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PROJETO MUSICAL: Festival atrai jovens e expõe questões sociais

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Nosso Som CE dá oportunidade a bandas independentes e promove apresentações gratuitas em praça pública

Bandas ganham espaço para divulgação de trabalhos independentes

O bairro Nova Metrópole, em Caucaia, é o cenário do festival de rock alternativo Nosso Som CE. Idealizado por seis amigos inseridos no contexto da música underground, o festival proporciona às bandas independentes um espaço para compartilhar seus trabalhos com o público. As apresentações acontecem mensalmente em uma das praças do bairro, popularmente conhecida como “pracinha do Cabral”, ponto de encontro dos jovens aos fins de semana. Bem recebido por este público, o festival segue crescendo a cada apresentação. As bandas propõem temas para a reflexão, como conscientização sobre o uso de drogas, violência e a valorização da vida. A data da próxima apresentação ainda não foi definida.

Um dos idealizadores, Gerson Gonçalves, ressalta que há muitas dificuldades para realizar o evento. “Enfrentamos preconceito com nosso estilo musical. Ainda temos problemas porque nem sempre conseguimos patrocinadores. Algumas pessoas ficam com um pé atrás quando se fala de rock, mas mostramos com nosso árduo trabalho que vale a pena o investimento”, diz Gerson. “Vivemos em um mundo onde a sociedade prefere ouvir músicas pejorativas do que aquelas que as fazem pensar na vida e nas escolhas”, completa.

“Queremos ótimas apresentações por um preço que o público gosta de pagar: nada”

Para ele, o festival também é a oportunidade de contribuir com o crescimento de bandas de rock locais e proporcionar entretenimento. “O propósito é trazer para o bairro e nossa cidade o que não temos: atrações. Queremos proporcionar diversão para que as pessoas não tenham que ir a busca disso em outros lugares. Trazemos o som dessas novas bandas e as apresentamos ao público. Damos as bandas uma grande estrutura com equipamentos, som, luz, e um palco com alto nível de qualidade para uma ótima apresentação”. Gonçalves também levanta questionamentos sobre os investimentos dos governantes em cultura. “Somos um bairro esquecido e não temos apoio social para fazer algo que gostamos de fazer. A música pode salvar vidas, e nosso foco também gira em torno disso”.

Festival atrai público jovem e alternativo em praça pública

O local das apresentações é cercado por apartamentos e casas, e alguns moradores se sentem incomodados com o volume do som. Para Antônio Albino, designer, social media e morador do bairro, porém, os eventos proporcionam mais que entretenimento. “Os comerciantes são beneficiados com as apresentações. Os comércios ficam mais movimentados e os vendedores ambulantes aumentam suas vendas”, diz Albino. Para ele, os organizadores do evento não ultrapassam limites de horários, mas diz que nem todos veem da mesma forma. “Para muitos dez da noite já é muito tarde”, completa.

Novas apresentações são planejadas para os próximos meses, e o plano é continuar por muito tempo. “É definitivamente a realização de um sonho. Sinto que estamos salvando alguém de fazer alguma besteira por aí, como usar drogas ou até mesmo cometer suicídio, e também sinto a solidariedade crescer”, diz Gerson.

Texto: Mailson Modesto (3º semestre- Jornalismo/UNI7)

Fotos: Alex Gomes

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