor fez pelo jornalismo, como educador, vai além do que se poderia imaginar.
Espero que o senhor esteja ciente de praticou o seu melhor. Sempre! Nas aulas, nas orientações e no QA. É preciso muita coragem para enfrentar e fazer tudo o que senhor fez pelos alunos. Seu legado continuará! Minhas palavras são de todos os futuros comunicólogo: continuaremos lutando para nos tornarmos jornalistas e, acima de tudo, ser humanos tão íntegros, honestos e justos como o senhor.
Minha vontade era encerrar minha graduação com sua participação, mas, mesmo nessa circunstância, sua colaboração na minha formação já foi garantida! Desejo que sua vida continue sendo iluminada, com o bem a lhe cercar. Gente boa só merece o melhor! Só maravilhanças e felicitâncias para sua caminhada! Ainda em tempo: presta atenção no serviço, mermão!” – Stefane Castro

”Pai-professor
Nesses últimos dias, com o meu pai, vi vídeos, ouvi mensagens e li e-mails de alunos, ex-alunos, colegas e amigos sobre a saída dele da Uni7, após ter sido professor por quase 14 anos. O que se destacou para mim foi que, direta ou indiretamente, as mensagens de todos os alunos diziam o mesmo: “Você foi o meu melhor professor”. Como vocês devem saber, nunca fui aluna do professor Miguel, pelo menos não no sentido estrito da relação aluno-professor. Não passei pelos bancos da Uni7 como estudante. Podemos dizer que estou aqui de penetra.
Escrevo e falo como aluna do meu pai Miguel, o professor da minha vida. Porque ser pai é sobre ser professor. E no quesito pai, posso assegurar que ele também é o melhor. Como deve ser para um leonino ouvir que é o melhor professor e o melhor pai? Hoje a juba deste cara aí está em festa, radiante, com tantos elogios. Merecidamente. Qualquer elogio parece pouco para professores e pais do tipo dele: esse tipo que parece não se esforçar muito para ser gigante. Ele simplesmente é, sem que seja possível explicar. Basta conversar por alguns minutos com ele ou observar a forma como trata a todos igualmente, como deve ser, do aluno ao professor, do zelador ao síndico, do garçom ao dono do estabelecimento, enfim. Meu pai, além de grande, também é meu melhor professor há quase 30 anos: professor de princípios e valores humanos.
A primeira lembrança que me vem quando penso no meu pai-professor é uma cena ali nos anos 1999 ou 2000. Eu tinha por volta de 10 anos. Ele me chama para sentar à mesa da sala, abre o encarte do disco do Chico Buarque, põe o álbum para tocar e começa a dissecar comigo, música por música, as letras das canções, costurando em paralelo aspectos sociais, culturais e históricos do momento em que a composição foi feita. Não foi a escola que ensinou, mas ele ali, na mesa da sala, o contexto de criação da música “Cálice”: ou seja, o trocadilho intencional do substantivo “cálice”, que, ao ser falado, mescla-se em ambiguidade com o verbo “cale-se”, uma forma de driblar a censura na ditadura militar. De mãos dadas, sem sair da mesa da sala, com a força do conhecimento, meu pai me levou para quarenta anos atrás, tempo da ditadura. E, pela primeira vez, ali aos 10 anos, entendi o que era censura e ditadura, assim como também fui apresentada a questões como criatividade, composição e arte.
No Ensino Médio, foi meu pai que comentou comigo sobre o livro A sangue frio, do Truman Capote, obra que é uma das principais referências do jornalismo literário. Estava no 2º ano e na época sequer sabia o que era jornalismo literário. De tanto conversarmos sobre, um dia peguei esse livro para ler nos intervalos das aulas do colégio e me encantei com aquela escrita atraente, o retrato literário de um crime. Sem percebermos, meu pai-professor plantava a semente de uma paixão que fortaleci na faculdade e que, alguns anos depois, me fez ir a São Paulo, em busca de estudar mais sobre jornalismo literário. Em outras palavras: uma tentativa de conhecer melhor o que mais aproxima o jornalismo da literatura.
Quando entrei na faculdade de jornalismo, meu pai ganhou uma nova classificação na categoria pai-professor: agora, ele era professor de jornalismo e eu, aluna de jornalismo. Ele passou a ser um professor de jornalismo extra, vejam só que sorte, além dos que eu já tinha na UFC. O papai já era professor na Uni7, então passou a ter também uma aluna extra. O jornalismo e todas as questões que orbitavam a área passaram a ser assunto constante em casa. Trocávamos textos, livros, impressões, artigos científicos, ideias… Às vezes, eu mostrava alguns textos meus para ele, n’outras preferia não mostrar.
Meu pai influenciou muito a minha visão humanista e justiceira do jornalismo, mas também me ensinou a ser criteriosa com cada palavra que escolhia colocar ou omitir em um texto. Aliás, muito do meu amor pela instituição “texto”, escrito ou falado, foi herdada dele e também da minha mãe, que sempre trataram as palavras com o devido respeito. Minha mãe sempre dizia “toda palavra tem um peso”. E não é? Esta é, na verdade, uma frase que merece reflexão para o dia a dia, em todas as relações, não somente para o jornalismo. Vocês devem ter sofrido com essa exigência do meu pai em relação à palavra: ele é “cricri” com qualquer pontuação fora de contexto ou de lugar. E, se por um lado pode ter irritado a vocês, como por vezes me irritou quando ele corrigia meus textos, saibam que dificilmente vocês vão encontrar por aí alguém tão apaixonado por apuração criteriosa e texto bem trabalhado quanto ele. Hoje, como suponho que a maioria de vocês faça, agradeço imensamente pelas “chatices” e por aqueles palavrões de quem morde e assopra, bate e afaga, critica e elogia. Chatices e palavrões típicos do professor que usa da paixão para construir jornalistas de qualidade para o mercado e para a academia, mas sobretudo para si mesmos.
