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MACHISMO: A desigualdade de gênero em olhares diferenciados

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Militantes feministas participaram do primeiro encontro “Direitos Humanos e Opressões”, organizado pela AJUP

O primeiro encontro do ciclo de debates “Direitos Humanos e Opressões”, organizado pela AJUP (Assessoria Jurídica Popular da UNI7) contou com a presença de alunos do Direito e demais cursos para uma discussão sobre o machismo. O evento aconteceu no dia 15, na sala 520, do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), e teve como convidadas Rose Marques, advogada e integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP), e a professora de História, Cícera Barbosa, integrante do Instituto Negra do Ceará (INEGRA).

Cícera e Rose abordaram os direitos das mulheres em situação de cárcere no Brasil (Foto: Jonathan Silva)

Para Rose há um reconhecimento de pequenas atitudes machistas que atuam de maneira discreta, mas que ainda refletem o modelo padrão de sociedade sustentada pelo patriarcado. Tomando como exemplo sua atuação no Direito, a advogada compartilhou com os alunos o que parte das pessoas acredita ser o modelo de um bom profissional: “Homem. Para nós que não temos um privilégio é mais difícil”.

Em relação à questão da violência, Rose ressaltou que as agressões atacam o simbólico,  na tentativa de desconstruir aspectos ligados à imagem da mulher, como o cabelo ou aparência. Os espaços, tanto público como privado, tem seus papéis designados a cada gênero. Para a advogada, “os espaços de decisão não foram feitos para as mulheres”, tendo os afazeres domésticos, que fazem parte do ambiente privado, uma constante na vida de várias mulheres.

A palestra também deu destaque ao feminismo negro no Ceará. Cícera Barbosa compartilhou seu trabalho no INEGRA, coletivo de mulheres negras em atuação no combate ao racismo e a favor da visibilidade de raça. Dentre suas experiências, está o acompanhamento de presidiárias no Instituto Penal Auri Moura Costa. Semanalmente, mais de 90 mulheres (a maioria, negras) recebem cursos de formação.

Cícera Barbosa falou da militância negra no estado e seus desafios (Foto: João Alfredo)

A professora ressaltou que a “justiça é ineficaz para as raças” e que muitas presas ainda sofrem problemas como dificuldades de inserção no mercado de trabalho após o cumprimento da pena. As mulheres negras estão em menor índice salarial, comparado a homens brancos, negros, e mulheres brancas.

Alunos e demais convidados participaram de uma rodada de perguntas. João Alfredo, professor coordenador do evento, encerrou o encontro agradecendo aos presentes e os convidando para a segunda etapa do debate, “Racismo”, com o professor e pesquisador da cultura negra cearense, Hilário Ferreira.

 

Texto: Jonathan Silva (Jornalismo – 3º Semestre)
Fotos: Jonathan Silva e João Alfredo

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