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NOVO JORNALISMO: Érico Firmo conversa com estudantes da FA7 sobre processos de edição

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Para o jornalista, não basta apenas saber editar, mas, sim, dominar as práticas gerais da redação

Érico defende que o repórter escreve é para o leitor: “é preciso ter o interesse de manter-se na coletividade, escrevendo para tal” (Foto: Sarah Veloso)

Érico defende que o repórter escreve é para o leitor: “é preciso ter o interesse de manter-se na coletividade, escrevendo para tal” (Foto: Sarah Veloso)

Capacidade de surpreender, conhecimentos além do geral e senso de coletividade do repórter. Estes foram alguns dos temas abordados pelo editor-executivo do Núcleo de Cotidiano do jornal O Povo, Érico Firmo, na conversa que aconteceu nesta segunda-feira, 6, na Faculdade 7 de Setembro (FA7).

Jornalista formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Érico foi repórter das revistas Fale e Poder Local, do Anuário do Ceará, da revista O POVO Cenário e de Política no jornal O Povo. Hoje, além de ser editor é também colunista de Política. A conversa foi organizada pela professora Ana Márcia Diógenes, da disciplina Projeto Integrado de Jornalismo Impresso.

Ao dar um panorama acerca da atividade jornalística nas diferentes áreas da redação do jornal O Povo (Cidades, Interior, Nacional e Internacional), Érico ressaltou que o processo de edição entre elas se complementam. Hoje, mais do que ser editor, diz que aprende muito a ser repórter do que propriamente nas revistas em que atuou.

Para ele, a experiência de, até agora, três meses no Núcleo de Cotidiano, o fez ver que o papel do repórter vai além de ter noção do seu texto e escrever sobre o que o interessa. “Fazer revista foi entrar em contato com outros assuntos, e, até mesmo, muitas pautas que não me interessavam. Por exemplo, minha primeira matéria foi sobre calcinha. E eu não entendo nada disso. E, no processo como editor, percebi que a montagem da matéria ia além da apuração. É o contexto, o texto e a diagramação”, destaca.

Sobre o trabalho no Cotidiano, Érico explicou como funciona o Núcleo e a razão do nome não ser “Cidades”, como em outros jornais. “A noção de cidade está muito além do espaço físico. Não há como especificar isso somente em acontecimentos da cidade. É geral, algo que remete ao cotidiano. Vai além do que acontece na cidade, são as relações, o convívio e as interações”, disse.

O jornalista explicou, ainda, que hoje os leitores buscam não somente o fato em si, mas a notícia atrelada a outras informações. É a mistura da capacidade de surpreender com a associação a outras matérias. “Eles querem saber mais. Os leitores querem o que é moderno, e o que dispõe de muitas outras informações. Mas, sem esquecer a importância do factual”, explica.

Para o editor, o trabalho no Núcleo de Cotidiano vai além do que acontece na cidade pois envolve as relações, o convívio e as interações (Fotos: Sarah Veloso)

Para o editor, o trabalho no Núcleo de Cotidiano vai além do que acontece na cidade pois envolve as relações, o convívio e as interações (Fotos: Sarah Veloso)

Para Érico, há uma pequena diferença entre a notícia que é de interesse do leitor, da informativa e da matéria frívola. O repórter, disse, tem que manter o senso de coletividade apurado para sua atuação jornalística e combinar os três formatos. “O que ele produz, faz para o leitor, por meio de outros indivíduos. É preciso ter o interesse de manter-se na coletividade, escrevendo para tal”.

Para concluir, o editor do Núcleo de Cotidiano fez uma reflexão sobre as ideias do publicitário Nizan Guanaes, que foi convidado pela Folha de S. Paulo para escrever no quadro “Ombudsman por dia”. No artigo, o publicitário baiano chama atenção para o fato dos jornais estarem sob “ataque da internet, principalmente como plataforma mental”, e faz críticas à divisão tradicional dos jornais entre áreas e editorias.

A estudante do 4º semestre de jornalismo, Letícia Alves, enfatiza a importância de eventos dessa natureza, com profissionais do mercado de trabalho, para a formação do aluno. “Conversando com alguém experiente, a gente percebe como se dá o processo de edição. Foi muito interessante entender que um assunto do cotidiano fica no limiar entre várias editorias e que para entender do assunto requer muita visão e experiência”, disse. O espaço foi aberto para perguntas, onde os alunos tiveram a oportunidade de entender mais sobre o processo de edição.

Evelyn Barreto
4º Semestre

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