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GASTRONOMIA: Pratinho, comida tipicamente Cearense.

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Servido tradicionalmente nos festejos juninos o “pratinho” ganhou lugar afetivo no paladar do cearense e hoje é comercializado o ano todo.

No mês de junho iniciam-se os festejos juninos, uma festa que começou a ser celebrada desde o século XVII, segundo estudos históricos. A festa é caracterizada principalmente pelos trajes específicos, danças e comidas típicas dos festejos. Além de ser, também, uma festa ligada ao catolicismo na qual se comemoram Santos da Igreja católica, como Santo Antônio, São Pedro e São João. 

As festas juninas, culturalmente predominante na região nordeste do país, trazem consigo além de cultura, tradição, com as quadrilhas e comidas típicas, principalmente. Pratos feitos com milho, como, pamonha, canjica e mungunzá são o carro chefe, mas não são as únicas delícias gastronômicas dessa festa tradicional. Iguarias,como bolo de mandioca, bolo de milho e pé de moleque agitam as barraquinhas juninas, outra grande propriedade cultural dessa região.

No Ceará, as comidas típicas do período junino foram ganhando cada vez mais espaço na mesa dos cearenses, e passaram a ser consumidas em outros períodos do ano, tornando-se relevante fonte de renda para quem produz e uma delícia para quem consome. 

Prova disso são os famosos “pratinhos”, que agora são comercializados durante todo o ano emfeirinhas típicas, quiosques de shoppings e até mesmo em festas de casamento. Vatapá, paçoca, baião de dois e outros insumos fazem com que esse pratinho cearense, constituído de várias misturas de diferentes estados do Brasil, seja sucesso hoje no Ceará.

Como surgiu é algo que até então não se sabe ao certo, cada alimento tem sua origem específicaem diferentes estados, como o vatapá que é uma comida africana e já faz parte culinária brasileira há mais de cinco séculos, tornando-se tradicional prato da culinária baiana. Adaptado, o vatapá cearense é produzido com menos azeite de dendê cozido com frango desfiado.

Já o ‘’baião de dois” é um prato típico do Ceará. É um preparo de arroz e feijão, usando preferencialmente o feijão de corda. Sua história remete aos tempos das grandes dificuldades do povo nordestino com as secas, quando a comida era escassa e nada podia se estragar ou desperdiçar. Dessa forma, o povo uniu as sobras da cozinha, arroz e feijão com o pouco de carne seca e queijo de coalho, dando origem ao famoso prato da cozinha cearense. Além do vatapá de frango e do baião de dois, a paçoca, mistura de farinha branca e carne seca, finaliza o pratinho cearense.

Essa mistura de comidas, em geral, é comercializada a preços acessíveis, variando de R$11,00 a R$35,00 e agrada aos mais diversos paladares.

Para falar um pouco mais sobre o assunto, conversamos com a Jornalista Izakeline Ribeiro que é editora e colunista de Gastronomia, nos principais jornais de Fortaleza e do site “Sabores da Cidade”, direcionado para a gastronomia de Fortaleza. A jornalista tem também um projeto de pesquisa direcionado para o assunto “Pratinho”: de renda extra à comida de rua em Fortaleza”.

Leonice Acioles: Em uma das últimas matérias no site sabores da cidade, você questiona sobre o “Pratinho” ser patrimônio cultural para os Cearenses. Acredita que se deve ao que o sucesso do mesmo?

Izakeline Ribeiro: Olha com toda certeza já é patrimônio afetivo para muitos Cearenses. Acredito que se deve a uma mistura, os preços que são acessíveis e a comida que é gostosa e sacia, porque o pratinho tem de pequeno só o nome cabe bastante alimento é uma refeição completa.

LA: Durante sua pesquisa foi possível perceber se há algum insumo que compõe que seja de preferência do público?

IR Se tratando de “pratinho” vemos uma recorrência maior nos pedidos de vatapá e paçoca, são os campeões. Conversando com alguns vendedores foi essa a conclusão que cheguei.

LA: Hoje Fortaleza tem inúmeros locais que serve essa comida típica. É possível que até mesmo uma comida de rua tenha sido adaptada para grandes capitais?

IR: Não é só possível. Como virou rotina. Vemos uma grande gama de restaurantes se especializarem em comidas típicas regionais, trazendo sempre mais novidades como a inclusão do vatapá de camarão, adaptando a nossa região mais tropical.

LA: É possível saber a origem a origem, o que fez essa comida típica ganhar forças e prevalecer com a cultura nos dias de hoje?

IR: Bom não é possível saber ao certo a origem, sabe que cada alimento tem uma origem específica, mas as pessoas costumavam preparar os pratos e levar para as barracas nos períodos juninos, nas barraquinhas de São João, não dá para saber ao certo quando foi ficando e virou o que é hoje até renda para muitas famílias e permanecendo cotidiano dos fortalezenses como uma comida pratica e principalmente gostosa.

LA: E para encerrar gostaria de saber o que despertou o seu interesse sobre o assunto?

IR: Eu amo Gastronomia e sou apaixonada pela nossa, e percebi como é forte o pratinho e comida é cultura e conta a história de cada região, como gosto de uma boa história e comida resolvi pesquisar e contar um pouquinho da tradição deliciosa que é o pratinho.

Texto: Leonice Acioles | Jornalismo UNI7

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