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FESTIVAL PIAUÍ DE JORNALISMO: Onde é que isso vai parar?

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Reportagens, Texto

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O Festival de Jornalismo realizado pela revista piauí aconteceu em São Paulo, nos dias 15 e 16 de novembro, no Colégio Dante Alighieri

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Andrei Scheinkman, do veículo americano FiveThirtyEight, fala sobre novas práticas do jornalismo de dados (Foto: Gustavo Freitas)

As mesas de debates, dez ao total, contaram com representantes, jornalistas ou não, de veículos latino-americanos e estadunidenses. A mediação do Festival ficou por conta de profissionais da comunicação brasileira, tanto do grupo piauí, como de outros veículos do eixo Rio-São Paulo. O mote para o evento foram experiências originais do jornalismo americano, que atuam sobre a perspectiva do jornalismo de profundidade, textos longos e amplamente investigativos.

Nos dois dias do evento houve também, durante o horário de almoço, entrevistas com personalidades já perfiladas por Daniela Pinheiro e João Moreira Sales, na piauí. “A fonte que fala”, nome dado ao momento específico do festival, contou com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dia 15, e do advogado criminalista, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que já trabalhou em defesa de personalidades como José Sarney (PMDB), ainda como presidente da República, e Alberto Yussef no Superior tribunal de Justiça (STF), além de presidentes de partidos, deputados, ministros e outras figuras públicas, no domingo. Abaixo, segue o resumo da programação:

SÁBADO, 15 DE NOVEMBRO

Laura Zommer – Chequeado (Argentina)
A largada do festival foi dada na conversa com Laura Zommer do veículo argentino “Chequeado”, mediada por Cristina Tardáguila (O Globo) e Consuelo Dieguez (piauí).
Laura, que é advogada, conta que o veículo Chequeado trabalha na checagem de pronunciamentos de autoridades públicas, empresários e até mesmo da imprensa.

Segundo ela, a Argentina vem sofrendo com uma polarização entre mídia e governo e é nesse meio que age o Chequeado, que tenta melhor informar o leitor e ampliar suas fontes de leitura. A proposta do veículo é de apresentar novas e mais completas versões dos fatos, mostrando ao internauta as fontes de pesquisas para que possam criar o hábito da busca por mais informações, diretamente na fonte e a partir de vários ângulos. Dentro do texto, no site do Chequeado, é comum uso da “hiperlinkagem”.

Laura comenta que boa parte dos jornalistas deixou de fazer algumas coisas essenciais ao jornalismo, como uma completa apuração. O conteúdo, em algumas vezes, vai ser positivo para alguém, e o jornalista tem que estar preparado para o uso do seu material de forma partidária, isso é quase inevitável. O que ele não pode fazer é já construir seu produto por conveniência, de forma a agradar a alguém ou a algum grupo.

Laura Zommer fala sobre o veículo argentino Chequeado (Foto: Gustavo Freitas)

Laura Zommer fala sobre o veículo argentino Chequeado (Foto: Gustavo Freitas)

Laura diz que muitas das investigações do Chequeado, que atua apenas na plataforma virtual, não agradam às pessoas envolvidas nas denuncias feitas por eles ou quando tem suas afirmações desmentidas. “O fato de eu ser advogada é muito vantajoso, por que sempre estou atenta em agir dentro da lei. Nunca fomos processados. Isso é positivo também pelo fato de que podemos fazer leituras de assuntos do legislativo, por exemplo, que o povo não tem acesso, seja pelo desinteresse na busca, ou pela falta de entendimento do repertório”, destacou.

O método utilizado pelo Chequeado consiste em selecionar frases do âmbito público, ponderar sua relevância, consultar uma fonte oficial do assunto, consultar fontes alternativas, fazer a contextualização (um dos maiores pontos de deficiência e determinadas matérias são os conteúdos soltos no espaço), confirmar, relativizar ou desmentir a informação (qualificando como verdadeiro; verdadeiro, mas…; discutível; exagerado; apressado; enganoso; insustentável ou, completamente falso).

