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CONVERSA: Bernardo Lamparina debate e critica os mecanismos de racismo no país

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Uni7 Informa

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Membro do Movimento Negro Unificado (MNU), produtor gráfico e publicitário, ele criticou as diferentes formas de discriminação racial na sociedade brasileira

A segunda edição do projeto “Precisamos Conversar Sobre”, na manhã da última quarta-feira, 18, rendeu muitas reflexões no Teatro Nila Soárez, no Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). Com o tema “Questões Raciais”, o convidado Luiz Bernardo Lamparina deu palestra e debateu com os alunos e professores. A mediação foi do doutor e professor Wagner Castro, da UNI7.

Negro e filho de mãe escrava, Bernardo disse que sua colaboração na criação da Coordenadoria de Política de Promoção da Igualdade Racial é o marco em sua trajetória para que se afirmasse na luta contra o racismo. Das discussões levantadas pelo órgão na cidade, surgiu a Lei 9.956/2012, que trata de um plano municipal que busca oferecer ações e programas aos grupos étnicos historicamente discriminados. Ele ressalta ainda que políticas afirmativas que buscam a equidade são necessárias para cidade como um todo, e não somente à sua população negra.

Apesar de o Brasil ser o segundo país com maior número de negros em sua população, o racismo ainda é assunto denso e precisa ser debatido, diz Luiz, que também abre espaço para falar da questão da configuração econômica e política do negro no país. Hoje, apenas 14% do patrimônio nacional pertencem a algum negro. Quanto à política, os números caem mais ainda. “Em nível de representação, estamos sem representação”, afirma Lamparina.

Bernardo entende que por trás dos mecanismos que configuram os problemas de desigualdade da sociedade, está embutido o racismo e isso tem explicação. Em paralelo com o pensamento do convidado, Wagner complementa: “Toda nossa história é contada por brancos. A versão dos portugueses é que está nos livros de História. Eles fizeram questão ainda de aniquilar a memória dos oprimidos e manter a visão do dominador”.

Ao ser questionado por uma aluna do curso de Psicologia sobre o crescimento de 54% nas mortes de mulheres negras, enquanto o de mulheres brancas caiu em 10%, Luiz Bernardo citou o caso Marielle Franco e a marcha das mulheres negras, lamentando o fato do Brasil ser extremamente violento com o negro. “Na sociedade brasileira, o crescimento dessa violência é racial, que agora aponta para a distribuição de benefícios entre brancos e negros”, complementou. Ressaltou também que a África, maior contingente de negros, está em todos nós, seja na música, comida, vocabulário ou traços.

Em meio ao debate, Lamparina comentou também sobre a rede Kilofé, que é uma ação criada após um seminário no Ceará, para a discussão econômica da população negra. E em busca de representividade, o debate foi iniciado resultando em um departamento de empreendedorismo negro.

O “Precisamos Conversar Sobre” é uma iniciativa do curso de Direito da UNI7 e visa a promover para os estudantes, debates sobre assuntos latentes na sociedade e que acrescentem em sua vida acadêmica e pessoal. “É importante conversar sobre esses assuntos para abrir a mente de algumas pessoas”, afirma Lennon Costa, aluno do curso de Publicidade e Propaganda.

TEXTO: Bruna Ramos (2º semestre – Jornalismo/UNI7) e Vitória Barbosa (2º semestre – Jornalismo/UNI7)
FOTO: Laura Luiza (2° semestre – Publicidade & Propaganda/UNI7) e Deisa Rocha (4° semestre – Jornalismo/UNI7)

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