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JORNALISMO ECONÔMICO: Papel do jornalista no âmbito da economia

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Jornalista formada na Universidade Federal do Pará e radicada em Fortaleza, Irna Cavalcante dá dicas de como atrair o leitor para temas ligados à economia

Texto Sarah e Vitória - Irna Cavalcante - Repórter Economia O PovoJornalismo econômico é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados à economia da cidade, do país e do mundo, além de ser um assunto que se relaciona com temas diversos da sociedade como tecnologia, emprego e mercado imobiliário. Presente nas redações brasileiras a partir da década de 1960, o debate sobre a atuação do jornalista no âmbito econômico é sempre importante porque a área se configura como uma das que mais exige conhecimento técnico dos profissionais e tem impacto direto na sociedade.

Atuando na editoria de economia do jornal O Povo há um ano e meio, a jornalista Irna Cavalcante acredita que é preciso entender profundamente do que se está falando para que a informação chegue a todos os leitores.

Quinto Andar – Você escreveu durante muito tempo na editoria de política e está há mais de um ano na editoria de economia. Como foi essa mudança?

Irna Cavalcante – Quando escrevia sobre política eu já fazia matérias sobre economia, mas muito esporadicamente. Cheguei ao Jornal O Povo há um ano e meio e vim diretamente para essa editoria, foi quando eu passei a trabalhar diariamente com esse tema, então no início é um pouco difícil, porque eu não estava tão familiarizada as fontes, aos números. Tem alguns termos mais específicos e eu acho que uma das grandes dificuldades de trabalhar nessa área é justamente você conseguir traduzir isso para uma linguagem mais próxima e acessível ao leitor. Transformar esses números para uma realidade que todo mundo possa entender e ao mesmo tempo, também aprofundar temas que atenda uma determinada parcela dos nossos leitores, que é um leitor mais especializado.

QA – Como você vê o jornalismo econômico feito hoje no Brasil?
IC – Escrever sobre economia exige muito conhecimento especializado, que nós enquanto jornalistas não possuímos. Nós não recebemos essa preparação na universidade, isso é uma coisa que a gente vai ganhando com a experiência, com as leituras que fazemos ao longo da profissão. O jornalismo econômico hoje ainda carece um pouco disso, dessa formação mais especializada. Na prática depende muito de cada um correr atrás, estudar e se especializar.

QA – Atualmente é comum vermos economistas como comentaristas e às vezes até fazendo papel de jornalistas, escrevendo e opinando. O que você acha disso?
IC – Especificamente aqui no Jornal O Povo, nós temos os lugares específicos pra eles como o núcleo de opinião e canais mais especializados, escrever mesmo no dia a dia, somos nós os jornalistas. Mas hoje a internet permite que as pessoas no geral tenham seus blogs e sites onde escrevem sobre tudo, não só sobre economia. Hoje todo mundo pode dar sua opinião.

QA – Numa época em que a economia do Brasil está em evidência, devido a crise e essas reformas econômicas, as pessoas buscam mais sobre este assunto. Como é o trabalho do jornalista econômico em períodos como esse?
IC – Temos que ser mais didático, mas sem perder essa necessidade de ir além para atender a todos os nossos públicos. A dinâmica e a nossa rotina de trabalho estão mais puxadas.

QA – Já teve algum acontecimento que foi difícil de noticiar?
IC – Essa questão da reforma da previdência, ainda é ainda muito novo e hoje o jornalismo é muito imediato, tu já teen que escrever e postar quando a notícia ainda nem foi completamente analisada. Os especialistas não tiveram acesso direito ao que diz realmente o texto da reforma e nós já temos que escrever noticiar. Por isso a gente tem que ficar correndo atrás, pesquisando e tudo com muito cuidado para não cometermos erros, o que é bem difícil porque as coisas vêm muito rápido e as decisões acontecem distante fisicamente, em outra cidade.

QA – Em épocas como essa que estamos você acredita que a probabilidade do erro é maior na editoria de economia do que nas outras?
IC – Não. Estamos todos sujeitos a erros. O que acontece é a nossa posição, a forma como a gente vê as coisas, se eu que não entendo nada de esportes fosse para essa editoria, a probabilidade de eu cometer erros absurdos é muito grande, o que poderia ser para muitos uma coisa simples, pra mim não é porque não estou familiarizada com aquele tema. Então, o erro vai muito dessa questão, da rapidez de noticiar, e que todos nós estamos sujeitos.

QA – Para finalizar, na faculdade poucos são os alunos que se mostram interessados por jornalismo econômico, qual a sua opinião sobre esse cenário?
IC – O que acontece é que nós brasileiros não fomos preparados. A gente não fala sobre economia, não se discute isso. Então a gente acaba realmente achando que é um assunto que não nos diz respeito, mas na verdade o jornalismo econômico não é só a bolsa que subiu ou a bolsa que caiu, é, por exemplo, a passagem que fica mais cara, é a inflação que aumentou, são coisas que acabam impactando diretamente no nosso dia a dia. O receio maior dos estudantes, no início, é porque lida com números, mas depois vamos vendo que são assuntos do dia a dia, tanto quanto política e cultura.
Sarah Sousa
7º semestre

Victória Lima
4º semestre

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