O Chequeado começou através do financiamento dos próprios fundadores e atualmente tem como sua maior financiadora a empresa de comércio online, Mercado Livre. O grupo não aceita apoio de empresas que não querem divulgar seu nome ou de empresas ligadas ao grupo Clarín (maior jornal argentino). Há participação de doadores individuais, mas que ainda não é tão significativo. Sobre esse aspecto, Laura acredita que os latino-americanos ainda não tenham a cultura de contribuir com uma proposta de fortalecimento institucional.

A fonte que fala: almoço-debate com Fernando Henrique Cardoso
A conversa entre João Moreira Sales e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi bem fluida e descontraída. Para um público restrito de cerca de 50 pessoas, FHC iniciou sua fala a partir da pergunta sobre sua relação com a mídia enquanto presidente. Ele, que já teve uma coluna na Folha de S. Paulo, diz que “cabe à imprensa desempenhar um serviço crítico e senti isso durante o meu governo”. Para Fernando Henrique, todo questionamento é legítimo, até o momento em que se iniciam ataques morais sem provas.

Fernando Henrique Cardoso, a Fonte que Fala, responde à João Moreira Sales no Festival de Jornalismo da piauí (Foto: Gustavo Freitas)

Fernando Henrique Cardoso, a Fonte que Fala, responde à João Moreira Sales no Festival de Jornalismo da piauí (Foto: Gustavo Freitas)

Na relação entre poder e imprensa, diz não acreditar que haja diálogo sobre o que vá ou não ser publicado. Nem antes, nem hoje. Apesar de que, independente de interesses pessoais e partidários, esse diálogo deveria haver, pois, determinadas informações afetam diretamente o bom-funcionamento do mercado.

Questionado sobre os veículos de sua preferência, conta que sempre gostou muito do jornal El País e que gosta muito dos veículos americanos pela sua apuração, o que é uma deficiência do jornalismo brasileiro. Ele conta que já foi entrevistado por jornalistas que não dominavam sequer o assunto da entrevista.

João Moreira Sales, citando exemplos de países que, segundo o ex-presidente, possuem uma boa imprensa, como EUA, Espanha e França, e que tem órgãos reguladores de mídia, questionou sua posição sobre a temática. FHC se limitou a dizer que, no Brasil, o que falta é a confiança nos órgãos governamentais e, sobre a regulamentação da mídia, especialmente do comportamento de determinados veículos, ele se reservou ao “não falo de amigos”.

Para FHC o excesso de “Offs” na imprensa banalizam o conteúdo. Mesmo que sejam falas soltas, influenciam na conjuntura do país. No momento em que a espionagem telefônica entrou em debate, FHC foi questionado se acreditava que Bush ouvia suas conversas telefônicas. Após um sorriso, ele disse: “Talvez sim, mas, isso depende da importância que o país tem. O Brasil nunca foi importante, né?!”.

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Para Fernando Henrique, todo questionamento é legítimo, até o momento em que se iniciam ataques morais sem provas (Gustavo Freitas)

Sobre ser sociólogo, FHC diz que pela pratica da etnografia, conseguiu ouvir melhor o povo, viver através de outras perspectivas e entender melhor a conjuntura do país. Sobre seu partido, disse que é completamente fechado à temas comportamentais como a legalização da maconha. Quanto às redes sociais, declarou entendê-las como mobilizadoras em torno de causas, o que amedronta os partidos políticos. Encarou a institucionalização da Polícia e do Ministério Público como fatos positivos e que seus serviços são bastante satisfatórios. FHC diz que não tem uma visão negativa da atual organização política brasileira e envolvendo Marx em seu discurso afirma que, quando não há Utopia, nada acontece. Tem que sonhar.

Andrei Scheinkman – FiveThirtyEight (EUA)
A conversa mediada por Daniel Bramatti (Estadão Dados) e Rafael Cariello (piauí) explorou o serviço do FiveThirtyEight, ou simplesmente 538, veículo online que trabalha com o jornalismo de dados, atuando nas mais diversas áreas a partir desta perspectiva.

O site foi criado em 2008 por Nate Silver, um estatístico de beisebol, que usa técnicas avançadas de estatística e informações numéricas históricas para analisar dados. Já ganhou notabilidade naquele mesmo ano, durante as eleições, por ter conseguido acertar o resultado do processo eleitoral de 49 dos 50 estados dos EUA, além de todos os 35 senadores eleitos.

