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7 REGIONAIS, UMA FORTALEZA: Centro de história, passeio e cultura

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Uma caminhada pela área é como ver a história contada por um acervo cultural de edificações e praças

Senhoras e senhores,
O espetáculo vai começar
Estejam todos em seus assentos,
As luzes irão se apagar
Seja na torrinha ou no freezer andar,
Bem-vindos ao Theatro José de Alencar.

Você certamente já deve ter passado em frente ao Theatro José de Alencar, sem saber o que há por trás da sua arquitetura eclética de 104 anos, no Centro de Fortaleza. Referência comercial da cidade, pessoas transitam por esta região central numa correria só. Não se dão conta, porém, do valor histórico e dos tesouros culturais, com seus prédios dos mais diversos estilos, formas e tamanhos. Assim como o próprio Theatro, um dos equipamentos culturais no âmbito da Secretaria Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor).

A fachada da entrada, feita de alvenaria, em estilo neoclássico, pode ser um fator que prejudica o reconhecimento do monumento. Afinal, a fachada mais conhecida, por meio de fotos e vídeos, é totalmente diferente. Exuberante em ferro fundido, importado da Escócia, esta dá as boas-vindas por meio do pátio interno, com a composição de estrutura metálica e vidraças coloridas.

Na sala de espetáculo, a arte começa antes mesmo das cortinas se abrirem. Está por todos os lados, nos mínimos detalhes. Do piso ao teto, passando por mobílias e pinturas. Cada andar possui um contexto. Os camarotes, por exemplo, são nomeados em alusão às obras do romancista José de Alencar.
O edifício, a propósito, é carregado de conexões históricas. Contornando a borda do teto, correntes douradas envoltas de folhas e rosas percorrem o Theatro. Elas representam a luta pelo fim da escravidão no Ceará. O estado foi o primeiro a abolir o escravismo em 1884, no Município de Redenção. Há que se ressaltar, porém a liderança do pescador Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, que ficou conhecido por Dragão do Mar. Alguns anos antes, ele liderou um movimentou, impedindo o embarque de escravos no porto de Fortaleza.

Como se não bastasse toda essa riqueza memorável de dentro do esquete, fora há uma extensão a céu aberto. O jardim criado pelo paisagista Burle Marx contempla o ecossistema regional com plantas e árvores típicas da nossa terra. Assim, como um palco ao ar livre, com parede de fundo revertida em cascata de folhas e flores.

Muito rico não é mesmo? Porém, estamos tão preocupados em conhecer o mundo afora que acabamos por nos esquecer do “nosso quintal”.

Que tal irmos ao Passeio Público caminhar?
Com vista para o mar,
O navio Hope você pode enxergar.
Lá tem muito verde e ar puro,
Pode ir que é seguro.
Fazer um piquenique seria bom,
É ideal para unir a família e amigos,
Dá até pra rolar um som.
Muitas estátuas há por lá,
Então junta a turma e abraça o baobá.

Campo da Pólvora, Largo de Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital da Caridade, Praça da Misericórdia, Praça dos Mártires, e Passeio Público. Cada denominação representa uma fase significativa do lugar. Foi projetado por Silva Paulet e construído em 1890, próximo ao Forte de Nossa Senhora da Assunção e em frente a um clube carnavalesco, o Clube Cearense, frequentado pela elite cearense da época, e que hoje abriga o Museu da Indústria. Possui uma árvore centenária que, se soubesse falar, teria muito pra dizer. É o Baobá, plantado pelas mãos do próprio Senador Pompeu. O espaço é testemunha da morte dos revolucionários cearenses que aderiram à Confederação do Equador e foram fuzilados em público, assim como da transformação de uma sociedade.

O jardim já foi dividido originalmente em três níveis, um para cada classe social (alta, média e baixa), com ricos de um lado e pobres do outro. Assim, tempos depois, foi abandonado por ambos os lados, deixando de ser lugar para a família e se torna referência de criminalidade e prostituição. A beleza do lugar, no entanto, resistiu a todas as transformações.

Com muito verde vindo das várias plantas do lugar, o ar é puro e bem arejado. De vista para o mar, é possível avistar um navio encalhado na orla de Fortaleza ou mesmo alguns outros chegando e saindo do porto da cidade. O Passeio Público foi tombado pelo Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1965.

O lugar é bucólico e tranquilo. Depois de andar pelo Centro de Fortaleza fazendo compras, é uma ótima opção para desacelerar o ritmo, comer, ouvir um chorinho ou apenas o som dos pássaros.

Museu do Ceará: uma aula de história expositiva
Atenção
Não toque no punhal de lampião
Tampouco nas vestis do padre
Pare
Repare
Veja a pedra polida e a lascada,
A arte tupi-guarani diversificada

Os bens culturais citados nesta matéria, assim como outros, estão espalhados pela cidade e reunidos num espaço que preserva o contexto de cada um. O Museu do Ceará é um deles. Retrata trajetórias vividas por nossos antepassados, expostas por meio de objetos e alguns artefatos. É uma maneira de provar o que vimos nos livros e nas aulas de história da escola. Afinal, se imagens valem mais do que palavras, imagina o objeto em si.

A primeira planta de Fortaleza, armas, balas de canhão, uniformes de generais, alguns objetos de tortura para escravos etc. Exibidos com o intuito não apenas de contar uma história, mas sim de nos sensibilizar. Chamar a atenção do que foi, o que ocorreu até chegarmos onde estamos hoje. E os equipamentos estão no âmbito de gerenciamento da Regional do Centro.

O Theatro José de Alencar, o Passeio Público e o Museu do Ceará são equipamentos culturais tombados pelo Iphan. Isso quer dizer que estão sob a proteção do órgão e nenhuma obra brusca que modifique o bem poderá ser realizada sem antes passar pela autarquia. Desta forma, a identidade cultural que integra a origem e tradição de um povo, será mantida o máximo possível.

Cintya Paula
7º semestre

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