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TÍTULO DE ELEITOR: A relação dos jovens com a política

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Texto, Uni7 Informa

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Cresce a procura pela primeira emissão do título de eleitor por jovens, na faixa etária de 15 a 17 anos.

Em 2022, acontecem as eleições para presidente, governadores, deputados estaduais e federais e senadores no Brasil. Superando uma turbulenta fase com a pandemia que assolou o país, a sociedade teve que enfrentar ainda as quarentenas, que inviabilizaram grande parte dos serviços prestados à população. As consequências desse processo levaram ao aumento do desemprego no país, crescimento do trabalho informal e problemas graves de saúde mental em grande parte da população, mas trouxe inovações em sistemas que já existiam, como por exemplo, o Título de Eleitor, que passou a ser tirado de forma digital, com o intuito de viabilizar o acesso ao documento. Como resultado, houve uma grande demanda da procura por essa ação, principalmente pelo público jovem apto a votar nas eleições.

Segundo a Justiça Eleitoral, o alistamento realizado no mês de março deste ano registrou um salto de 45,63%, quando comparado a fevereiro do mesmo ano entre adolescentes de 15 a 17 anos, faixa etária para a qual o voto é facultativo. Ao todo, entre os jovens com essa idade, o número de novos títulos passou de 199.667 em fevereiro para a marca de 290.783 em março. Chama a atenção o aumento da procura pelo documento entre aqueles com apenas 15 anos: em março, foram emitidos 23.185 novos títulos para esses adolescentes, contra 12.297 documentos em fevereiro, um incremento de 88,5%.

Marcel Leonardo, coordenador de atendimento ao eleitor do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), falou sobre a relevância das redes sociais nesse contexto, que movimentou os jovens nessa fase inicial da retirada do Título de Eleitor: “Aparentemente os jovens vinham estimulados pelas suas famílias. Depois de algum tempo com a repercussão dessa informação nas redes sociais, o estímulo por alguns influenciadores digitais e apresentadores de TV, essa vontade do jovem mudou. Agora é dele mesmo a intenção de participar ativamente na política”, enfatizou Marcel Leonardo.

INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAS

Nos últimos dois meses, com a aproximação do prazo para tirar e renovar o título de eleitor, os meios de comunicação vêm propagando uma forte campanha para convencer os jovens a votarem pela primeira vez, em quatro anos. Artistas e influenciadores como Anitta, Juliette, Zeca Pagodinho, Whindersson Nunes e Luiza Sonza também participam desse movimento. Para o coordenador de atendimento do TRE-CE,  “Certamente após a divulgação da imprensa, a procura não só pelos jovens, mas de toda a população ao serviço da justiça eleitoral cresceu, especialmente nesses últimos dias do prazo, lembrando que o prazo fecha agora no dia 4 de maio, 150 dias antes das eleições”.

O NOVO FORMATO DIGITAL

A novidade deste ano está na maneira como se obtém o documento.  Em 2016, o título de eleitor era emitido de forma manual, e o cidadão somente poderia obter o documento de forma presencial em um órgão específico. Em 2017, foi criado o programa “E-título”, aplicativo móvel da Justiça Eleitoral que permite o acesso a uma via digital do título de eleitor, entre outras funcionalidades que facilitam a vida de quem o utiliza.

Site do TSE bate recorde de atendimento em 2022
Foto: Joyce Gadelha / NPJOR

Com a pandemia, em 2020, o lockdown impossibilitou a ida de cidadãos aos órgãos públicos, e a forma digital de obter o documento acabou prevalecendo sobre a manual. Nesse intervalo de tempo, cresceu a demanda dos jovens na busca pelo título de eleitor e mesmo após a liberação dos protocolos de segurança e saúde sanitários aqui no Ceará, a retirada desse documento por via digital superou as expectativas.  

A sociedade juvenil brasileira avaliou a situação como positiva, trazendo opiniões que complementam, de forma otimista, o novo meio adotado pela Justiça Eleitoral sobre essa modernização no processo democrático. O estudante e monitor do 9° semestre do curso de Direito do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7), Felipe de Mello, enfatiza esse posicionamento da juventude: “Assim, tem uma facilidade que o mundo digital nos oferece, o sistema do Tribunal Superior Eleitoral de eleições do Brasil, as urnas, a possibilidade de você tirar o documento com 16 anos, tirar online, fazer o agendamento e a velocidade. Tudo isso no Brasil é excepcional, inclusive nos sistemas incluindo internet e eleição”.

Samuel Araújo, 17, estudante do 6° semestre do curso de Eletrotécnica do Instituto Federal do Ceará (IFCE), conta como foi a sua primeira experiência na retirada do Título de Eleitor: “Quando eu completei 17 anos de idade, eu tirei meu Título de Eleitor online pelo aplicativo, com a ajuda da minha mãe. Ainda estava no período de pandemia, e foi preciso  alguns documentos para concluir o cadastro. Desde então eu tenho o meu Título de Eleitor e espero ansiosamente para votar este ano”.

Essa inserção do público jovem no cenário político atual simboliza um avanço para a democracia representativa no país, já que todos os cidadãos com mais de 16 anos, homens ou mulheres, alfabetizados ou analfabetos, têm direito a escolher seus representantes através do voto, que deve ser valorizado e ocorrer de forma consciente.

Com o título de eleitor em mãos é possível entender e tornar viável que o ato de votar não é somente uma obrigação, mas principalmente, um direito conquistado através de muitas lutas.

Texto: Bianca Raynara e Joyce Gadelha (Jornalismo / UNI7)

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