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Para o Andrei, o serviço prestado pelo 538 é uma alternativa clara de popularizar um jornalismo de dados, área bastante burocrática (Foto: Gustavo Freitas)

Andrei, editor-assistente e diretor de dados e de tecnologia, brinca quando diz que, seu único erro mais expressivo foi o da última copa do mundo. “Ninguém esperava pelos 7 a 1. Não conseguimos prever”.

A equipe se interessa pela avaliação de textos, de palavras utilizadas em discursos políticos para determinar diferenças entre partidos, por exemplo. Todas as análises, a partir da perspectiva da junção de dados, são feitas na preocupação de sempre levar em consideração o processo histórico e contexto da temática analisada. Para Andrei, o serviço prestado pelo 538 é uma alternativa clara de popularizar um jornalismo de dados, área bastante burocrática.

O trabalho consegue ser bem visto, pelo fato de conseguir transmitir números, na maioria das vezes, bastante complicados, através de palavras. Ao acessar a página o leitor vai se deparar com gráficos de fácil leitura em todas as matérias, mas com textos explicativos leves em todas elas, o que gera interesse.
Atualmente, o site faz parte do grupo ESPN.

Max Fisher – Vox (EUA) 
No papo com Fernando Rodrigues (Uol) e Bernardo Esteves (piauí), o diretor de conteúdo da Vox, Max Fisher, explicou que o Vox é uma plataforma de produção de Artigos explicativos em jornalismo de contexto, cobrindo temas para além da atividade de “suitar”. No jornalismo de contexto, o Vox faz o levantamento dos motivos do fato e vai disponibilizando suas consequências. Com isso, para o público, digerir algo é bem mais fácil.

A pesquisa de campo em profundidade é combinada com um bom design e organização de fatos em imagens e vários gráficos criativos. Nos últimos 6 meses, a vox passou de 15 para 30 funcionários com 22 milhões de acessos.

A curiosidade do leitor faz o agendamento, por exemplo, o medo de um ataque norte-coreano por parte dos América fez o Vox desempenhar uma profunda pesquisa sobre a situação bélica e intenções de guerra desses povos. O Maior públicos do Vox (70%) está nos EUA e os outros 30% estão, em sua maioria na Ásia. As matérias mais acessadas são de entretenimento, atualmente.

Há pessoas que gostam de se preocupar com apenas um processo do trabalho jornalístico, mas no modelo do Vox, todo mundo é responsável por tudo. Os gráficos e imagens precisam ser feitos ou colaborados pelo repórter. Como o Vox é uma empresa pequena, precisa-se ser bem mais seletivo que um grande jornal, como o Washington Post, sendo os jornalistas criteriosos e tentando ver conteúdo que, de fato, gere interesse.

Para Max, a homepage é uma instituição cada vez mais ultrapassada. Os acessos vêm, em parte, das redes sociais e de alternativas laterais. Pensa-se cada vez menos na homepage como geradora de tráfego.

A competitividade exige que os jornalistas sejam especialistas em algumas áreas específicas. Tanto em temas, como em técnicas, como a escrita para a internet. A natureza da internet é que compete com todos os meios, bem mais que a competição entre os sites, pela sua fluidez e rapidez. A proposta do Vox é criar novos leitores, ao invés de roubar de outros ambientes, mas isso é um tanto quanto inevitável. A proliferação das mídias é positivo para o encontro e descoberta de leitores.

Atualmente, a Vox não pensa em aplicativos para móveis. O grupo vê essas ferramentas como sinais de que o site já não funciona tão bem. O que se quer é oferecer uma página que possa atender às diversas plataformas.

Pamela McCarthy – The New Yorker (EUA)
No debate com Daniela Pinheiro (piauí) e Paulo Roberto Pires (Serrote), a editora-adjunta da revista, Pamela McCarthy, conta que a The New Yorker tem uma proposta parecida com a piauí. O factual serve como gancho para matérias mais leves e com desdobramentos que se diferenciem da cobertura rotineira dos grandes veículos. A TNY se preocupa também com a segmentação, desenvolvendo conteúdos para públicos específicos, como suplementos sobre moda, viagens, bem-estar etc. O suplemento semanal é famoso pelo espaço reservado aos cartoons, ensaios e poesias.

