ESTÁGIO PROFISSIONAL: Entretenimento também tem espaço no mercado
Repórter do Buchicho, Kelly Hekally garante que escrever sobre política e economia não é tudo numa redação
Ao pensar em trabalhar na área do jornalismo impresso, muitos estudantes imaginam que suas funções como repórteres serão limitadas às clássicas editorias de cidade, política e economia, que levam com elas a maioria das páginas de um jornal. Acreditam, além disso, que informação jornalística com entretenimento não vende e que são conteúdos que não interessam ao leitor.
Não é o que enxerga Kelly Hekally, estudante do quarto semestre de Jornalismo na Faculdade 7 de Setembro (FA7) e repórter do caderno Buchicho do jornal O Povo. Ao entrar para o mercado, ela deixou de lado muitos preconceitos que tinha desde o início da faculdade.
Com o tempo, descontruiu a ideia de que o jornalismo de entretenimento é excluído. Geralmente, afirma, os repórteres podem escrever para todos os cadernos. “Num jornal, porém, cada leitor vai atrás do que quer ler. Daí a importância do jornalista dar a roupagem ideal ao conteúdo que o leitor quer”, ressalta.
Em sua editoria, Kelly escreve para cinco cadernos: Buchicho Casa, Buchicho Comes & Bebes, Buchicho Beleza, Buchicho Meu e People. Entre suas atividades como repórter estão visita a restaurantes que estão inaugurando ou promovendo um cardápio novo, presença em festas, além da redação de conteúdo interno como dicas de filme e receitas de cozinha. “Se no impresso o leitor ler o que gosta, ele lê o caderno porque também quer saber o que comer e o que beber, por exemplo”.
Apesar da badalação muitas vezes existente no ambiente onde trabalha, a repórter garante que o grande desafio do jornalista é se desdobrar no conhecimento prévio do assunto que está escrevendo. “O leitor acha que você sabe de tudo. Você é a fonte oficial dele. Então, o grande desafio da minha profissão é ter conhecimento da área, buscando juntá-lo com a veracidade da informação e com a lógica de amarrar argumentos numa afirmação”, disse.
Os desafios diários, porém, só empolgam Kelly. Ela conta que, apesar de sempre ter tido como referência a TV, hoje possui uma visão bastante diferente do jornalismo que quer exercer. Quanto ao lado financeiro do mercado, reconhece as dificuldades e as atribui às readaptações que sofreu o jornal impresso.
Muitos jovens, diz Kelly, procuram o jornalismo porque a ascensão da imprensa visual é muito grande. Porém, se preocupar apenas com a imagem, em alguns casos, pode atribuir superficialidade. “A situação financeira não está fácil e a mão de obra está migrando para o webjornalismo. Tem mercado, mas requer qualificação. E jornalismo não é só TV”, lembra.
Quando indagada sobre suas ambições futuras, Kelly é modesta e quer permanecer trabalhando em sua área. A jovem jornalista não esconde a perspectiva de crescimento e de buscar mais capacitação. “Quem sabe para os próximos anos possa conhecer outras editorias. Também quero realizar cursos específicos em outros países da América Latina como Uruguai e Colômbia. Mais lá pra frente, quem sabe, ser editora adjunta de algum caderno. Não esquecendo sempre de acumular conhecimento”, diz.
Gabriel Antônio
6° Semestre