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7 REGIONAIS, UMA FORTALEZA: A busca por convivência de felicidade

  • Visão frontal do Maraponga Mart Moda. Um dos princiapais investimentos financeiros do bairro
  • Entrada do Maraponga Mart Moda
  • Na pracinha em frente ao maraponga Mart Moda florecem os micro empreendimentos
  • No entorno da logoa do Mondumbim, embaixo da frondosa árvore, um ponto de encontro estruturado para os drogrados
  • Lagoa do Mondumbim
  • Apesar das promessas de revitalização da lagoa do Mondubim, a área necessita de uma infraestrutura maior que uma limpeza das águas
  • Casebres e lixo contrastam com carros novos na beira da lagoa do Modubim
  • A entrada do beco da Roseane no Bom Jardim
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O sentimento de pertencer a uma comunidade, de ser útil e respeitada é o bem mais cultivado pelos moradores

A Maraponga é um bairro tradicional, situado na Zona Sul da capital. Na década de 1970 até o fim dos anos 80, o bairro passou a ser das casas de veraneio. Atualmente, é quase todo utilizado para moradia. Possui ainda uma área verde tão preservada, que os moradores entendem que deveria merecer mais atenção por parte do poder público. São, ao todo, 18 bairros que compõem a Secretaria Regional V de Fortaleza, com pouca infraestrutura cultural, mas de muitas histórias de vida.

Uma das principais vias da Regional V é movimentada Avenida Godofredo Maciel, que funciona como importante corredor do setor comercial: consultórios médicos, lojas, churrascarias e supermercados tais como o Carrefour e o Pinheiro Supermercado, além da sede do Detran-CE.

Outra rua importante é a Francisco Glicério, onde fica localizado o Shopping Maraponga Mart Moda. O shopping requalificou todo o comércio no entorno, além de ter ampliado seus serviços. No início, era apenas um shopping para os vendedores se abastecerem e revenderem os produtos. Investindo em conforto e comodidade o Maraponga Mart Moda dispõe de um hotel interno, segurança 24 horas e mais de 400 marcas atraindo pessoas do todo Ceará para comprar e revender peças de roupas com todo conforto.

Nos trilhos de Baturité
“Tinha sete anos, na década de 1950, quando meu pai decidiu morar em Mondubim”. Esta é a primeira lembrança de Marilza Soares Pessoa, 74, ao começar sua descrição de sua infância no bairro. Ela recorda as recomendações do doutor Luiz de França, médico da família, de que somente os ares do Mondubim curaria a asma do irmão dela, Roberto.

“E assim passamos a melhor fase da nossa infância. Tomávamos banho de lagoa todos os dias. A vizinhança era muito boa, todos eram amigos e levávamos a vida de uma cidade típica do interior. Esperávamos ansiosos pelo trem que passava em frente à nossa casa. Ao passar, ele levava para as ruas todos os moradores. Esse mesmo trem que era motivo de alegria para nós, para papai significava hora de ir e voltar para o trabalho em Fortaleza,” na descrição sentimental de Marilza.

Passado mais de um século, o Mondubim hoje em nada se parece com o bairro bucólico de outrora. Grades e cadeados separam a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a estrada de ferro de Baturité de quem se atreve a chegar mais perto.

A população daquele bairro vive impedida de usufruir, com segurança, as belezas naturais, como a Lagoa do Mondubim. “A lagoa é perigosa. É lugar de malandragem e ponto de encontro dos viciados. É tão deserto, que nem a polícia vai. De vez em quando aparece o corpo afogado, de quem se atreveu a mergulhar na lagoa embriagado”, diz Josimar de Jesus dos Santos. Até o Centro Urbano de Cultura, Ciência, Arte e Esporte, o CUCA, em frente à lagoa, que era para ser um lugar de cultura e lazer ainda está fechado e gradeado. A violência, a sujeira e a falta de infraestrutura se sobrepõem ao belo cenário.

De chácara à favela
A família Gentil tinha uma chácara na área que hoje é o bairro do Bom Jardim. Na década de 1960 surgiram as primeiras famílias no bairro. O empresário João Gentil loteou o terreno e vendeu a preços populares. Augusta Batista, aposentada, mora na Rua Nereide e relembra: “Comprei um quartinho nos anos 70. Fui construindo bem devagarinho, com o salário de empregada doméstica, junto com o salário do meu marido. Hoje, minha casa tem nove cômodos e tenho conforto. Mas, foi construindo um cômodo de cada vez”.

Com o crescimento desordenado, surgiram as primeiras favelas. A partir do final dos anos 90, o bairro aprazível cede lugar para áreas populares e hoje figura entre os bairros mais perigosos da Capital, segundo estatísticas. Uma cena comum, plena duas horas da tarde, é encontrar casas e comércios, no entorno da Rua Nereide, fechadas e com grades. Pessoa na rua é algo raro, infelizmente.

Não há colégio próximo, as praças são depósitos de lixo. Saneamento, iluminação, segurança são palavras apenas. Para Tereza Souza Lima, 64, das autoridades responsáveis não se espera nada. “Entra governo, sai governo e tudo continua igual. Esperança só em Deus”. A impressão é de abandono completo, onde os cidadãos são obrigados a viver enjaulados e os ditos foras da lei transitam com segurança pelas vias públicas. A inversão de valores parece ser regra.

Mas, nem tudo é tão pessimista assim. Ainda resta esperança. No Bom Jardim, num acesso à Rua Nereide, é lugar de muito amor e felicidade. Roseane Souza Lima, 38, moradora do bairro, se diz feliz. Seu quartinho é humilde, mas é o seu lar e de seus filhos. “Meu único sonho é poder arrumar melhor seu cantinho e dar mais espaço para meus filhos brincarem com segurança”, acredita. Felicidade, para muitos, está dentro do ser humano e não em grandes monumentos, como alerta o exemplo de vida de Roseane.

Mimosa Pessoa
7º semestre

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