Na migração para o online, McCarthy reconhece que os leitores tinham medo de o conteúdo não ser o mesmo, ao mesmo tempo em que procuravam um refúgio ao ruído da internet. Boa parte do conteúdo do site só é acessível por assinantes. Os arquivos livres, tem uma quantidade específica de acesso para quem não é assinante. A internet não pode ser a mesma coisa da revista. Mas, o que se quer é, que a internet seja para quem a prefere, o que a versão impressa representa para quem é leitor do impresso.

De acordo com Pamela, Os leitores da revista se sentem donos da revista. Mudar algo, por menor que seja, é se aventurar num embate com eles. A revista tem fã-clubes… Pessoas chegam a ter a leitura da New Yorker como um pré-requisito para aceitar alguém em seu círculo de amigos, por exemplo (risos).

Para trabalhar na TNY, um dos pré-requisitos básicos é falar vários idiomas. O mais importante é ter afinidade com o que a revista faz. Na mídia hoje, ou se muda, ou morre. “Histórias longas são nossa missão”. Para superar a perda de assinantes na mídia impressa, que é uma realidade não só da TNY, publica-se livros, suplementos, realizam-se de eventos, produção de podcasts e afins. Há uma grande busca por talentos para mídias digitais, mas, ao mesmo tempo há uma grande demissão também por conta de salários.

DOMINGO, 16 DE NOVEMBRO
Evan Ratliff – Atavist (EUA)
O fundador e editor do Atavist, Evan Ratliff, em conversa com Bruno Torturro (Mídia Ninja) e Sérgio Dávila (Folha de S. Paulo), conta que seu veículo é uma revista online paga, agregada a um software de produção não-ficcional, o Creatavist. O Atavist funciona apenas online.

O grupo foi responsável pela criação da PopUp Magazine – a primeira revista ao vivo com interpretação de notícias e anúncios sobre o palco. Ratliff conta que os anunciantes pagam bem pela proposta, mesmo tendo que desenvolver a criatividade.

O Atavist não trabalha com anúncios no nosso site, por isso, não tem dados de hábitos dos leitores. A plataforma oferece ferramenta de áudio das matérias e o pagamento dos redatores depende do alcance das matérias, por isso o grupo recomenda que os colaboradores, que não tem vínculos empregatícios, tenham outra fonte de renda. É uma oportunidade de trabalho para qualquer pessoa, alguém que acabou de sair da faculdade, se tiver um bom trabalho, vai ter espaço e ganhar bem. O Atavist deixa o produtor livre para agregar o próprio design e própria marca no ambiente, como se o espaço fosse do criador de conteúdo.

A palavra “Atavist” significa um traço biológico que desapareceu e que ressurge em determinada linhagem. É um estilo antigo de contar história resgatado e reinventado. Não são aceitas histórias não verdadeiras, e no veículo, são explorados grandes textos e muita pesquisa dos temas abordados.

A atividade de Jornalismo Literário praticada no Atavist faz bastante sucesso entre os americanos, especialmente em temas como crimes e sexo. Há história reais que usamos como pano de fundo, a guerra do Iraque, por exemplo, e através da história central contada, aproveita-se para introduzir no leitor contexto histórico. Até hoje, a produção mais lida foi “O Amante da Minha Mãe (a mãe do autor que teve um caso com um cirurgião durante a segunda-guerra mundial)”.

Carlos Dada – El Faro (El Salvador)
O Fundador do primeiro site de notícias de El Salvador, Carlos Dada, disse à Claudia Antunes (piauí) e João Gabriel de Lima (Época), que se orgulha em ter participado da construção do t primeiro periódico online da América latina no terceiro país mais perigoso do mundo.

