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PARLAMENTO: Memorial recebe 5 mil estudantes de escolas públicas cearenses em 2015

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O visitante do Malce tem a chance de interagir com uma maquete que inclui todos os prédios da Assembleia (Foto Jés

O acervo é composto pela história do legislativo desde sua instalação no Ceará em 1835, quando foram criadas as assembleias provinciais, até os dias atuais

O Memorial da Assembleia Legislativa do Ceará (Malce) recebeu, em 2015, uma média de 5 mil alunos das escolas públicas. Por meio do projeto Parlamento e Escola, os estudantes visitam prédios da Assembleia e terminam o passeio no Memorial, onde têm acesso a objetos históricos e participam de debates sobre o tema. O Malce dispõe de reserva técnica com cerca de duas mil peças, entre objetos, documentos e fotografias.

Cearenses interessados em conhecer mais a respeito da história do Estado contam com esse espaço de cultura voltado para a divulgação da memória do Poder Legislativo local. O acervo narra a história do Parlamento desde a chegada da família real, em 1808, até os dias atuais, com a eleição da presidenta Dilma Rousseff. “Contamos com objetos históricos que remontam a fatos importantes, como a primeira constituição do Império e a abolição da escravatura no Ceará”, afirmou o presidente do Malce, Osmar Maia Diógenes.

Para ele, os itens mais raros do acervo são uma réplica da Constituição de 1824 e fotografias de Fortaleza antiga. No memorial, também é possível escutar o discurso do ex-deputado Justiniano de Serpa, realizado no período da luta contra a escravidão no Ceará.

Segundo Carlos Pontes, historiador da Assembleia Legislativa do Ceará, o objetivo do memorial é dar suporte à sociedade. “Monteiro Lobato dizia que um país sem passado não tem futuro. Então, se nós não repassarmos para o nosso jovem como aconteceu a história do nosso estado, podemos perder a nossa memória”, observou .

Entre os itens do acervo, os visitantes podem conferir mudanças na bandeira do estado do Ceará. “A nossa bandeira foi confeccionada nos moldes da bandeira nacional, onde as estrelas representam os municípios. Nessa época, o Ceará não tinha mais do que 34. Hoje tem 184. Ia chegar a um ponto de faltar pano para botar estrela. Então o Estado foi dividido em sete macrorregiões e temos agora sete estrelas para representá-las”, explica o historiador.

Houve também três mudanças históricas. “Em toda bandeira que tem o círculo, ele representa a nossa sociedade. O Ceará foi o primeiro estado a abolir a escravidão e usa o símbolo da liberdade para enaltecer isso. Então por que a pomba da liberdade estava fora do círculo social? Outra mudança é a troca do coqueiro pela carnaúba, que é uma planta nativa. Além disso, foi mudada a posição do farol, que devia estar na nascente. Do jeito que estava na bandeira antiga, nenhum navio poderia aportar no Ceará”, complementa.

Outros itens importantes expostos no Malce são a ata de instalação da Assembleia no Ceará, o livro das primeiras leis da Assembleia Provincial do Estado, assinado por José Martiniano de Alencar; uma planta de Fortaleza em 1856 e fotos de todas as sedes da Assembleia.

História

A ideia de criação do espaço surgiu em 1997, quando a Constituição de 1947 completou 50 anos, durante a gestão de Luís Pontes como presidente da Assembleia Legislativa do Ceará. Entre os vários projetos apresentados, foi escolhida a criação de um memorial.

O ex-deputado Pontes Neto deu nome ao espaço devido às atividades humanísticas que desenvolveu durante seu mandato. “Pela sua história de vida, ele era querido até pelos seus opositores. E apesar de o pai do então presidente ter sido deputado, o nome do doutor Pontes Neto foi escolhido por unanimidade”, ressalta.

Carlos Pontes conta que o homenageado foi preso durante um discurso na Assembleia. “Poucos dias depois o comandante que o prendeu teve uma grande crise de apendicite. Só havia dois lugares onde ele poderia ser operado: Recife ou São Paulo. Aqui no Ceará, o único médico capaz de fazer a cirurgia era o doutor Pontes Neto. Mesmo preso, ele operou e salvou o comandante. Por gratidão, o militar atendeu ao pedido do médico de ficar preso em uma Santa Casa para que pudesse cuidar de pessoas doentes”, lembra.

Após uma viagem do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará Domingos Filho para a Europa, ele sugeriu que houvesse expansão e modernização do espaço. O levantamento histórico começou em 2007 e durou cerca de dois anos e meio.

Após aproximadamente três anos, o novo memorial foi inaugurado nos moldes atuais. Atualmente, o espaço totaliza 360 metros quadrados e está localizado na Casa do Povo, na Assembleia Legislativa do Ceará.

Visitação

As visitas destinadas a escolas públicas e privadas acontecem às terças, quartas e quintas-feiras pela manhã, e às terças e quintas-feiras pela tarde. Às segundas e sextas-feiras, os dois expedientes são dedicados à visitação de público da terceira idade, associações de bairros, associações culturais, instituições públicas, sindicatos e pessoas com necessidades especiais.

Para atender a deficientes visuais, o Malce dispõe de parte da exposição de longa duração em Braille e Libras, além de maquetes táteis com audiodescrição. O memorial está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h30, e das 14h às 17h. Para grupos, é necessário fazer agendamento por meio dos telefones (085) 3277-3700 e (085) 3277-3707, ou pelo site www.al.ce.gov.br.

Jéssica Farias
8º semestres

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