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#FORUMUNILABFA7: Exploração sexual da juventude no Brasil, uma realidade que machuca

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Estatísticas revelam que exploração se concentra em quatro níveis: prostituição, pornografia, turismo e tráfico humano

A exploração sexual de crianças e adolescentes é uma triste realidade no Brasil. A constatação foi apresentada em dados pela advogada e professora Leolina Cunha, da Faculdade 7 de Setembro (FA7), na terceira mesa nesta quinta-feira, 9. As estatísticas apontam que 54% das crianças no Brasil são formadas por negras e indígenas e que 62% das crianças negras estão fora da escola. Estes indicativos levam a crer que a ausência da educação na vida dessas crianças é um dos fatores que as levam a ser vitimas de uma das modalidades de violência, a sexual.

Leolina Cunha destacou que a exploração sexual não ocorre apenas nas camadas mais pobres da sociedade (Fotos: Sarah Veloso)

Leolina Cunha destacou que a exploração sexual não ocorre apenas nas camadas mais pobres da sociedade (Fotos: Sarah Veloso)

De acordo com a especialista, crianças e adolescentes possuem altas condições de vulnerabilidade e, por isso, as chances de exploração aumentam. E que o termo “prostituição” não deve ser usado em relação à população infanto-juvenil, pois quando isso acontece elas são exploradas.

A mesa do Fórum de enfrentamento à violência contra a juventude pobre e negra foi formada pela professora Ana Márcia Diógenes (FA7), como mediadora, e os palestrantes Leolina Cunha e o professor doutor Bas’ Ilele Malomalo (Unilab) que discutiram sobre o tema e tiraram dúvidas.

Pelos números apresentados pela Leolina, o perfil dessas vítimas de exploração é: sexo feminino, cor negra, faixa etária de 15 a 18 anos, possuem Ensino Fundamental incompleto e renda familiar de, no máximo, um salário mínimo. Ela também afirma que “os exploradores agem impulsionados por serem oriundos de uma cultura machista, crenças ideológicas e não psicopatológicas, procurando sempre crianças e adolescentes pobres que trocam o sexo pela própria subsistência e/ou proteção”.

O que chamou mais atenção, no entanto, foi que a exploração sexual não ocorre apenas nas camadas mais pobres da sociedade. Jovens de classe média também levam essa vida como “um sustento para seus desejos materiais”. Este levantamento reforça a ausência de políticas sociais em combate a essa exploração.

Segundo Bas’Ilele, no país dele, Congo, as vítimas de exploração são mulheres e crianças (Fotos: Sarah Veloso)

Segundo Bas’Ilele, no país dele, Congo, as vítimas de exploração são mulheres e crianças (Fotos: Sarah Veloso)

Já o professor Bas’Ilele Malomalo (Unilab), mudou o seu contexto falando da exploração sexual no Congo, seu país de origem. Para ele, a exploração sexual é questão de gênero. Em seguida, também apresentou pesquisas feitas pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), mostrando que as vitimas de exploração no seu país são formadas por mulheres e crianças.

Um país pobre e assolado pela Guerra Civil e com precariedade socioeconômica são fatores primordiais para a prostituição. Outro fator que colabora para a dimensão dessa exploração são grupos rebeldes que desde 1997 exploram sexualmente jovens e mulheres negras. O professor comentou sobre o filme “Feiticeira da Guerra” (2012), que retrata a história da jovem Komona, capturada por rebeldes e obrigada a matar seus pais. Ele informou ainda que mecanismos de superação do governo local junto com o Unicef estão sendo feitos.

O aluno de Pedagogia, Rafael Costa (FA7), questionou aos palestrantes sobre a difícil luta para combater a violência sexual. Para Leolina, o acolhimento institucional ainda é insuficiente. Disse que um modelo intersetorial “está unido para acompanhamento das vitimas de exploração, e que esse tipo de atividade é de suma importância, mas que merecia uma atenção maior do Governo”. Já Malomalo mostrou documentos que comprovam a superação desses problemas por meio do modelo intersetorial.

Gabriel Barbosa
2º semestre

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