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Para físico, capitalismo esconde aumento do aquecimento global

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Professor mostra, por meio do relatório do IPCC, que se não forem tomadas medidas para conter a emissão descontrolada de gases de efeito estufa, o planeta ficará inabitável para o ser humano

O físico e professor, Alexandre Araújo Costa, detalhou o conteúdo do 1º Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) e do 5º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em palestra realizada na noite desta segunda-feira, 7, no auditório do 2° andar da Faculdade 7 de Setembro. O evento foi uma iniciativa do vereador João Alfredo, da disciplina de Direito Ambiental da Fa7. O físico mostrou diferentes estudos que apontam o contínuo aumento da temperatura global.

“A emissão de gases de efeito estufa é a principal causa do aquecimento" disse Alexandre Costa em palestra na Fa7. (Foto: Lua Alencar)

“A emissão de gases de efeito estufa é a principal causa do aquecimento” disse Alexandre Costa em palestra na Fa7. (Foto: Lua Alencar)

João Alfredo deu início ao debate, ressaltando a importância do tema para esclarecer os mitos e as verdades sobre o fenômeno climático. “As pessoas precisam saber qual a situação climática do nosso planeta e o que fazer para diminuir o aquecimento. Sabemos que há uma série de interesses do capitalismo e que, por isso, eles negam o problema”, frisou.

O professor Alexandre iniciou sua apresentação explicando como se dá a elaboração do IPCC. “O relatório apresentado, nada mais é do que uma síntese da literatura científica. Separamos diversos trabalhos científicos e realizamos assim um compêndio sobre os estudos”, pontuou.

Após a explicação, Alexandre fez um pequeno histórico, apresentando o aumento da temperatura ao longo do tempo. “Desde o século XIX, são feitos estudos sobre o efeito estufa. Nos anos 30 (1930), os cientistas constataram que se o CO² fosse duplicado, a Terra poderia chegar a aquecer em até 4 graus. Em 58 (1958), identificaram o crescimento considerável de CO² na Terra”, destacou.

O estudo apontou também uma variável no crescimento de CO². De acordo com Alexandre, esse sobe e desce é utilizado por aqueles que ele chama de ‘negadores’, para afirmar que o problema não é tão grave. Os cientistas apontam, no entanto, que, desde 1995, a maior parte do aquecimento global está relacionada com as intervenções humanas. Em 2001, essa evidência fica ainda maior. “A emissão de gases de efeito estufa é a principal causa do aquecimento e ela está diretamente interligada à ação humana. Isso acontece através da queima de combustíveis fósseis e resulta no aumento da concentração de CO². Desde a revolução industrial, houve um aumento de 40%”, ressaltou.

Alexandre explicou que as mudanças climáticas provocadas por este aquecimento afetam o nível do mar, a temperatura, a acidez dos oceanos, a extensão e espessura do gelo nos polos e a disponibilidade de água no planeta. Ele conta que um dos grandes mitos está relacionado ao gelo da Antártica. “O que se verifica é que uma parte está ganhando, devido à neve. Esta neve ocorre por conta da temperatura quente. Mas a área da planície está perdendo muito gelo. Hoje, percebemos que, mesmo estando numa fase fria, o planeta não consegue esfriar, pelo contrário, ele continua aquecendo”, ressaltou.

Alexandre Costa destacou que as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global afetam o nível do mar. (Foto: Lua Alencar)

Alexandre Costa destacou que as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global afetam o nível do mar. (Foto: Lua Alencar)

O professor destaca que a ciência, ao longo do tempo, tem apresentando claras evidências do aquecimento global, mas que as pessoas não se dão conta da gravidade do problema. “A superfície aquece, a troposfera aquece, os oceanos aquecem, a massa de geleiras cai, o oxigênio diminui e o CO² aumenta. Todos esses dados refletem em uma consequência fatal; se continuar assim, e nada for feito, o planeta se tornará inabitável para o ser humano”, alertou.

De acordo com Alexandre, é preciso que a ciência se popularize para que as pessoas possam se conscientizar dos efeitos do aquecimento global. “Nós estamos fazendo nosso papel de vir mostrar a realidade, para que, assim, os poderes públicos e sociedade possam tomar providências”, finalizou.

No Brasil

O Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) fez uma estimativa quanto ao aumento da temperatura. No ano de 2100, o aumento pode chegar a 7º C no cenário mais crítico e a redução da precipitação pode chegar a 30% entre as regiões norte e nordeste. O estudo prevê também um aumento da intensidade e frequência das enchentes.

De acordo com o estudo, o país ficará mais quente devido a ondas de calor frequentes e longas. Na Região Nordeste, haverá uma redução significativa das chuvas, podendo ficar até 40% mais seco. Isso por conta da emissão de gases de efeito estuda. O relatório aponta a queima de combustível como a principal causa de emissão de CO². Essa queima ocorre em consequência da circulação de automóveis, e se agravou devido ao aumento significativo da frota de veículos nos últimos anos.

Quem é ele?

O professor Alexandre Araújo Costa integra a equipe que desenvolveu o PBMC. PhD em Ciências Atmosféricas, é professor titular da Universidade Estadual do Ceará e autor do blog “O que você faria se soubesse o que eu sei”.

Anna Regadas
7º semestre

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Comentários (2)

  1. Parabenizo à estudante que preparou o belo resumo e agradeço as menções feitas. Aproveito a oportunidade para divulgar meu blog e corrigir um equívoco. No trecho que diz: “No ano de 2100, o aumento pode chegar a 70º C no cenário mais crítico”, deve-se ler 7 graus, e não 70, claro. Saudações a todos.

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