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NEGÓCIOS: Microempreendedores se reinventam na pandemia

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Uni7 Informa

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A chegada do coronavírus resultou em decretos do Governo do Estado determinando isolamento social por mais de dois meses. E fez com que pequenos comerciantes buscassem novos métodos para conviver com a temporada de desafios

O surgimento do novo coronavírus trouxe impactos financeiros negativos em todo o mundo. As restrições de circulação de pessoas aliadas aos novos hábitos de rotina fizeram com que a economia fosse diretamente afetada, com o aparecimento da doença Covid-19, que gerou medidas extremas, como fechamento de lojas e isolamento social.

Os pequenos negócios sentiram ainda mais o impacto do período de paralisação. Dentro desse grupo de independentes, está o empreendimento de Ana Kelly Gomes, 35. Localizado no bairro Bom Jardim, o Mercadinho Agur precisou ser forte para continuar vendendo sem aumento abusivo nos preços, pois as mercadorias já estavam chegando com preços mais elevados. A proprietária teve que ser firme para manter o seu sustento. “Não tive coragem de mudar os preços e não posso explorar as pessoas”, declara, sobre o motivo de deixar de vender determinados produtos, como o álcool em gel.

A microempreendedora, que há seis anos está no ramo, analisou o movimento, no contexto geral, e percebeu um aumento significativo. “A maioria das pessoas que mora perto do mercadinho não trabalha com o essencial. Então, é muita gente em casa consumindo direto, seja comida ou produtos de limpeza”, ressalta a respeito dos materiais que têm mais saídas.

O mercadinho de Ana Kelly nunca esteve tão bem, mesmo em tempos de pandemia (Foto: Arquivo pessoal)

O contexto econômico dos pequenos comerciantes era uma realidade diferente em comparação com as grandes empresas, que sabiam que o período de paralisação traria consequências negativas, mas não chegariam ao ponto de falir, o que era distante da vivência dos que ganham e produzem em pequena escala.

“Não tive coragem de mudar os preços, não posso explorar as pessoas” – Ana Kelly

Dessa situação toda, além de perceber a diferença na economia, Ana Kelly destaca a importância de ter informação de qualidade, e destaca o papel da mídia nesse momento de pandemia. “São os nossos olhos lá fora, nos outros países. Se aqui ainda não está mais complicado, devemos aos veículos de comunicação que nos alertam”.

Comércio Online

As lojas virtuais também sentiram os efeitos da chegada do coronavírus ao Ceará. Com a diminuição de circulação e com compras pautadas em materiais essenciais, as vendas de outros segmentos caíram de maneira expressiva. Aline Vieira, 20, dona da Diferencial Store, é uma das comerciantes que enfrentaram a situação sem se deixar esmorecer.

“Esse período de paralisação me ensinou muito, principalmente sobre o quanto devo me preparar para não deixar dinheiro faltar” – Aline Vieira

As vendas de roupa pelo Instagram é o modo pelo qual ela consegue ganhar dinheiro há quatro meses e precisou dar uma pausa por conta do momento complicado. “Parei com as publicações, que é a minha forma de divulgação, pois não podia mais fazer as entregas. Se precisasse sair, colocaria em risco minha família”, afirma a jovem, que decidiu não continuar com a opção de delivery, que ela mesma fazia, nas primeiras duas semanas de decreto.

Ter um pequeno comércio nas redes sociais foi a melhor maneira que Aline encontrou para se manter (Foto: Arquivo Pessoal)

A possível contaminação por exposição a fez levar a sério a situação de distanciamento social. Sua escolha também foi baseada na busca por economizar. Além de contribuir para a não proliferação do vírus, Aline pôde diminuir gastos, como o do combustível. Com toda essa nova realidade, ela consegue tirar ensinamentos. “Esse período de paralisação me ensinou muito, principalmente sobre o quanto devo me preparar para não deixar dinheiro faltar”, declara, sugerindo a necessidade de se ter um planejamento financeiro melhor.

Uso das redes sociais para dar leveza aos tempos de crise

O mercado de cuidados com a beleza nunca esteve tão em alta como em 2019, mas precisou entrar em recessão logo no início de 2020, por conta do coronavírus. A maquiadora Yanne Thais sentiu o desespero de um novo dia a dia, com atendimentos cancelados e perda representativa no seu ganho financeiro.

“Coloquei na minha cabeça que precisava produzir mais conteúdo para o Instagram, tanto para poder aumentar minha visibilidade, quanto para fazer alguma coisa que me desse a sensação de ser produtiva” – Yanne Thais

A partir dessa nova circunstância, ela teve uma iniciativa diferente para não ficar deprimida com este novo estilo de vivência, o confinamento. Em casa, com seu celular, começou a gerar conteúdo para suas seguidoras nas redes sociais e pôde se distrair fazendo o que declara mais amar.

Yanne decidiu fazer vídeos especiais para contemplar o período de quarentena. “Coloquei na minha cabeça que precisava produzir mais conteúdo para o Instagram, tanto para poder aumentar minha visibilidade, quanto para fazer alguma coisa que me desse a sensação de ser produtiva”, disse a maquiadora.

A maquiagem sempre foi refúgio para Yanne Thais e, há quatro anos, é a sua profissão (Foto: Stefane Castro)

Com 15 clientes desmarcadas, a perda da microempreendedora foi de R$ 1.200,00 nos primeiros 15 dias. Apesar da preocupação de como faria para continuar mantendo em dias os pagamentos de suas contas, ela buscou entreter seus seguidores como a si mesma. “Tenho tido um grande retorno, tanto das pessoas que me acompanham quanto de parcerias. É isso que me fortalece agora”.

SERVIÇO

Mercadinho Agur

Rua Coronel Virgílio Nogueira, 481, Bom Jardim

Seg. a sab.: 6h às 21h / dom 6h30 às 13h

Whatsapp: (85) 98893 5785

@diferencialstore_

@yannethaismakeup

Texto: Stefane Castro (5º semestre – Jornalismo/UNI7)

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