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CARNAVAL: Prós e contras da suspensão

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Análise da suspensão das comemorações carnavalescas

Atualmente, a realidade da vacinação no país segue avançando. Ao todo, mais de 153 milhões de pessoas foram totalmente imunizadas contra Covid-19. Aliado à vacinação, a média móvel de casos de infecção por coronavírus têm reduzido, bem como a taxa de óbitos pela doença. Desta forma, existe a expectativa da população quanto ao retorno total das atividades, sejam elas as atividades laborais, estudantis ou comemorativas.

O mês de fevereiro é conhecido por ter uma das festas mais aguardadas do ano, o Carnaval, uma tradicional comemoração popular celebrada em diversas partes do mundo. No Brasil, esta celebração é conhecida, além do lazer, por elevar o turismo nas cidades e consequentemente por movimentar o cenário econômico do país, além de gerar empregos temporários durante os dias festivos.

Após o cancelamento das comemorações em 2021, devido a alta dos casos de Covid-19 no país, em decorrência da segunda onda da pandemia, grande parte da população aguardava que neste ano de 2022 os eventos voltassem a acontecer. Contudo, mais uma vez, diversas cidades brasileiras anunciaram a suspensão das comemorações carnavalescas.

Alerta

O comportamento da população em relação ao cumprimento dos protocolos sanitários é um dos fatores que contribui para a redução ou aumento dos casos de Covid-19. Podemos observar, por exemplo, que janeiro de 2022 foi o mês que mais teve notificação de novos casos de coronavírus desde março de 2020, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a pandemia.

Mascarados usam proteção contra o coronavírus no Carnaval de Veneza (Foto: Manuel Silvestri)

As confraternizações de Natal e Ano Novo justificam o aumento alarmante dos casos de Covid-19 no início deste ano, durante essas festividades as pessoas trocam abraços, não cumprem o distanciamento social e abrem mão do uso de máscaras. Por isso a preocupação do Governo do Ceará em que a data não seja celebrada, assim como nos anos anteriores, pois, o Carnaval é tradicionalmente uma festa popular que reúne muitas pessoas.
Segundo o médico infectologista, professor Keny Colares, é possível que uma nova onda de infecção aconteça. “Caminhando para o carnaval, se a gente tiver uma grande parte da população se aglomerando, a gente pode de repente voltar como em alguns países aconteceram, voltar a ter uma elevação na curva de casos.”, alerta.
Desde o início do mês de fevereiro, o Brasil encontra-se no estágio de diminuição de novos casos de infecção, mas para manter essa estatística é preciso que o cuidado seja redobrado. “A curva de casos nas últimas três semanas ela vem em queda, mostrando que talvez a gente já tenha passado pelo pior, desde que a gente não descuide e volte de novo a se desproteger.”, conclui o infectologista.

Economia
Sem dúvidas, o cenário econômico é um dos afetados com a não realização das festas tradicionais de carnaval. De acordo com o economista, Wandemberg Almeida, “O carnaval é uma festa que movimenta bilhões na economia, tendo um impacto muito positivo. Essa festa gera um impacto de mais de 7 bilhões de reais para economia brasileira, envolvendo vários outros setores, como o setor de comércio, de serviço,setor cultural e turistico, onde todos os municipios tem um aumento de 20% em suas arrecadações devido o feriado de carnaval. Por isso, a importância de uma festa como essa.” Em relação a geração de emprego no período carnavalesco, para o economista ” O evento do carnaval gera mais de 20 mil empregos, tanto diretos como indiretos. Os municipios se preparam, o setor público e o setor privado investem para receber o público, além do setor de hotelária e tantos outros visando ter uma receita um pouco maior. Então perceba como a suspensão das festividades acaba envolvendo e impactando várias cadeias.”

Desfile em Duesseldorf, tem figura representando o coronavírus. (Foto: Thilo Schmuelgen)

Ao analisar o segundo ano no país, sem as tradicionais festividades, o economista Wandemberg Almeida relata “Mais um ano sem a festividade traz um prejuízo enorme para a população local. Estavámos em um momento de retomada e muito por conta da terceira onda da pandemia não iremos ter pelo segundo ano a movimentação economica gerada pelo carnaval.” Ele finalizou relatando que é importante que medidas que visem coibir maiores impactos economicos sejam tomadas : “É importante que o Poder Público comece a criar políticas públicas para tentar manter as pessoas que dependem de festividades e da circulação de pessoas para que eles não sofram tanto. Nós sabemos que as pessoas queriam o carnval para tentar equilibrar suas contas, mas se não teremos carnaval o Poder Pública precisará se responsabilizar e procurar criar linhas de crédito, políticas públicas e meios para que se evite que as portas econômicas se fechem ainda mais.”


Com o objetivo de auxiliar na economia do Ceará neste período de ausência de festividades de carnaval, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza solicitou ao Governo do Estado para que fosse liberado o funcionamento do comércio na segunda-feira e terça-feira de Carnaval. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, os shoppings seguirão com o funcionamento normalizado durante todo o período. Já as lojas de bairro e comércio de rua do Centro da Capital abrirão conforme decisão pessoal de cada comerciante. O funcionamento seguirá normalizado na Quarta-feira de Cinzas.


O presidente da CDL de Fortaleza, Assis Cavalcante, explica que solicitou ao Governo do Estado para que fosse liberado o funcionamento do comércio na segunda-feira e terça-feira de Carnaval como forma de reparar as perdas econômicas geradas pela pandemia. “No ano passado, o comércio funcionou durante o Carnaval e tivemos um resultado bastante satisfatório. Por isso, nós recomendamos aos lojistas que abram as suas lojas e oferecem promoções que possam levar o consumidor às compras. É hora de faturarmos e acompanharmos a retomada da economia ainda bastante afetada pela pandemia”, afirma Assis Cavalcante, destacando que a maioria dos comerciantes devem abrir as lojas.


Texto: Marília Karen (3° semestre / Jornalismo) e Eduardo Sampaio (6° semestre / Jornalismo)

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