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ARTE DE RUA: A praça é local de intervenção e de graça

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Técnicas de circo são usadas para proporcionar diversão e produzir renda de forma alternativa em locais públicos

Os palhaços João Victor e David Santos em apresentação na praça do Ferreira

Os palhaços João Victor e David Santos em apresentação na praça do Ferreira

Levar a arte para a rua. Este é o objetivo de muitos artistas que estão inconformados com a falta de acesso das pessoas no que se refere às manifestações culturais. São palhaços, malabaristas, acrobatas, que podem ser vistos nas praças e avenidas de Fortaleza, quase todos os dias, interferindo de forma descontraída na rotina das pessoas.

O artista David Santos, 25, palhaço há cinco anos e membro do grupo as 10 Graças, diz que sua motivação para fazer arte foi a inquietação de interferir no cotidiano das pessoas sem ser de forma comercial, mas trabalhar na rua requer dedicação e uma disciplina para que tudo saia como planejado.

Apesar de não encarar como um desafio realizar suas atividades como palhaço nas ruas, ele diz que uma das grandes dificuldades em ser um artista independente é o financeiro. As apresentações são feitas quase diariamente, pois não há outra atividade rentável e não existe patrocínio para o grupo. A única fonte de renda vem do povo, é o “sistema do chapéu” que funciona nesses tipos de atividades, quando o palhaço passa o seu chapéu e arrecada o dinheiro do público.

O artista nômade precisa entender como funciona a rotina da rua e se adaptar as situações corriqueiras. As atividades de interação com o público requerem sagacidade e muito improviso para saber usar os imprevistos a seu favor. As crianças costumam ser aliadas nesse trabalho nas ruas, pois elas são o público mais curioso e interessado.

Amanda Aristides, 20, realiza performances artísticas há dois anos em locais públicos e diz que a rua é seu lugar de gente, é o lugar de tirar as máscaras e se despir. Ela vê nesse ambiente uma forma de mostrar suas ideias e reflexões. “Na rua, a gente mete as caras pra dizer e mostrar nossas ideias, o que estamos movimentando, nossa arte e que existimos. O artista de rua é um ser muito político e isso me traz também a relação com a nossa cidade no sentido de ocupá-la”, Disse.

Amanda diz que a interação com as pessoas é muito mais forte e a troca acontece da forma mais pura quando se apresenta nas ruas. Ainda assim ela diz que seu trabalho é de “re existência” e que muitas pessoas ainda pensam que os artistas são vagabundos.

Pouco a pouco a cultura circense entra na rotina de Fortaleza graças aos profissionais que dão visibilidade às práticas dos espetáculos. A professora Tatiana Valente, que ensina a técnica do tecido acrobático, fala que muitos dos seus alunos estão interessados não só na técnica, mas também nos benefícios que a atividade proporciona para o corpo.

O espaço cultural Galpão da Vila, no bairro Benfica, é o local que reúne artistas da cena independente e promove cursos e oficinas de diversas áreas da arte. Propondo incentivar os trabalhos de teatro, circo, dança e artes visuais o espaço está aberto ao público que deseja iniciar na carreira artística em Fortaleza.

Diogo Vieira
3º semestre

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