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ENTREVISTA: Muros de Fortaleza são tela para homenagem a Belchior

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Professor é responsável pela ação #achoquevibelchior (Foto: George Braga)

Professor é responsável pela ação #achoquevibelchior (Foto: George Braga)

É por meio da arte urbana que o artista Thyago Cabral, professor dos cursos de Publicidade e Design Gráfico da Faculdade 7 de Setembro (FA7), retoma uma antiga curiosidade dos fãs da música popular brasileira: “por onde anda Belchior?“. Na comemoração dos 70 anos de idade do cantor e compositor cearense, Thyago leva às ruas de Fortaleza seu novo projeto intitulado “#achoquevibelchior“. Pelos muros da cidade, a caricatura do “rapaz latino-americano” ao lado de um violão já foi vista e comentada nas redes sociais.

O artista urbano, chargista e caricaturista também disponibilizou 70 reproduções digitais do desenho que podem ser adquiridas e parte da renda arrecadada será destinada para projetos sociais que envolvem ilustração em instituições carentes. É possível adquirir entrando em contato aqui. Em entrevista para o Quinto Andar, Thyago Cabral revela mais detalhes da homenagem.

Quinto Andar: Qual a motivação para realizar o seu último trabalho, o #achoquevibelchior?
Thyago Cabral: Primeiramente, é uma homenagem ao nosso artista que completou 70 anos e um resgate da valorização da nossa cultura. É também uma brincadeira. Enquanto muita gente tá procurando pokémon, acho que procurar Belchior é uma possibilidade para as pessoas que não o conhecem, terem a curiosidade de saber e para quem já conhece, de relembrar.

QA: Você já teve algum contato mais aprofundado com o cantor, ao acompanhar as composições dele enquanto ele ainda estava ativo?
TC: Eu já acompanhava, nunca tive nenhum contato além do musical, mas sempre admirei as suas letras por causa do meu pai. Nunca fui um super fã, mas admiro e acredito que são canções antigas que refletem muito a atualidade. É um artista muito atual.

QA: Por ilustrar as ruas de Fortaleza, como você avalia o caráter da sua arte?
TC: Duchamp já falava que o público e o tempo que dizem quem é o artista. O que eu faço é mais uma expressão nos muros porque entendo a cidade como uma grande tela e é uma forma de me comunicar com ela. Também acredito que é uma forma democrática, pois chega a todo mundo, da criança à senhorinha. E agora, com a internet, muitos trabalhos meus são até reconfigurados porque as pessoas batem fotos, escrevem o que sentiram. Hoje a hashtag cria uma comunicação indireta com o artista e gosto muito disso, dessas reconfigurações que cada pessoa faz no momento em que é impactado por uma imagem.

QA: E como está sendo essa reconfiguração do #achoquevibelchior?
TC: Um tema que gosto de brincar muito é tecnologia. Faço um cara mexendo no celular, recebendo mensagens e enviando, e fiz um na Duque de Caxias, em que ele envia uma mensagem dizendo “gostaria de segurar sua mão novamente” e outra pessoa responde “pois largue a porcaria do celular!”. Isso foi replicado milhares de vezes, já recebi várias fotos, o pessoal me marca porque assinei lá. Na do Belchior, o engraçado é a questão de encontrar ele, né? Porque tem esse mito todo de ele estar fora da mídia, desaparecido. Ao estar passando e de repente ver o Belchior “andando” com um violão, as pessoas publicam com a hashtag. Até mesmo quando tava pintando, uma senhorinha falou: “esse é o Belchior, né?”, respondi que sim e ela disse: “tá desaparecido, ele, não?”.

QA: Para finalizar, qual o legado que você acredita que o Belchior deixou para a nossa cidade?
TC: Não só pra nossa cidade, mas para a música brasileira ele é muito importante, um ícone. E a gente tem sorte de ele ser daqui, assim como outros cearenses, tipo o Fagner. Por não estarem tão na mídia, não quer dizer que suas obras não são tão importantes e tenham um caráter atemporal que sempre estão impactando a gente.

Karol Saldanha
4º semestre

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