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SOCIAL: Coletivo NaTora busca requalificação de espaços públicos

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Grupo de jovens realiza intervenções culturais e sociais no grande Pirambu

As novas gerações dos jovens da periferia estão sempre em busca de preservar os seus espaços e mostrar o outro lado da comunidade que muito se é escondido pela grande mídia. A periferia, sem dúvida, é um polo de manifestações culturais. Com isso, jovens que moram no Grande Pirambu, resolveram criar o Coletivo Natora.

Mc’s fazem a abertura da batalha (Foto: Lya Cardoso)

O grupo surgiu da necessidade da juventude organizar-se para requalificar os espaços onde moram. O nome surgiu em alusão à dificuldade burocrática que eles tiverem para iniciar o projeto. A primeira ação trabalhada foi a requalificação da Praça da Castanhola, localizada na Rua Cruzeiro do Sul, realizando uma grande limpeza. O coletivo atrai a juventude mostrando a arte e a educação popular no bairro.

O nome da praça foi escolhido juntamente com moradores da região em referência às arvores do entorno. A partir daí várias atividades foram ocorrendo no local, como batalhas musicais, exibição de filmes, campeonatos de bila. “A gente está sempre trabalhando a juventude, o que acaba impactando também nos pais que sabem o que está acontecendo”, disse Nilo Guerra, organizador do Coletivo.

O grupo não recebe qualquer incentivo financeiro do governo. Conta apenas com alguns apoios para o empréstimo de caixas de som e materiais para realizar as atividades. Alécio Fernandes, idealizador do projeto, conta que o coletivo não sobrevive sozinho. Há diversas parcerias com outros coletivos da cidade como o Servilost, do bairro Serviluz e o Aqui tem sinal de vida, do Morro Santiago. Ele ressalta que essa parceria quebra a lógica de conflitos territoriais.

Marcelo Sabino e Nilo Guerra (Foto: Lya Cardoso)

O Coletivo NaTora serve também para instigar a criação de outros coletivos da cidade como foi o recente Polarizar, no polo de lazer da avenida Sargento Hermínio, conta Nilo Guerra. As maiores dificuldades enfrentadas pelos jovens do coletivo são as mesmas que as pessoas da periferia enfrentam em seu dia a dia. Nilo afirma ainda que muitas vezes alguns dos participantes não podem comparecer a algumas ações por não terem o dinheiro da passagem. Cita, como exemplo, o caso da Leste Limpa, que visa à limpeza da praia da Leste Oeste. “A policia nunca dificultou a realização das atividades na praça”, completa.

Intercâmbio cultural

Periferia é o Escambau é um projeto composto por três coletivos da zona litorânea de Fortaleza: NaTora, Servilost, Aqui Tem Sinal de Vida, juntamente com os jovens da casa Brota, localizada no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. O projeto visa à troca de culturas entre as cidades, realizando saraus com espetáculos de dança, música, poema e grafite. A ideia é a exibição de um documentário na Praça da Castanhola, mostrando toda a experiência. O coletivo tem como proposta ressignificar os espaços por meio da arte, cultura, literatura e as diferentes linguagens da resistência.

 

Texto: Lya Cardoso (3º semestre – Jornalismo)

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