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COPA 2014: Mundial começa nos gramados e manifestantes agendam protestos pelas redes sociais

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Autoridades e aparato de segurança estão de prontidão enquanto categorias dizem que vão às ruas reivindicar direitos

Estudantes protestando contra a cobrança de tarifas em transportes públicos (Foto: Humberto Mota)

Estudantes protestando contra a cobrança de tarifas em transportes públicos
(Foto: Humberto Mota)

Enquanto o governo se diz ‘preparado’ e a Fifa pede uma ‘trégua’ aos protestos, muitos são os motivos alegados por cada categoria para justificar as manifestações nestes 30 dias de jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Trabalhadores da construção civil, estudantes, policiais civis, motoristas e cobradores de transportes públicos, entre outros, pedem mais segurança e melhorias em suas categorias. Mas, nem sempre, as manifestações são pacíficas, seja por parte dos manifestantes ou por parte do policiamento selecionado para a contenção do protesto. E as redes sociais foram e estão sendo o principal canal de articulação das pessoas.

Em Fortaleza, as primeiras manifestações contra a Copa em 2014 começaram no início de maio. Precisamente, no dia 8, quinta-feira. Estudantes se concentraram em frente ao terminal de Messejana, a maioria adolescentes de 13 a 15 anos, reivindicando o passe livre em transportes públicos de Fortaleza. O que mais chamou a atenção foi a ação violenta dos policiais do Comando Tático Motorizado (COTAM) contra manifestantes, pessoas que estavam no local e a imprensa que fazia cobertura do protesto.

"A imprensa vai trabalhar e não pode ser punida por isso", ressalta Humberto Mota  (Foto: Arquivo pessoal)

“A imprensa vai trabalhar e não pode ser punida por isso”, ressalta Humberto Mota
(Foto: Arquivo pessoal)

A ação dos policiais foi registrada pela imprensa que trabalhava no local. Quem esteve lá foi Humberto Mota, repórter fotográfico do jornal O Povo e estudante do 7° semestre do curso de Publicidade e Propaganda da FA7. A impressão que ele teve foi de que o policiamento pareceu agir de forma despreparada, como se não tivessem que seguir ordens. “Eles avançavam e disparavam contra pessoas que passavam nas ruas, sem saber se estavam envolvidas ou não na manifestação”, recorda Humberto.

Além de estudantes e pessoas que estavam no terminal, ou perto na hora, Humberto Mota e a repórter Sara Oliveira, também do O Povo, foram agredidos por policiais. Os dois estavam no exercício do ofício e devidamente identificados. “Crachás e capacetes com o nome ‘Imprensa’, bem grande, não adiantaram muito”, contra Humberto, que teve uma arma apontada para sua cabeça e, Sara Oliveira teve o braço apertado com força por um policial. Os dois registraram boletins de ocorrência (BO) contra os policiais.

Jornalista com experiência em cobertura de segurança pública, Demitri Túlio, repórter especial do O Povo, conta que esse não foi o primeiro caso de agressão e desrespeito contra a imprensa em manifestações em Fortaleza. Durante o #ocupeococó, casos parecidos foram registrados. “O GATE, Grupo de Ações Táticas Especiais, disparou spray de pimenta contra os olhos do repórter fotográfico Fábio Lima, o repórter Bruno de Castro tomou bordoadas da Guarda Civil e uma repórter da TV Diário foi constrangida de todas as maneiras por manifestantes”, destaca Demitri.

Humberto Mota com equipamentos usados em manifestações (Foto: Arquivo pessoal)

Humberto Mota com equipamentos usados em manifestações (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com repórter especial, a tendência durante este período da Copa do Mundo é que o quadro se agrave. “Provavelmente teremos manifestações contra a FIFA, o evento e contra uma agenda de governo (Município, Estado e União) que desagradou parte da população”, finalizou o jornalista.

Para quem é usuário do transporte público, a situação é de cautela e apreensão. É o caso de Ana Maria, que presenciou manifestações no Terminal do Papicu. “A expectativa é que a vida volte à normalidade e melhore logo. Sinto medo de andar nas ruas e nos terminais, sem saber se vai ter manifestação”, afirmou a passageira.

Beatriz Rocha
5° semestre

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