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DIA DOS NAMORADOS: Amor em tempos de pandemia

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Pelo segundo ano consecutivo o dia dos namorados é comemorado em clima de distanciamento social

O Dia dos Namorados é celebrado neste sábado (12). A data é sinônimo de felicidade para os casais e prosperidade para o setor comercial que costuma lucrar bastante com a comemoração. Entretanto, a chegada da pandemia em 2020 gerou impactos distintos nas relações amorosas. Enquanto seus efeitos fortaleceram laços de alguns, foram também capazes de separar outros. De acordo com o Colégio Notarial do Brasil (CNB), uma das mais antigas entidades representativas de cartórios no país,  o segundo semestre de 2020 viu um recorde de divórcios sendo registrados em cartórios, totalizando 43,8 mil registros. Este número foi 15% maior do que o registrado no mesmo período, um ano antes da pandemia, em 2019. O principal motivo apontado pelos casais para o fim dos relacionamentos em 2020 foi a convivência em tempo integral durante o período de isolamento social provocado pela covid-19. Apesar do agravante que a pandemia representa, a tendência ao divórcio é algo que vem crescendo de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o órgão, o número de divórcios cresceu 75% no Brasil nos últimos cinco anos. 

Mas se a pandemia significou o fim de alguns relacionamentos, ela também viu outros se fortalecerem, ou ainda, surgindo. A coordenadora pedagógica, Bárbara Guerra, diz que seu relacionamento ganhou mais força durante o período de isolamento social e admite que não foi fácil ter de ficar 79 dias longe de seu companheiro. “ A sensação de não poder estar juntos e o sofrimento que isso causou, não alterou o nosso companheirismo, mas tornou difícil a saudade mesmo.” Bárbara Guerra afirma que a tecnologia foi sua grande aliada naquele momento, pois o casal continuou se comunicando de forma online. “Nós falamos todo dia e contamos um com o outro, sendo honestos sobre nossos sentimentos. E fazendo coisas “juntos separados”, tipo dar play em um filme ou série cada um em sua casa e comentar no WhatsApp sobre”.

 Enquanto alguns casais pré- pandemia resistem, outros surgiram durante o difícil período. É o caso do relacionamento da psiquiatra Liana Castro. Liana iniciou seu romance há poucos dias. “ A gente já se conhecia há um tempo, mas sempre estávamos com outras pessoas. Ele é amigo do namorado de uma amiga minha. Andamos em grupo algumas vezes”  A psiquiatra conta que a aproximação se deu através de conversas mais frequentes na casa de amigos em comum. “ Por causa das restrições da covid-19, nos víamos mais na casa de amigos. Começamos a conversar bastante e depois a ficar”. Liana Castro afirma que talvez o casal não tivesse continuado a relação caso  esses encontros não tivessem acontecido. “De uma certa forma, é preciso admitir que as restrições da pandemia favoreceram nosso relacionamento acontecer”.  Quem também engatou em um relacionamento foi o professor de inglês Heitor Lima, que está namorando há três meses. Apesar do momento exigir cautela, Lima acredita que a pandemia não teve influência em seu namoro. “Não penso que a pandemia influenciou nosso início. Nós dois já somos muito intensos por natureza e nos conhecemos por meio de um aplicativo. Não consigo imaginar que, em outro contexto, a história teria outro desfecho.“ enfatizou o professor.

Sobre a convivência durante a pandemia, Heitor Lima destaca que o casal está sempre junto, mas sempre se resguardando de ambientes suscetíveis a contaminação de covid-19. “ Ao longo desses três meses, meu namorado vem passar os fins de semana aqui em casa. Tanto ele quanto eu só saímos para trabalhar e para necessidades essenciais, estamos praticando o isolamento com a diminuição dos encontros com outras pessoas, sempre tomando todos os cuidados nas poucas vezes em que eles acontecem.” finalizou. Quando questionado sobre planos pós- pandemia, Lima fala que desejam “ muito viajar e já planejamos isso várias vezes. Outras coisas mais simples também, como pegar um cinema. Estamos torcendo para podermos fazer tudo isso logo.”

Liana Castro Alves e seu companheiro, Pedro Ramon Benevides
Bárbara Guerra e seu marido, Rafael Zambelli. Após o isolamento rígido, os dois tiveram um final feliz e se casaram

É o segundo ano consecutivo em que o Dia dos Namorados é marcado pelo contexto social da pandemia, com restrições de ambiente e horários estabelecidos de forma a combater a propagação do vírus. 

Um pouco de história?

Inicialmente, a data foi criada para homenagear um mártir da Igreja Católica chamado São Valentim. Muitas são as lendas conhecidas sobre o santo. Em uma delas, é dito que o santo foi um padre ou bispo católico romano conhecido como Valentim de Roma, que realizou casamentos proibidos pelo imperador Cláudio II , que considerava soldados casados menos eficientes que os solteiros, e por isso proibiu que os guerreiros se casassem em tempos de guerra. 

Valentim, contrariando as ordens do imperador, teria casado soldados com suas noivas em segredo e teria sido descoberto e preso por ordem imperial. A lenda relata que São Valentim, já preso e sentenciado à morte, colocou as mãos sobre os olhos da filha do homem que o prendeu, que era cega, e lhe devolveu a visão. A moça era responsável por lhe trazer alimento e mantinha longas conversas com ele. Os dois se apaixonaram. A moça teria encarado sua cura como um milagre. No dia de sua execução, 14 de fevereiro do ano 270 Depois de Cristo, Valentim teria deixado uma carta para sua amada, onde estaria escrito “ Do seu Valentim” . E desde então, seu nome e dia de morte foram atrelados ao amor. E até os dias atuais, o Dia dos Namorados, que em inglês equivale ao “ Saint Valentine ‘s Day”,  é celebrado nos Estados Unidos e Europa em 14 de fevereiro. 

Por que no Brasil é diferente? 

No Brasil, a data tem uma história menos romântica, pois foi criada no ano de 1948 pelo então publicitário e deputado federal João Dória. Como publicitário, Dória, abordou a ideia vinda do exterior para montar uma campanha publicitária e oferecê-la a comerciantes paulistas. O objetivo era aumentar as vendas do mês de junho,que não iam tão bem. Aqui, a data é celebrada em 12 de junho não por acaso. O publicitário e autor da campanha escolheu o dia 12 de junho por ser um dia antes do Dia de Santo Antônio, conhecido pelos católicos como Santo Casamenteiro.

Texto: Cesar Rodrigues  (3° semestre -Jornalismo/UNI7) 

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