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COMÉRCIO EXTERIOR: Crise no mercado interno estimula empresários a exportar

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As empresas têm que buscar alternativas para se tornarem competitivas e  atenderem os importadores (Foto Israel Machado)

Desvalorização do real é vista com otimismo por pequenos empresários no Ceará

Por conta da crise que o país atravessa no mercado interno, que resultou no recuo do consumo e queda nas vendas, empresas brasileiras estão buscando soluções para continuar crescendo, e o mercado externo tem sido uma delas. O motivo principal é a desvalorização do real, que torna a mercadoria feita no Brasil mais atrativa lá fora.

O número de micro e pequenas empresas exportadoras no país cresceu 0,6% em relação ao ano anterior, mostrando uma reversão da tendência de queda que se observava nos anos anteriores. Em 2013, as Micros e Pequenas Empresas (MPEs) exportadoras representaram 59,4% das empresas que optam por este tipo de negociação no país, de acordo com Marta Campelo, analista de exportações do SEBRAE.

O Ceará vem crescendo acima da média nacional. Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB), alcançou R$ 105, 7 bilhões. No que diz respeito às exportações, estas saltaram de US$ 861 milhões em 2004, para US$ 1,4 bilhão em 2013, com crescimento anual médio de 5,7% no período, segundo relatório publicado pelo SEBRAE, em 2014.

Márcia Oliveira, 36, é proprietária da All Day, que está no mercado há 25 anos vendendo moda praia. Ela conta que começou a exportar desde 2011, quando foi convidada para participar de uma rodada de negócios em Cabo Verde, na África. Durante três anos seguidos recebeu treinamento para aprender a exportar e organizar sua empresa. Hoje, a All Day conta com clientes em Portugal, Cabo Verde, Angola e Chile, enviando sua mercadoria pelo Exporta Fácil dos Correios. “São 80 kgs a cada três meses só para Angola, gerando um lucro de 100 mil reais”, diz Márcia.

Porém, além das rodadas de negócios internacionais que participa, a proprietária da marca conta que grande parte de suas clientes estrangeiras a conheceu pelas redes sociais, que tiveram papel importantíssimo como showroom de seus produtos. “Elas viam nossas roupas pelo instagram e pelo facebook, e já entravam em contato pelo whatsapp”, relata Márcia. Muitas dessas lojas no exterior vendem, exclusivamente, apenas as suas mercadorias.

A empresária diz que o grande diferencial da sua marca é a personalização dos seus produtos, que são feitos sob medida na própria loja/fábrica, em apenas 10 minutos. “A cliente chega com uma foto de um modelo e uma estampa,fazemos as medidas e produzimos rapidinho”. Apesar disso, a marca conta ainda com suas próprias coleções e, hoje em dia, emprega 15 pessoas em sua fábrica.

O setor de floricultura cearense também está aquecido internacionalmente. De acordo com o Instituto Agropolos do Ceará, em 2013, nosso estado foi o segundo maior exportador do país, gerando US$ 3.974.780 e ficando atrás, apenas, de São Paulo. Em 1996 esse número era de apenas US$ 825. O crescimento foi possível devido as condições climáticas e geográficas do Ceará, que fica localizado numa região central para os principais importadores. Esse conjunto de fatores torna favorável a produção de plantas ornamentais com elevado ganho de produtividade e baixo custo.

A Naturayo, no mercado há apenas 3 anos, vem sendo grande referencial de exportação no Ceará, enviando mais de 1 tonelada para os EUA e o Canadá mensalmente por avião, e um container marítimo para a Europa seis vezes por ano. Mas a empresa já visa o mercado na Austrália, Japão e Coreia do Sul, onde já se iniciaram as negociações.  “A ideia surgiu numa visita ao exterior, onde vimos algumas espécies de flores tropicais, que temos em abundância em nossa região, sendo vendidas com uma grande demanda”, conta Thomas Reeves, 29, proprietário da empresa. A partir daí foram iniciados contatos entre a empresa e importadores especializados do ramo, na busca de desenvolver metodologias de produção e exportação. Para ele, o SEBRAE foi um grande parceiro fornecendo treinamento e apoiando visitas técnicas a feiras.

A empresa, que tem sede em Paracuru, emprega atualmente cerca de 20 pessoas e exporta 30% de sua produção total.

Como exportar?

O primeiro passo a ser tomado é verificar se no Contrato Social da Empresa, consta que ela pode exportar. Caso não haja, é preciso fazer um aditivo e se cadastrar no REI (Registro de Exportadores e Importadores), na Receita Federal.

É preferível que, no primeiro momento, a pequena empresa utilize outras que já exportam, como comerciais exportadoras, para se familiarizar com o processo de exportação, recomenda Marta Campelo.

No processo, o SEBRAE pode ajudar com consultoria, orientação em relação a adequação de produtos, informações sobre importadores, encaminhamentos para Rodadas de Negócios, missões técnicas no Brasil e no exterior, além de outras atividades.

Israel Machado
7º semestre

 

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