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A busca pela sensibilidade do repórter

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Com olhar aprofundado e sem estereótipos, Eliane Brum ensina como fazer reportagens aprofundadas e cheias de detalhes

A sensibilidade no olhar foi o principal ponto abordado pela jornalista e escritora Eliane Brum, na palestra intitulada “Amazônia e memória: o papel do repórter na documentação das narrativas de conflito”, que ocorreu na 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo, de 12 a 15 de outubro, no Rio de Janeiro. Eliane, como de costume nas suas palestras, leu. O seu texto, de dez páginas, falou exatamente sobre o seu trabalho ao explorar o mundo nas suas reportagens, destacando seus trabalhos na região Amazônica.

Da esq. para a dir.: Liane Braga, Eliane Brum, Amanda Nogueira e Iury Costa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Da esq. para a dir.: Liane Braga, Eliane Brum, Amanda Nogueira e Iury Costa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Para Eliane, o bom repórter não pode ter um olhar fixo. É necessário um olhar com movimento, que seja possível analisar de forma aprofundada o outro e o ambiente que o rodeia. “Com o olhar em movimento, podemos, de maneira mais verdadeira e justa, transformar o que vemos em um relato escrito, dando uma riqueza de detalhes para o nosso leitor”, disse.

A jornalista falou sobre os estereótipos que parte da mídia faz questão de disseminar. “Quando há matérias falando sobre índios, por exemplo, algumas empresas jornalísticas optam por passar a impressão de que eles são selvagens. O mesmo acontece com garimpeiros, que, ocasionalmente, são vistos como bandidos e as prostitutas, representadas como vítimas. Mas não é bem assim. Tive a oportunidade de conhecer prostitutas que gostam de fazer o seu trabalho. É preciso saber ouvir para perceber as diferenças”, frisou.

Durante o tempo que passou em campo fazendo as suas reportagens, Eliane procurou mostrar pessoas normais com histórias fantásticas. “Todas as pessoas possuem uma história fascinante para ser contada. Cabe ao repórter saber ouvir e olhar de forma aprofundada para essa pessoa. É preciso deixar de ser apenas um reprodutor de discursos para se tornar um repórter de fato”, disse a jornalista.

Quem é ela?

Para Eliane, o bom repórter não pode ter um olhar fixo. É necessário um olhar com movimento, que seja possível analisar de forma aprofundada o outro e o ambiente que o rodeia. (Foto: Liane Braga)

Para Eliane, o bom repórter não pode ter um olhar fixo. É necessário um olhar com movimento, que seja possível analisar de forma aprofundada o outro e o ambiente que o rodeia. (Foto: Liane Braga)

Eliane Brum é jornalista, escritora e documentarista. Trabalhou por dez anos na revista Época, tanto como repórter e colunista. Atualmente é jornalista independente e financia as suas próprias reportagens.

Alguns de seus livros:

O Olho da Rua – Uma Repórter em Busca da Literatura da Vida Real, Editora Globo
A Menina Quebrada e Outras Colunas de Eliane Brum, Editora Arquipélago
A Vida que Ninguém Vê, Editora Arquipélago

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