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FAZENDO A DIFERENÇA: Jovens mostram como é possível mudar a realidade

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Movidos pelo anseio de possibilitar cultura e lazer para sua comunidade, jovens do bairro Edson Queiroz reúnem-se há dois anos para formar o coletivo Dendê de Luta

Nascido da movimentação dos jovens – que desde a época de escola, percebiam a carência de políticas públicas ligadas à juventude do bairro, além da ausência das lideranças comunitárias e os índices crescentes de violência – o Coletivo Dendê de Luta tornou-se a referência política no bairro Edson Queiroz. Além de promover vivências para juventude e as crianças da localidade, o coletivo está à frente de pautas importantes para a população.

Entre os jovens do bairro Edson Queiroz, na Regional VI, em Fortaleza, mais precisamente na comunidade do Dendê é que surge o coletivo. Com a proposta de promover a cultura da favela entre a juventude da comunidade, Michael Gomes, 21, e outros amigos de colégio levam, para o lugar onde vivem, iniciativas que começaram no grêmio estudantil. “O Dendê surge com esse anseio de transformar e tentar promover novas vivências para a comunidade, com foco na infância e na juventude. É nós por nós,” comenta o coordenador Michael.

Integrantes do coletivo Dendê de Luta formam a nova turma de articuladores da saúde

Sem ligações partidárias, o coletivo busca junto à comunidade, por meio de articulações, conseguir materiais para realizar suas atividades. Em março deste ano, o grupo conseguiu promover a primeira parada da diversidade do Dendê. O evento reuniu moradores do bairro e de outras áreas da cidade, na Praça da Juventude, local onde ocorre a maioria das ações promovidas.

Um dos temas também defendidos pelo coletivo é a reocupação dos espaços públicos da comunidade. Eles defendem a ideia de que a comunidade ocupe seus espaços e promova a cultura da favela, como conta Michael. “A gente tenta promover nosso próprio palco, para poder valorizar o que é nosso”. Entre ações que realizam, também buscam promover o empreendedorismo da região, com a venda de comidas e bebidas por parte dos moradores da região, por meio das feirinhas.

“Precisamos romper com o pensamento colonial. Dizer ‘Isso daqui (a favela) é bom também! Há coisa boa aqui’” – Michael Gomes

Segundo o coordenador do Dendê de Luta, não adianta apenas pensar a comunidade, é importante também entender o que afeta, onde está o centro do problema. Por isso, ele, enquanto integrante do coletivo, está participando do Conselho Regional de Saúde da Regional VI, para levar as pautas da comunidade e conseguir trabalhá-las.

O grupo também se articula em conjunto com a comunidade. Quando necessário realiza manifestações e paralizações. O coletivo virou o canal político da região. Recentemente, buscaram junto à Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) normalizar a rota dentro do bairro. Juntos com a Ecofor Ambiental, eles já conseguiram o Gari Comunitário. O profissional entra em ruas onde o caminhão de lixo não consegue ter acesso, evitando a criação das rampas, derivadas do acúmulo de lixo.

Crianças em ação promovida pelo coletivo

O Dendê de Luta também busca articular com outros coletivos. Os jovens promovem um encontro chamado, Unidades das Quebradas, no qual eles convidam integrantes de outros coletivos e pensam em conjunto, como eles podem estar se fortalecendo, não somente no Dendê, mas em outros bairros.

Os integrantes se organizam por grupos de trabalhos por conta do tamanho do bairro. Há pessoas específicas para cada bairro, no sentido de viabilizar que tudo aconteça. Inquietos e movidos pelo desejo de trazer mudanças para o lugar onde vivem, os integrantes do Dendê de Luta querem, por meio de suas ações, mostrar que não precisa sair da favela para ter sucesso, que dentro das comunidades existem coisas boas, e gente disposta a fazer diferença.

Serviço:

Facebook

E-mail: [email protected]

Contato do Samuel, responsável pela comunicação do grupo: 85 99791.3526

Texto: Isabela Freitas (3º semestre – Jornalismo/UNI7)

Fotos: Acervo Coletivo Dendê de Luta

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