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JOSÉ AVELINO: Futuro ainda incerto preocupa feirantes após remoções

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O clima de pós-feira ainda é percebido nas proximidades da rua, com muitos feirantes autônomos carregando sacolões com produtos

A preocupação em como sustentar sua família vem tirando o sossego de dona Maria do Socorro Vieira Silva, 51. Ela é uma das feirantes que perdeu seu ponto de venda na Rua José Avelino. Os boxes foram desmontados pela Prefeitura de Fortaleza desde o dia 17 de maio para a requalificação da via, tombada como patrimônio histórico da cidade desde dezembro de 2012.

Ao fundo, na Av. Alberto Nepomuceno, feirantes são retirados pelos fiscais (Matheus Barbosa Silva)

Mesmo após a queda da liminar que impedia a retirada dos feirantes da José Avelino, no último dia 20 de maio ainda era possível encontrar vários negociantes na rua. Isto se deve ao fato de muitos afirmarem que permanecerão no local, mesmo após a decisão da requalificação da rua pela Prefeitura de Fortaleza.

Uma alternativa apresentada pelo órgão municipal para os feirantes é o Centro Fashion, localizado no bairro Jacarecanga. O espaço conta com uma estrutura que abriga 5 mil boxes. Mas, para dona Maria do Socorro, não há viabilidade. “Não tenho dinheiro para comprar um box e o aluguel pago lá é mais caro do que na feira. Estava aqui há mais de 8 anos e conheço minhas condições.”

Indagada sobre a atual situação que os feirantes passam, dona Maria explicou que até então havia tranquilidade, os nervos não estavam aflorados como nos últimos dias, quando houve confronto direto entre manifestantes e policiais. Segundo ela, porém, ainda não havia a possibilidade de ter sossego, pois a qualquer momento poderiam ocorrer novas manifestações.

Maria do Socorro ainda comentou sobre as dificuldades caso tenha que ir em busca de um novo emprego. Devido à idade, muitas empresas acabam dando prioridade para pessoas mais novas. Além disso, com seis filhos desempregados, a preocupação aumenta, por morar de aluguel e ser separada. A única fonte de renda era a feira na José Avelino.

Ela citou que normalmente consegue apurar em torno de R$500,00 quando as peças são todas comercializadas, mas até aquele momento, por volta das 11 da manhã, havia conseguido lucrar apenas R$40,00. Valor arrecado às escondidas, pois quando os fiscais da Prefeitura se aproximam, pedem que se retirem do local, caso contrário as bolsas com mercadoria são apreendidas. Indagados sobre a reclamação de dona Maria do Socorro, os guardas disseram que não possuem ordem para se pronunciar.

 

Texto: Matheus Barbosa Silva (1º semestre – Jornalismo)

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