FOTO: Sucesso empreendedor da arte da imagem no mercado de Fortaleza
Como os profissionais em carreira autônoma da arte da Fotografia na Terra do Sol mantiveram os negócios ativos e atualizados para o público em meio à agitação do final do ano
Como qualquer negócio baseado em uma forma de arte, a fotografia possui suas vantagens, seus altos e baixos e suas dificuldades. Apesar de o mercado ter decaído depois do fim das máquinas a filme, se encontra em sua alta estação anual, principalmente para aqueles que investem na contratação para registro de eventos, montagem de álbuns e lembranças personalizadas.
Junival de Souza Araújo, proprietário do Studio Junio – Imagem e Institucional, na Cidade dos Funcionários, marca presença no mercado da fotografia desde 1983, quando começou a carreira apenas como fotógrafo, prestando serviços freelance. Depois cresceu profissionalmente, e em 35 anos de trabalho abriu lojas, formou equipes tanto para fotografia quanto para vídeos e montou labora-tórios de edições, dos quais hoje é o principal administrador.
O Studio Junio, que possui uma filial no bairro Aldeota, trabalha com tudo relacionado à imagem: gravação de vídeos, ensaios em ambientes externos e dentro do estúdio, montagem de álbuns, foto-lembranças (xícaras, camisetas, porta-retratos encomendados), entre outros.
O serviço de fotografia vai de pequenas 3×4 a fotos macro, abrangendo ima-gens sociais, corporativas para sites de empresas, de aniversários de quinze anos e grandes eventos. Além disso, o estúdio também oferece um serviço de tratamento em fotografia, incluindo montagem e restauração de imagens anti-gas em laboratório.
Um dos poucos elementos relacionados a fotografia que não é vendido no estúdio é o filme. Com a predominância das câmeras de formato digital, o filme se tornou um recurso praticamente extinto pela falta de demanda. Somente poucas lojas mais profissionais ainda o disponibilizam para venda.
Rosângela Nobre, fotógrafa formada pela Casa Amarela, instituição de ensino artístico ligada à UFC, e envolvida com fotografia e imagem desde 1995, era publicitária, formada em Comunicação e Mídia e trabalhava com imagem antes de mudar de profissão. Da mesma forma que Junival, se iniciou no ramo como trabalhadora freelance, entre os anos de 2000 e 2002. Especializada em bebês de até um ano de idade e em gestantes, ela há sete anos dirige o estúdio Rosângela Nobre Fotografia – Grávida, Newborn, Bebê, localizado no Passaré.
Em seu local de trabalho, de acordo com a preferência da cliente, Rosângela acompanha o bebê ou a mulher grávida durante todo o processo do ensaio, desde as fotografias até o tratamento das imagens e a montagem do álbum, e também é responsável pelo figurino, cenário de fundo e o tratamento da criança.
Segundo Junival, o trabalho pode ser considerado sazonal, sendo novembro até o final de dezembro a época de maior demanda, por conta das muitas festividades; encontros familiares, formaturas e festas de Natal e Ano Novo. Os meses de maio a julho são o segundo melhor período para os negócios, quando começam as festas de São João e as férias do meio do ano.
Para Rosângela esta também é uma ótima época. Nos últimos meses do ano, é comum muitas mulheres desejarem fazer ensaios dos filhos fantasiados como Papai Noel, duendes, em ambiente de neve e com demais elementos nata-linos. E no meio do ano, a temática favorita é naturalmente relacionada às festas juninas.
Em contrapartida, a alta estação vem seguida imediatamente pela pior época para os negócios. Com a passagem do Ano Novo, as despesas domésticas dos clientes se direcionam das festividades para a matrícula dos filhos nas escolas e a compra de material, além do Carnaval e as viagens do feriado que se seguem. Com os gastos de início do ano, torna-se mais improvável alguém precisar ou ter condições de pagar pelos serviços de imagem entre janeiro e março.
Os dois profissionais possuem sites sobre seus trabalhos, onde informações acerca dos estúdios e amostras de serviços anteriores são disponibilizados para visualização.
AS PEDRAS QUE OS FOTÓGRAFOS ENCONTRAM NO CAMINHO
Apesar da atual alta estação para fotografar, nem tudo é fácil para os profissionais autônomos. A reposição do equipamento fotográfico é a maior das despesas.
No caso de Junival, que por conta do tamanho, demanda e concorrência de seu negócio, precisa estar sempre atualizado quanto ao lançamento de novas câmeras, flashes, tripés e demais acessórios de estúdio. Mesmo sem contar o custo da manutenção, que ocasionalmente se faz necessária, a compra acaba por custar de dez a quinze por cento do orçamento anual do estúdio.
Rosângela também despendia boa parte do lucro por equipamento. Segundo ela, o estúdio precisa fornecer tudo aos clientes, então comprar mais equipa-mento é uma necessidade constante, apesar de todo o cuidado para preservá-lo. No exemplo de se atingir o limite de disparos da câmera, os dispositivos começam a apresentar defeito, e a substituição se mostra mais barata do que o conserto.
E no trabalho de Rosângela, o equipamento não se limita apenas às câmeras e flashes, mas também ao figurino que ela guarda para vestir as crianças nos ensaios e os cenários de fundo. O investimento se mostra grande, entre 8 e 13 mil reais.
Texto: Victoria Franco Nogueira (6° semestre/Jornalismo-UNI7)