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SAÚDE: Nutrólogo alerta para diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite

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Apesar de não serem consideradas como doenças, é importante que se saiba como detectar e a alimentação ideal em cada caso

 

De acordo com o Ministério da Saúde, 70% dos brasileiros apresentam algum grau de intolerância à lactose, que pode ser leve, moderado ou grave, dependendodo tipo de deficiência apresentada e da quantidade de leite e derivados ingeridos. Mas não basta apenas excluir o alimento da dieta. É essencial descobrir se o distúrbio é alergia ao leite ou intolerância à lactose. De acordo com o nutrólogo Roberto Navarro, “esse alimento é uma das principais fontes de cálcio para o organismo e excluí-lo pode acarretar sérios problemas de saúde, como a perda de massa óssea”.

A intolerância à lactose e a alergia ao leite não são doenças. São carências do organismo e podem ser controladas com dieta ou medicamentos, de acordo com o site da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, que propõe, primeiramente, suspender a ingestão de leite e derivados da dieta a fim de promover o alívio dos sintomas. Depois, no caso de intolerância, esses alimentos devem ser reintroduzidos aos poucos até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar sintomas adversos. Essa conduta terapêutica tem como objetivo manter o cálcio na alimentação, nutriente que, junto com a vitamina D, é indispensável para a formação da massa óssea. Suplementos com lactase e leites modificados com baixo teor de lactose também são úteis, mas apenas no caso de intolerância à lactose, para manter a quantidade ideal de cálcio, quando o leite ingerido for insuficiente.

A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, em seu site, esclarece que intolerância à lactose éa incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados. Ela ocorre quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva chamada lactase, que quebra a lactose, ou seja, o açúcar do leite.

Como consequência, essa substância chega ao intestino grosso inalterada. Ali, ela se acumula e é fermentada por bactérias que fabricam ácido lático e gases,gerandoos sintomas que se concentram no sistema digestório. São eles: distensão abdominal, cólicas, diarreia, flatulência, náuseas, ardor anal e assaduras. Crianças pequenas e bebês portadores do distúrbio, em geral, perdem peso e crescem mais lentamente. Os sintomas melhoram com a interrupção do consumo de produtos lácteos.

Ainda no site pode-se entender os diferentes tipos de deficiência. Na congênita, mais rara, por um problema genético, a criança nasce sem condições de produzir lactase. Na deficiência primária, há diminuição progressiva da enzima de acordo com a idade. E na secundária, a produção da lactase é afetada por doenças intestinais, como diarreias, doença de Chohn e doença celíaca. Nesses casos, a intolerância pode ser temporária e desaparecer com o controle da doença.

 

Além da avaliação clínica, o diagnóstico da intolerância à lactose pode ser feito com três exames específicos: teste de intolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes. O primeiro é oferecido pelo SUS gratuitamente. O paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio.O segundo, considera o nível de hidrogênio eliminado na expiração depois de o paciente ter ingerido doses altas de lactose. E o terceiro leva em conta a análise do nível de acidez no exame de fezes.

Sobre a alergia ao leite,Roberto Navarro, nutrólogo, afirma que “é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite (e não ao açúcar, como na intolerância), que se manifesta após a ingestão de uma porção, por menor que seja, de leite ou derivados. A mais comum é a alergia ao leite de vaca, que pode provocar alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório”.

É o caso do Thales Araújo, 10, que descobriu, há meses, que tinha alergia ao leite de vaca. Ele tinha complicações gastrointestinais com frequência, e, após testes e exames, sua médica diagnosticouo problema. “É horrível. De uma hora para a outra precisei mudar minha alimentação. E quase tudo tem leite. Estou comendo alimentos à base de soja, mas ainda preciso me acostumar”, diz Thales. Sua mãe, Elisabete Viana, destaca que o processo é difícil, pela diferença no sabor da comida e também no preço. “O leite de cabra, por exemplo, custa até 8 reais o litro”, afirma.

O nutrólogo Roberto Navarro recomenda ler sempre os rótulos dos alimentos e bula de remédios para saber a composição do produto. Ele dá dicas de alimentos: leite de soja, de arroz e de aveia não contém lactose. Leite de vaca não é ingrediente do pão francês e pão-de-ló. E ainda mais: verduras de folhas verdes como brócolis, couve, agrião, couve-flor, espinafre, feijão, ervilhas, tofu, salmão, sardinha, mariscos, amêndoas, nozes, gergelim, alguns temperos (manjericão, orégano, alecrim, salsa) e ovos são dos muitos alimentos que funcionam como fontes de cálcio e suprem a ausência do leite.

Qualquer pessoa que possui esses distúrbios pode levar uma vida absolutamente normal desde que siga a dieta adequada e evite o consumo de leite e derivados além da quantidade tolerada pelo organismo.

Ana Clara Cabral
6º semestre

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