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ÊXODOS: Refugiados sob o olhar de Sebastião Salgado

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Há um ano, a foto do corpo do pequeno Aylan Kurdi, de três anos, morto no Mar Mediterrâneo, comoveu o mundo e se tornou um símbolo dos refugiados sírios. E, nestes 12 meses, ao menos 423 menores morreram afogados no Mediterrâneo, tentando chegar à Europa, segundo informações da ONG Save the Children, baseada nos EUA. E foi para refletir um pouco mais sobre este tema, que a exposição Êxodos, do fotógrafo Sebastião Salgado, foi encerrada no último dia 16, na Caixa Cultural, de Recife, PE.

Público recorde na exposição Êxodos na Caixa Cultural

Público recorde na exposição Êxodos na Caixa Cultural (Fotos: Cláudia Lemos)

Considerado um dos maiores talentos da fotografia mundial pelo teor social de seu trabalho, Sebastião Salgado viajou por 40 países, durante seis anos, mapeando a mobilidade humana involuntária, decorrente de migrações por refugiados, exilados, fugitivos da pobreza, da repressão ou das guerras.

Jari Vieira, professor dos Cursos de Fotografia e Fotojornalismo da Faculdade 7 de Setembro (FA7), destaca a importância do fotógrafo, que tem como marca a interação e a vivência que realiza com o ambiente fotografado, mantendo em seus registros a fidedignidade captada em preto e branco.

A mostra contém 60 fotos (pôsteres) divididos em cinco temas centrais: Retratos de Crianças, África, Megacidades, Luta pela Terra e Refugiados e Migrados. Cada tema expõe 12 registros, antecedidos por um painel que descreve o contexto em que foram realizados. O material é de propriedade do Instituto Terra, ONG ambiental fundada em 1998, no município de Aimorés (MG), por Sebastião Salgado e sua mulher, Lélia Wanick Salgado, curadora da exposição.

Sibely Marques, supervisora de Eventos da Caixa Cultural Recife, afirmou que a procura foi constante e em elevado número, destacando a frequência aos domingos, quando se aproxima de 2.000 pessoas. Pelos números apresentados, ela acredita que a visitação ultrapasse o sucesso das exposições de Portinari e Salvador Dali, ocorridas naquele mesmo espaço.

Socióloga Lélia Araújo se sentiu honrada com exposição em Recife (Fotos: Cláudia Lemos)

Socióloga Lélia Araújo se sentiu honrada com exposição em Recife

O público que buscou a exposição teve faixa etária diversa. Adultos foram a maioria, mas as escolas de nível básico e médio também agendaram horários para seus grupos de alunos. De acordo com Djamária Nascimento, coordenadora do Projeto Gente Arteira, da Caixa Cultural, houve muita fila de espera, pois não havia mais horários disponíveis para visitação de grupos.

Lélia Araújo, 60 anos, socióloga, disse já conhecer o trabalho de Sebastião Salgado e algumas de suas obras. Ela se sentiu honrada em ter uma exposição daquela magnitude na cidade, onde o fotógrafo mostra a miséria do mundo, chocante e emocionante.

Para Izaias Novaes, 30 anos, delegado de polícia e pai de Vinícius, 5 anos, que também estava na exposição, ainda que o filho não tenha a exata noção do que via ali, certamente irá desenvolvendo aos poucos uma visão diferenciada de mundo. Novaes afirmou já ter visto outra exposição do fotógrafo, em Madri, Espanha, destacando que a estrutura local se apresenta no mesmo nível da europeia.

Ana Cláudia Lemos
2º semestre

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