Alunos da Fa7 participam da 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo
Além da 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo, outros dois eventos ocorreram simultaneamente: 8º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e a 5ª Conferência Latinoamericana de Periodismo de Investigación
Discutir os rumos do jornalismo atual, compartilhar conhecimentos e promover a liberdade de imprensa. Esses foram os principais objetivos da 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que ocorreu de 12 a 15 de outubro, na cidade do Rio de Janeiro. Cinco alunos do curso de jornalismo da Faculdade 7 de Setembro participaram do evento. Na ocasião, também ocorreram outros dois seminários: o 8º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e a 5ª Conferência Latinoamericana de Periodismo de Investigación.
Na cerimônia de abertura, o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Moreira, relatou a importância do evento, que foi organizado em 18 meses de trabalho. “Nesses três eventos simultâneos, temos mais de 1.200 palestrantes que vieram de 60 países. Iremos trocar muitas experiências e conhecimento sobre os novos rumos da nossa profissão”, declarou ao público.
Painéis
No primeiro dia da Conferência, o painel intitulado “Profissão: repórteres”, contou com a presença dos jornalistas Caco Barcellos e José Hamilton Ribeiro. Os profissionais relataram experiências e discutiram os maiores desafios dos repórteres na atualidade.
Hamilton Ribeiro, que está na equipe do programa Globo Rural, utilizou o quadro do auditório para mostrar ao público uma equação: “Grande reportagem é a soma de bom começo e final, às vezes, trabalho e talento”. Segundo ele, um bom repórter precisa ter tempo para aprofundar as suas matérias, personagens interessantes e a ilusão de que está fazendo algo para mudar o mundo. “Sem esses ingredientes, o repórter cai em decadência e acaba fazendo um trabalho superficial. Uma boa reportagem deve ser que nem um filme, onde todos pedem mais e, para isso, é importante ir às ruas e não ficar apenas na frente de um computador. Confiar na internet pode ser, muitas vezes, perigoso”, alertou.
Ao ser questionado sobre a exigência do diploma, Hamilton afirmou que o jornalismo é formado por vocação e formação. “É preciso ter treinamento para exercer a nossa profissão. O diploma é necessário”, disse, deixando claro que para a realização de uma boa reportagem, várias fontes de pesquisa devem ser utilizadas.
Caco Barcellos, que conciliava a sua faculdade de jornalismo com o trabalho de taxista, concordou com o colega e analisou a influência das novas mídias digitais na carreira de repórter. “As mídias são bem-vindas para as pessoas que querem se comunicar. Mas é preciso ter cautela ao utilizar essas ferramentas, principalmente quando se acusa alguém, já que o alcance é grande e o resultado instantâneo”, disse.
O jornalista aconselhou os presentes a terem cuidado com reportagens de denúncias. Segundo ele, o acusado deve ser respeitado, sendo o primeiro a saber que será denunciado. “É preciso consultá-lo. Dê a ele a oportunidade de provar que a denúncia é falsa. No início, ele ficará indignado, mas, com o passar do tempo, ele vai respeitar você como repórter”, afirmou.
Segundo Barcellos, a imprensa está sensacionalista, e qualquer declaração pode se transformar em uma matéria. “Não é bem assim. Isso é sensacionalismo. Cada declaração precisa ser comprovada como verdadeira antes de ser publicada, mesmo que se tenha como provar que uma pessoa a disse. É preciso ter cuidado, principalmente para não prejudicar ninguém”, finalizou.
por Fernanda Dias
Muito legal essa conferência.
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