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COMUNICAÇÃO: Tradição e tecnologia em ondas sonoras no José Walter

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A rádio comunitária localizada no bairro originou-se há 30 anos, um sonho a pulsar e uma grande vontade de levar arte e cultura para as pessoas, despertou o interesse de pai e filho

A FM Cultura foi inaugurada em 2005 utilizando de forma rápida e imediata o rádio, apenas para repassar aos ouvintes os movimentos culturais no âmbito do bairro. Constrói suas histórias em meio aos anos de dedicação e prazer pela comunicação.

Sair pelo interior do Ceará divulgando a música como trabalho artístico quando na mesma época, em 1999, estava começando o movimento de rádio comunitária. Naquele ano, Júlio Pinto de Sousa decidiu com o filho José Carlos, conhecido como Carlão do Crato, criar uma rádio no bairro José Walter no qual eles passaram a morar.

O resultado, apesar de demorado, deu certo. E, em 5 de junho de 2005, com uma programação variada de todos os tipos de músicas e informações, inicia-se, a FM Cariri que começou na frequência 106,5. O nome Cariri leva a região de onde os criadores nasceram. Após cinco anos Carlos e o pai mudaram o nome para FM Cultura que se chama até hoje.

A rádio FM Cultura 87,9 trabalha há 20 com a perspectiva da diversidade e atinge todos os públicos. Mostra para a população que, todos os estilos musicais e culturais, têm voz. A programação da rádio fala sobre esporte, musical, entretenimento, notícias do bairro e também religião. Possui seis locutores e um presidente de associação o dono da rádio, Júlio Pinto.

Enfrentando a tecnologia

“A rádio passa por um grave problema, hoje a modernização é muito rápida e atinge muitas pessoas de uma informal. Mas é um meio de comunicação antigo e não deixa de ter seu valor, ainda mexe muito com as pessoas é algo de tradições antigas que vem até hoje”. Carlos fala da importância da rádio comunitária em meio à inovação. O bairro José Walter possui uma estrutura pacífica e moradores ecléticos, mas em meio à globalização, a comunidade vem se afastando, o local não possui áreas de lazer ou esporte, o que dificulta a liberdade de usufruir de espaços públicos onde todos têm direito a voz, mas muitas vezes não têm opção. A rádio não faz mais cobertura de eventos pois o bairro não tem demanda.

A diretoria da rádio não queria aderir a tecnologia quando as novas plataformas digitais sugiram, mas acabou cedendo por entender que a globalização muda as pessoas a todo instante. Hoje, a rádio possui redes sociais, mas têm ainda aqueles ouvintes que preferem ir pessoalmente relatar algum acontecido e até mesmo ligar. Por possuir um público bem heterogêneo, a rádio vai sobrevivendo em ser ela mesma e acompanhando a modernização. Carlos relata que as pessoas precisam valorizar mais, que a comunidade precisa se unir. “Quando não existe plural é só singular, a coisa não acontece, está totalmente errada” diz o radialista.

Por ser uma rádio sem fins lucrativos, os moradores precisam ser a voz para o meio de comunicação e cobrar o que não acontece no bairro. “A rádio possui uma grande audiência e, quando se acha que ninguém está escutando, ali ela está”, afirma o locutor.

A comunidade é quem faz a rádio comunitária. “Precisamos nos adaptar à tecnologia, mas lembrar que as tradições lutaram para estar onde estão. Sou jovem mas gosto de entender como cada elemento de informação funciona. Não se trata de resistir, mas sim de ser valorizado”, relata Nathyelle Gomes, ouvinte da rádio. Para finalizar, Carlos afirma que quando o homem perder o prazer de se comunicar com o outro ser humano e for só com a máquina, o mundo acaba.

Texto: Débora Abrantes (4º semestre – Jornalismo UNI7)

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