Já morando em São Paulo, onde praticamente levei meu pai junto para cursar especialização na Academia Brasileira de Jornalismo Literário, considerando a quantidade de conversas que tivemos sobre as disciplinas, soube pelos alunos da Uni7 que ele usava nas disciplinas dele textos meus e situações vividas por mim na redação do Estadão. Ele nunca me contou isso diretamente. Todas as vezes em que soube de algum exemplo ou texto utilizados por ele foi por algum estudante aqui da Uni7. Em geral, quando algum aluno dele relata pelo Instagram ou pessoalmente um causo meu dito por ele em sala de aula, o primeiro sentimento que me vem é vergonha. Penso logo: “Eita, pai babão”. Mas logo o segundo sentimento, o maior de todos, é o de honra. É óbvio que o juízo do meu pai sobre mim tem um quê de corujice, por isso a vergonha. No entanto, se por um lado sei que opinião de pai “não conta”, sei também que conta e muito quando estamos falando de Miguel Macedo, o professor conhecido de todos por aqui como criterioso e rígido, por vezes até chato. Penso: poxa, se o meu pai usou de exemplo um texto meu, é porque deve estar minimamente bom.
Vocês já devem ter sentido isso: um elogio do meu pai e da minha mãe é duro de arrancar. Discreto como é, do tipo que elogia pouco com palavras, mas muito com gestos e olhares, ao falar de mim e dos meus textos na sala de aula meu pai-professor mostrava, de alguma forma, orgulho de mim, da minha formação, do meu caminho. Sem se dar conta, ele não percebe que quase tudo que sou hoje se deve a ele. Portanto, quando ele elogiar um texto, um vídeo, um produto, mesmo que não utilize palavras, mas frases engraçadas, abraços, sorrisos ou até ausência de correções, saibam que fizeram de fato um bom trabalho. E saibam também que esse bom trabalho é, na verdade, fruto não somente do seu próprio esforço pessoal, mas das lições que o meu pai-professor deixou em você.
Hoje aos quase 30 anos brinco de planejar projetos com o meu pai e a minha mãe, nós que fervilhamos de ideias e que aprendemos tanto na troca uns com os outros. Logo eles, meus professores da vida, que me inspiram tanto. Vocês não imaginam a quantidade de horas que esses dois ficam no gabinete imersos em papéis, textos, livros, e-mails, mensagens de alunos… Eu vejo a dedicação deles em tudo que tocam. Meu pai-professor e minha mãe-professora me inspiram a ser uma pessoa e uma jornalista melhores. Que sorte a minha. Que sorte a nossa, que somos todos alunos desses grandes professores da vida e do jornalismo.
Depois de muitos anos de terapia e estudos sobre Psicologia, entendi que meu pai não é o meu herói, assim como o pai ou a mãe de ninguém deveria ser. Aliás, nenhum de nós é herói de ninguém. Meu pai é humano. Tem qualidades e defeitos como eu: tem sonhos, sente medo e até chora – embora há muito tempo eu não o via chorar como se emocionou ao dizer que estava de partida da Uni7 na defesa da banca “Matutos”, da Lya, último livrorreportagem que orientou. Mas a verdade é que meu pai nunca parte totalmente dos lugares por onde passa: da redação do jornal O POVO, do Diário do Nordeste, da TVC e da Fundação Konrad Adenauer, locais onde trabalhou antes daqui, leva amigos até hoje. O amigo mais antigo do meu pai trabalhou no O POVO com ele quando eu era pivetinha, praticamente recém-nascida, ali no início dos anos 90, e até hoje é a única pessoa que liga para o telefone fixo lá de casa. Das vezes em que atendi e por acaso conversei com esse amigo, percebi um respeito e uma admiração imensa pelo meu pai. Eles nunca partiram um do outro. Meu pai tem esse dom de deixar marcas boas por onde ou por quem passa: porque é um jornalista que respeita a todos por igual. E aqui, nada mais foi do que um homem que formou pessoas, para além de jornalistas.
Agora que meu pai parte oficialmente da Uni7, não será diferente: ele cativou muitos e foi cativado por tantos outros. Sim, é um tipo de despedida. Mas vocês nunca vão partir uns dos outros. O que se construiu aqui será carregado para a vida de vocês. O ser humano que vocês se tornaram e que ajudaram meu pai também a se formar é melhor hoje, na comparação com ontem, porque todos tiveram a sorte de se encontrar nessa jornada. Meu pai tem essa pose de professor turrão que dá bronca, mas por dentro bate um coração cheio de doçura, ternura e carinho pelos outros. Não tenham dúvidas de que ele leva cada um de vocês no coração, vibrando com as conquistas de emprego, orgulhando-se da evolução como profissionais, feito relação de pai e filho mesmo. Coisa de pai-professor, vocês sabem. Pai, daqui, sei que levo as suas lições de ser humano, jornalista, pai, amigo, comigo sempre. E tenho certeza de que todos aqui levam um pedacinho de ti consigo. Você nos inspira a sermos humanos e jornalistas melhores. Que seus ensinamentos continuem ecoando dentro dos muros dessa faculdade, mas sobretudo dentro de nós. Não esqueça que você é grande. Nós não esqueceremos.
Que venha o que for bom. Muito obrigada por tudo!” – Juliana Diógenes

Mais fotos da despedida:

Era isto.

Um abraço de todos nós e até logo!

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