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Brasil celebra 199 anos de independência

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Quase bicentenário, o país guarda em sua história momentos de luta e esperança

O Brasil celebra 199 anos de independência nesta terça-feira, 7 de setembro. São quase 200 anos de independência de Portugal e muitos foram os eventos que ajudaram a moldar as formas, cores e valores da nação tupiniquim. Embora o grito de independência às margens do Ipiranga tenha acontecido em 1822, os eventos que culminaram em um Brasil nação começaram em 1808, na Europa dominada por Napoleão Bonaparte. À primeira vista, o imperador francês e o Brasil parecem não ter nada em comum. Mas os eventos históricos falam o contrário. Unidos pela lógica de causa e consequência de eventos, Brasil e Napoleão possuem algo em comum. Não fosse a investida napoleônica contra Portugal, D. João VI e a corte portuguesa não teriam nenhum respaldo para planejar às pressas uma viagem ao Brasil sem previsão de volta às terras lusitanas.
A chegada da corte portuguesa no litoral baiano em 1808 no mínimo acelerou o processo de independência brasileira. O professor de história Márcio Michiles, residente da cidade de Fortaleza, reitera que a chegada da família real ao Brasil foi importante para impulsionar a independência.” A chegada da família real portuguesa no Brasil alterou as estruturas econômicas, permitiu liberdades que antes como colônia não tínhamos, como bibliotecas, universidades, e o fim do pacto colonial. “

A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia. Obra de Candido Portinari, 1952


O professor lembra, porém, que o processo de independência passou por momentos de tensão. Após a derrota de Napoleão, o Congresso de Viena convocou que todos os reis retornassem aos seus tronos, tirados pelo imperador francês. “Com o retorno de D.João para Portugal, todas essas mudanças iam ser perdidas ou estavam ameaçadas, daí o contexto da independência. A sociedade brasileira não queria perder as novas condições” Não demorou muito para que o monarca português elevasse o Brasil de colônia para o Reino de Portugal,Brasil e Algarves. Michiles afirma que a elevação do Brasil ao status de reino foi uma manobra política ocorrida por conta do Congresso de Viena, e objetivou tornar o Brasil a nova sede do governo, fazendo com que D. João já estivesse “sentando em seu trono”. Sucedendo ao seu pai, D. Pedro I concretizou a separação entre o Brasil e Portugal em 1822, ao gritar “ Independência ou Morte!”.

Independência ou Morte, também chamada de O Grito do Ipiranga. Obra de Pedro Américo, 1888.

Após a criação da nação brasileira independente, o país passou por mais momentos marcantes em sua história política e social. Ao longo de sua jornada enquanto Estado soberano, o Brasil ganhou sete constituições, sendo a mais atual datada de 1988. Entre lutas, revoluções e períodos de paz, o povo brasileiro foi edificando sua história. Desde os anos 1940, o Brasil se tornou um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, chegando a ser considerado o “celeiro do mundo”.Por sua vastidão territorial, ganhou notoriedade internacional entre os países sul-americanos e importância na Assembleia Geral das Nações Unidas. Nos esportes, continua a liderar o ranking das nações com mais títulos de campeonato internacional de futebol.
Hoje, o Brasil desfruta de uma história rica, testemunha da força e da garra do povo brasileiro. Apesar dos desafios a serem superados, o professor de história acredita em um Brasil mais próspero para o futuro, em que o conhecimento é a chave para uma nação mais esclarecida. “A verdade dos fatos e a análise crítica do que acontece no mundo pede paciência e estudo. Acredito que vamos amadurecer e superar essa situação. A fé num Estado mais digno é um alento que sempre buscamos. No século XXI, muita infraestrutura que não existia foi implantada. Se faz necessário acreditar que vamos diminuir as desigualdades de forma real”
Quem também acredita em um futuro próspero para o Brasil é Lorena Macedo, estudante de jornalismo e mãe de Benaiah,1. Ao ser questionada sobre suas expectativas para um Brasil do futuro, Lorena afirma que deseja um Brasil com oportunidades igualitárias de educação. “ Que o meu filho tenha as mesmas oportunidades que o filho do coletor de lixo, por exemplo. Nós sabemos que as realidades são bem diferentes e que as oportunidades não chegam para todos”. Ainda falando de sua esperança em um futuro próspero, Macedo deposita sua fé em sua própria geração, afirmando que a mesma acordou para questões importantes. “ Nossa geração é aquela que está acordando, que estuda e entende de política. Daremos voz e vez sobre aquilo que nós sabemos”.
Ao falar sobre a geração de seu filho, Lorena afirma desejar que Benaiah cresça ciente de que sua voz importa e é necessária para o país. “ Eu desejo que meu filho saiba que ele tem uma voz, que ele não é apenas mais um CPF. Que ele tem o direito de lutar pelo que ele desejar para o Brasil”. Quem também dividiu seu desejo de um Brasil futuro foi o estudante Lucas Monteiro, 25. Lucas afirma desejar um país que supere o ódio. “Eu não imagino, eu desejo um país que supere a divisão. Que supere o ódio e volte a dialogar. Que seja a nação feliz que eu conheci na infância e adolescência. Quando se conquistava as coisas, quando se tinha algo verdadeiro. Um sorriso.”
A voz da estudante Lorena Macedo, de Lucas Monteiro e do professor Michiles se somam a outras milhões de vozes que ecoam Brasil afora, esperando por um futuro que traga um Brasil melhor para as próximas gerações. O Brasil guarda em seu seio a resiliência e potencial necessários para superar problemas. É possível imaginar um Brasil sem fome, desigualdade ou violência. E que este 7 de setembro sirva para lembrar de que o povo brasileiro jamais abre mão de sua esperança por um futuro promissor, pois como já diria o hino nacional : “ Verás que um filho teu nunca foge à luta”.

Texto: César Rodrigues ( Jornalismo- 4° semestre)

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