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MULHERES: Coletivo de capoeiristas fortalece as questões de gênero

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Entre rodas de capoeira e reuniões mensais, grupo atua na conscientização do público feminino sobre direitos e empoderamento feminino

A Associação Zumbi de Capoeiristas (AZC), que existe desde a década de 1970, recebe em seu centro, desde 2017, no Bairro Benfica, em Fortaleza (CE), um coletivo de mulheres. A iniciativa constrói um espaço de debate sobre questões de gênero, empoderamento feminino, e de suporte emocional às mulheres que participam dos encontros. Além de fortalecer o protagonismo feminino dentro da modalidade esportiva.

Os encontros do grupo de capoeiristas da AZC acontecem todas às segundas, quartas e sextas, das 20 às 22 horas. O coletivo de mulheres que compõe o grupo, entretanto, possuem reuniões mensais. É por meio do coletivo que acontece a iniciativa de conscientizar mulheres capoeiristas sobre questões de gênero, empoderamento feminino e fortalecimento da modalidade de mulheres capoeiristas.

A mestra do coletivo, Janaína Rodrigues destacou como o coletivo foi criado e de onde surgiu a ideia de um grupo feminino dentro da capoeira. Segundo Janaína, ele foi pensado depois de situações recorrentes de desrespeito e agressão. Entre os maiores agressores estavam os próprios homens capoeiristas da Associação. “O coletivo surgiu depois que nós identificamos algumas situações de mulheres que foram agredidas ou desrespeitadas por outros homens da roda. Algumas chegavam a ficar fragilizadas, outras até mesmo se afastavam da associação”, alegou.

Mestra Janaína Rodrigues do coletivo de mulheres da AZC

A mestra ressalta também a importância do coletivo dentro da AZC. Para ela, o grupo é importante para o fortalecimento das mulheres na capoeira e no enfrentamento de casos de machismo, tanto dentro, como fora da associação. “Hoje, o coletivo contribui muito para a nossa imposição dentro da capoeira e também para combater o machismo não só aqui na associação, mas na rua também. Nós vemos o empoderamento feminino crescendo nas meninas por meio do nosso coletivo. E acho importante ajudar e conscientizar nossas mulheres” disse.

Frequentadora das rodas de capoeira da (AZC), desde a década de 1970, Lúcia Vanda Rodrigues, relatou as mudanças dentro da associação, a partir do surgimento do coletivo. “Quando comecei a dançar a capoeira, contava nos dedos o número de meninas nas rodas. E continuou assim por muito tempo. E, hoje em dia, tenho o prazer de olhar para uma roda de capoeira e ver muitas mulheres.”

Lúcia Vanda Rodrigues, frequentadora da AZC, desde 1975

Para Lúcia, apesar dos avanços da mulher na sociedade e na capoeira, as dificuldades ainda existem. “O nosso desafio, como coletivo, é conscientizar as meninas sobre a importância delas dentro da capoeira. E dentro de outros espaços que antes eram ocupados apenas por homens. É importante que superemos esses desafios que nós passamos enquanto mulheres. E que nossas mulheres não desistam de estar na capoeira, que não se afastem”, conclamou.

Texto e fotos: Nathan Silpe (3° semestre – Jornalismo/ UNI7)

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