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LANÇAMENTO: Livro de Ana Márcia Diógenes aborda questões de gentileza e juventude

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Uni7 Informa

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A jornalista e professora universitária lança livro de ficção para adolescentes, na manhã de quarta-feira, 19, durante a XII Bienal Internacional do Livro do Ceará

“De Esfulepante a Felicitante, uma Questão de Gentileza” é uma ficção que conta a história de Pata, uma jovem que, ao ser desafiada por uma tarefa escolar, descobre que é possível mudar a si e aos que estão ao seu redor pela força da sua vontade. O lançamento acontece nesta quarta-feira, 19, durante o XI Congresso dos Amigos da Leitura na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, a partir das 9 horas da manhã. O Congresso será realizado no auditório principal do Centro de Eventos do Ceará, na Av. Washington Soares, 999.

A autora do livro, a jornalista e professora do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7), Ana Márcia Diógenes, relata sobre seu processo criativo, a gentileza no cotidiano e a superação da intolerância em entrevista para o Quinto Andar.

Quinto Andar: Como se deu o processo de criação do seu livro?

Ana Márcia Diógenes: Quando saí da Unicef, criei três projetos paralelos a qualquer outra coisa que fosse fazer. Um deles era escrever um livro, outro era me aprofundar no tema da gentileza e o terceiro era ter um programa de rádio. Em 2015, me veio a ideia de todo dia 15 do mês escrever sobre gentileza, a partir de fatos reais que visse, que era pra me forçar a ver gentilezas no dia a dia. Publiquei no Facebook e muitas pessoas curtiam e ficavam dizendo que queriam ver qual seria o próximo. Quando terminou 2015, fiquei pensando o que faria para 2016 sobre gentileza… Como é um projeto de vida que tenho, não queria parar. E me lembrei do projeto “Eu Sou Cidadão”, que havia conhecido quando trabalhei no jornal O Povo. Por coincidência, quando fui para o Unicef, a instituição foi uma das apoiadores. Lembrei-me do projeto e conversamos a respeito. Eles disseram que há muito tempo queriam trabalhar o tema da gentileza para adolescentes, mas não tinham ainda visto como. Nesse projeto, os adolescentes trabalham o tema na leitura e fazem peças de teatro a partir do livro. Acabou que juntei duas ideias, a gentileza e o livro, em uma só. A ideia da menina, em si, foi para tratar como a adolescente encontra algo no cotidiano que possa ser objeto de gentileza, que é quando ela encontra a possibilidade de influenciar as pessoas para que elas não vejam a segunda-feira como uma coisa chata.

QA: Em que sua realidade de vivência em redação de jornal e TV e como coordenadora da Unicef se mistura à ficção em seu processo de elaboração das personagens?

AMD: Creio que se mistura porque a palavra tem um poder muito grande. O escritor Eduardo Galeano fala algo nesse sentido. É como ler o verbo. Acho que a palavra é muito concreta, é muito forte. E sei, como jornalista, a gente sabe disso, que podemos influenciar as pessoas. Então, por que não influenciar para o bem? Para que dentro da realidade de cada um, a gente possa encontrar saídas que, às vezes, estão próximas, mas quando se está com rancor, raiva, mau humor, tudo vem com mais dificuldade. Somos seres em construção e creio que a palavra pode ajudar nisso.

QA: O tema gentileza faz parte do seu cotidiano – você escreveu uma série de histórias sobre isso em seu Facebook. Como você lida com esta questão em tempos de intolerância?

AMD: Isso me causa muita tristeza. A situação política do Brasil, que tem muita intolerância, já me causa muita tristeza. Quando vejo nas diferenças de gênero, como a gente vê muito recentemente vários casos sobre isso. Como algumas pessoas conseguem pensar tão egoisticamente sem pensar no outro? Não vejo como. Será que foi alguma falha na educação dessas pessoas? Que prazer tem uma pessoa em ser má com outra? Entendo como uma doença social. E as doenças têm cura, elas podem demorar, mas têm cura. Se a gente, como ser humano, achar que o nosso igual deve permanecer desigual até na forma de ver o mundo, é egoísmo nosso também. De alguma forma, a gente tem que influenciar pessoas para o que a gente acredita que esteja certo.

QA: E o que representam o “esfulepante” e o “felicitante”?

AMD: O “esfulepante” representa o que é horrível, o que é feio, horripilante. E o “felicitante” é aquilo que de tão feliz deixa a pessoa excitante. A menina começa achando a segunda-feira esfulepante e, ao longo do livro, ela vê como pode parecer felicitante com as coisas da vida. São as mudanças de humor que a gente traz dentro da gente, mas temos que descobrir.

QA: Como você acredita que vai ser a receptividade de trabalhar esse tema com os jovens?

AMD: Olha, estou doida para ver a peça deles. Duas coisas que estou com muita vontade de ver: ainda não peguei no livro, que receberei antes de lançamento, e ver a vida que os meninos vão dar para as personagens. Penso que vai ser muito interessante. E espero ver os olhos brilhando, de alguma forma que toque neles. Que deixe meninos e meninas felicitantes. Vai ser muito bom.

Karol Saldanha

5º semestre

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