O estilo mais usado pelo El Faro é a crônica, que segundo Dada, é o mais próprio da América. Mas a crônica no estilo de Machado de Assis, esclarece ele. O periódico eletrônico entrevistou o assassino de Oscar Romero, arcebispo católico em El Salvador, um dos artigos mais famosos produzidos pelo El Faro. Uma das propostas do veículo é entender a violência, não usando-a de forma sensacional, mas através de textos grandes, detalhados e baseados na realidade. Ao contrário do que se diz sobre curtos textos e breaking News, a internet é lugar de textos longos, sim. Limites, segundo Dada, quem estipula é o papel.

A ideia do El Faro estava sobre a vontade de fazer algo que suprisse a necessidade dos criadores, enquanto leitores, não satisfeitos com as temáticas das mídias existentes, com as mesmas temáticas e superficialidade. Além de restrita. Segundo Dada, El Faro não produz textos para pessoas que não estão acostumadas com a leitura.

O perfil do jornalista do El Faro se baseia na honestidade intelectual (também mencionada por Laura Zommer, tange ao compromisso com a busca pela completa informação de interesse público) na curiosidade e capacidade de não deixar de se indignar.

Todo o conteúdo é livre. Apesar do produto ser muito caro. Dada, não crê ser possível um jornalista ser, de algo, ativista. Talvez de uma causa ambiental, por exemplo, mas não de um partido político.

O El Faro considera a figura do Ombudsman, defensor do leitor, uma figura de extrema importância e que a distribuir funções é importante para manter uma linha editorial.

Stephen Engelberg – ProPublica (EUA)
Diretor de redação da ProPublica e fundador do núcleo investigativo do The New York Times, Stephen Engelberg tem o prazer de se afirmar integrante do primeiro meio totalmente digital a ganhar um prêmio Pulitzer.

A ProPublica é uma redação independente e sem fins lucrativos a fim de produzir jornalismo investigativo de interesse público. Dos 45 colaboradores do site, sete já ganharam Pulitzer. Orçamento anual de 12 milhões de dólares, advindos quase em sua totalidade de doações. Vendem dados para outros pesquisadores ou publicações e os valores variam de acordo com o fim. O ProPublica realiza parcerias, não só para produzir, como para amplificar o impacto das investigações.

Ao final de cada publicação da ProPublica tem um botão chamado “roube a nossa matéria” e é assim, dado ao produto, a ideia de bem público. Isso é a intenção, pois, para uma mídia que é baseada em doação, estar disseminando conteúdo e atraindo leitores é muito positivo. A mídia pública suas fontes e fornece o contato dos produtores, para a tiragem de dúvidas e falhas por leitores ou replicadores. A homepage é cada vez menos interessante para atrair leitores, diz Engelberg. As mídias sociais são responsáveis por 2/3 dos direcionamentos de conteúdo.

Elgelberg chamou a atenção para a escassez de base ética em jornalistas. Mesmo com as novas possibilidades, tem que manter a conduta tradicional de compromisso com a verdade.
Sobre ser Jornalista, Stephen disse ser essa, uma profissão onde você é pago para aprender coisas.

Nikil Saval – N+1 (EUA)
Para Fernando de Barros (piauí) e Flávio Pinheiro (Instituto Moreira Sales), Nukil Saval contou que a N+1 é uma Revista mista entre conteúdo mainstream e acadêmico. Preza por memórias, atualidades e publicação de livros.

É uma revista densa e que já existe há 10 anos, com uma pegada mais jovem e com uma forte crítica as temáticas abordadas por outras grandes revistas Americanas, como a The New Yorker e sua institucionalização, sendo um produto alternativo.

N+1 é uma visão progressista da política. A posição “N” pode ser considerada como a situação e sempre haverá lugar para “+1”. É uma revista que se propõe à uma posição de protesto, a publicar posições esquerdas. A equipe é muito jovem, com pessoas entre 20 e 30 anos, quase sem exceções.

Foi uma revista muito distribuída em muitas das ocupações de Wall Street, e que se posicionou favorável às causas. O editor já foi preso em manifestações. Não há desejos de direcionar movimentos, mas abre-se espaço na publicação para marxistas, anarquistas, liberais… Exceto da direita.

A revista é chamada frequentemente de hipster, mas não está muito preocupada com o consumo da moda e de caros artigos, características desse estilo, segundo Nikil.

Gustavo Freitas
6º semestre

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