Notícias

DESAFIO: Aulas remotas em época de pandemia do novo coronavírus

Categoria:

Uni7 Informa

0

Entre opiniões positivas e negativas, alunos e professores fizeram um balanço acerca do semestre

Com o aumento do número de casos da COVID-19 no Brasil, a suspensão de aulas presenciais tornou-se uma tentativa para conter a disseminação do vírus e reduzir o risco de contágio entre o corpo acadêmico. Em meio a esse cenário caótico, as aulas remotas, por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), ganharam protagonismo. Do dia para a noite, o ensino à distância emergencial recaiu sobre os educadores. Essa situação não seria diferente para os docentes do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7).

Com o objetivo de minimizar o impacto negativo no ensino, o Ministério da Educação (MEC) autorizou, através da Portaria Nº 343, publicada em 17 de março de 2020, no Diário Oficial da União, a utilização de plataformas tecnológicas em instituições de ensino superior (IES), a fim de tentar seguir o ano letivo sem maiores transtornos para não prejudicar o processo de aprendizagem.

Para o professor do curso de Direito da UNI7, Paulo Carvalho, quando a notícia da suspensão de aulas presenciais foi confirmada, a reação foi de foco nos impasses que iriam aparecer. Com uma certa experiência em ministrar aulas on-line, ele afirma que o primeiro desafio foi apresentar uma proposta pedagógica nova aos alunos, readequando o formato da disciplina para um outro. “Foi fundamental a troca de informações em eventos e fóruns temáticos de professores”, salienta.

“Como professor de Direito do Trabalho, tive a oportunidade de fazer uma prova temática, ainda presencial, sobre os impactos que a COVID-19 traria ao mundo do trabalho. A prova acabou por ser um prenúncio de um debate muito efervescente que acontece durante a pandemia”

Segundo dados divulgados pela Unesco, 1,5 bilhão de estudantes chegaram a ficar com aulas reconfiguradas ou suspensas ao redor do mundo. Com a transformação do ambiente de ensino, alunos se sentiram prejudicados de alguma forma. De acordo com o estudante de Psicologia, Júnior Pessoa, a maior dificuldade foi pensar em como iria fazer as aulas práticas de forma virtual, pois certas disciplinas precisam do laboratório para a realização de experimentos, e ele não tinha como executá-los por falta de equipamento suficiente em casa.

“A minha rotina de estudos na pandemia não foi regrada, fora eu soubesse a importância de ter horários definidos e estabelecidos para poder desenvolver uma rotina interessante e produtiva. Eu precisei desenvolver métodos e formas de adaptar esse ambiente, a transformá-lo não mais só em um campo de relaxamento, mas sim em um local em que eu tenho que produzir”

Mesmo com todos os problemas, Júnior reconhece que durante o semestre houve o desenvolvimento por parte dos professores, principalmente em tentarem dominar as técnicas para conseguirem lecionar virtualmente. Além dos alunos, que também entenderam quais os caminhos deviam ser traçados.

Apesar dos esforços, muitos são os debates e questionamentos acerca do novo e urgente plano pedagógico, como o impacto do coronavírus na educação; o uso massivo do ensino on-line; as vantagens de adotar tecnologias educacionais; a dificuldade para manter os alunos interessados e engajados; e a adaptação de conteúdos e avaliações.

Para a aluna de Jornalismo, Stefane Castro, a decisão de ensino remoto foi a saída mais rápida e sensata, mesmo com alguns dilemas. “A grande maioria vai para a faculdade de ônibus e tem aglomeração, ou seja, são muitas questões que levaram à melhor medida”, destaca. Embora haja vantagens, como não precisar acordar cedo ou utilizar o transporte público, o maior obstáculo para ela foi manter a concentração nas aulas. “Pesa demais eu não me concentrar, achar que não aprendi e não conseguir gostar”, complementa.

A busca por novas estratégias de ensino e alternativas para manter os alunos focados trouxe à tona um novo debate: o modo de ensino do século. “Entre inúmeros desafios, as fronteiras entre o on-line e o off-line estão cada vez mais fluidas e é nessa fronteira que penso que devemos pensar a educação”, reforça o professor Paulo.

O docente afirma que as disciplinas tornaram-se observatórios sobre as questões trabalhistas que eram impactadas pela pandemia

De forma unânime, Junior e Stefane concordam que transferir um conteúdo da aula presencial para o sistema de ensino remoto não é a mesma coisa. Eles afirmam que é preciso se preocupar com a adaptação do professor e do aluno, a fim de proporcionar uma nova dinâmica, com uma aula mais interativa e aberta para a fala dos estudantes.

O coordenador dos cursos de Comunicação Social, Magela Lima, afirma que a sensação de “dever cumprido” fica ainda maior porque foi uma experiência muito difícil para todos. Para ele, a tecnologia foi a maior dificuldade observada quando descobriu que ia dar aulas à distância. “A gente tem a ilusão de que todo mundo tem o mesmo acesso à tecnologia”, complementa.

“Todo o meu esforço foi para facilitar o processo. Fomos pegos de surpresa. O decreto interrompendo as aulas presenciais saiu dia 18 de março e dia 23 a gente já estava usando o MS Teams! Então, eu procurei adaptar a bibliografia, usei muitos artigos científicos. No mais, organizei o programa para que os alunos pudessem participar ativamente, quer em exercícios ou interagindo com convidados, do andamento das aulas.”

É papel da instituição de ensino apoiar e instruir o docente, pois esse amparo garante a confiança e continuidade dos cursos. De acordo com Magela, o Núcleo de Ensino à Distância da UNI7, por meio do professor Vitor Santos, ofereceu suporte constante.

Apesar das circunstâncias, os profissionais de educação trabalham para colocar em prática novas ideias e fomentar a aprendizagem do aluno. Com o uso de metodologias ativas podem ser enxergadas grandes oportunidades, principalmente em momentos de desafios.

Texto: Lara Silveira (6º semestre – Jornalismo/UNI7)

Foto: Arquivo pessoal/Professor Paulo Carvalho

Arte: Hatice EROL

Tags: , , , ,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dezenove + 5 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.