#CONEXÕES: Profissionais debatem novos modelos para o jornalismo digital
Jornalistas discutem os rumos da prática jornalística a partir da tecnologia, do novo ambiente e das ferramentas para o exercício profissional
Como integrar os conhecimentos técnicos do jornalismo com a tecnologia da internet e assim consolidar não o novo jornalismo, mas sim o novo jornalista? Esta foi a questão de fundo do debate com os jornalistas Jordânia Caetano, da Leme Digital, Mauro Santos, do jornal O Povo, e Mauro Costa, da AD2M, mediados pelo professor Magela Lima, da UNI7. Foi a segunda mesa da Semana da Comunicação e Design na UNI7 (Centro Universitário 7 de Setembro), na última segunda-feira, 25.
A partir do tema proposto “O jornalista digital: narrativas, ferramentas e perfil profissional”, os convidados falaram sobre a rotina do jornalista neste novo meio, as técnicas utilizadas no cotidiano, o aprendizado adquirido e como o jornalismo se molda a este novo meio. Cada qual no seu nicho de mercado, os três profissionais falaram sobre como atua e se relaciona nas respectivas empresas.
No repertório, termos muito próximos deste novo ambiente: imediatismo, multimidialidade e interatividade que, juntos, formam um grande atrativo para um mundo que está sempre com pressa. Sem falar de usabilidade, um dos tópicos apontados pelo jornalista Mauro Santos, analista de SEO do Grupo O Povo.
Santos revelou, ainda, que 23% dos leitores do O Povo consomem tecnologia, mas que apenas 0,3% consomem no O Povo Online. E divulgou o trabalho a partir da coluna Tecnosfera, que faz “análises, dicas e notícias sobre o mundo da tecnologia e inovação”, e é escrita por ele e por Dyego Viana, estudante de Jornalismo da UNI7.
Gerente de Conteúdo, Jordânia apresentou algumas ações de marketing digital da Leme Digital. Como exemplo apresentou o que a agência criou para o Projeto Toque de Beleza, em parceria com a Elabore, loja colaborativa. Uma ação para alertar sobre a importância da prevenção contra o câncer de mama, na campanha Outubro Rosa. Ele disse ainda que a agência, embora não faça assessoria, atua em momentos difíceis dos clientes, em gestão de crise, “quando nos reunimos com a assessoria de comunicação do cliente para pensarmos juntos alternativas para enfrentar o momento”, afirmou Jordânia.
Mauro Costa relatou o investimento da AD2M em diferentes áreas de relacionamento com clientes e conhecimentos técnicos do jornalismo. Lembrou, porém, a importância do conteúdo e de narrativas de storytelling como forma de contar histórias relevantes.
O diretor da AD2M chamou a atenção para a realidade de robôs jornalistas. Embora sejam vistos como os ‘jornalistas do futuro’ – “sem cabeça para pensar ou mãos para escrever, e já chegaram às redações em forma de “robôs” redatores que transformam os dados em textos e que já podem ser encontrados integrados em jornais como o francês ‘Le Monde’, em texto da agência EFE”, Costa ressaltou que sempre haverá por trás a figura humana do redator.
Na sessão de debates, o jornalista Mário Kempes fez referência à formação dos estudantes nos cursos de jornalismo e às novas tecnologias do mercado. Os convidados reconheceram que ainda falta atualização curricular, mas concordaram que o perfil dos estudantes está mudando, com experimentações. Diferentemente de outras décadas, os estudantes de jornalismo têm nos cursos mais oportunidades de aprender e fazer o próprio networking.
Fotos: Bruno Moura (2º semestre – Publicidade/UNI7)