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Análise do portal de notícias R7 de acordo com as sete características do Webjornalismo

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Artigos, Texto, Uni7 Informa

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Cadu Franco

Centro Universitário 7 de setembro

Sumário: 1. Introdução. 2. Personalização. 3. Memória. 4. Hipertextualidade. 5. Multimedialidade. 6. Interatividade. 7. Instantaneidade. 8. Ubiquidade. 9. Considerações finais. 10. Referências bibliográficas.

Resumo: Esse artigo foi produzido durante a disciplina de webjornalismo do Centro Universitáio 7 de Setembro, orientado pela professora Ana Márcia Diógenes. O objetivo é analisar o portal R7 (www.r7.com) de acordo com as características do webjornalismo, partindo dos conceitos do livro “Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença”, organizado por João Canavilhas. Assim, cabe apresentar as ferramentas digitais utilizadas pelo R7 ao produzir conteúdo digital.

Palavras Chave: Webjornalismo; Portal R7; Jornalismo Online; Portal Web.

1. Introdução

O portal R7, que pertence ao Grupo Record foi criado em 27 de setembro de 2009, contando com uma equipe de jornalistas que publicavam as notícias divulgadas na Record TV para o meio digital. Como o Grupo Record já estava presente nos meios de comunicação há mais de cinco décadas, não faltaram recursos para investimento no portal, que contava na época com mais de 300 funcionários, incluindo jornalistas e blogueiros, que foram construindo um conteúdo diversificado, que hoje é uma das principais características do portal (FELITTI, 2009). Ainda com pouco tempo de circulação digital, após dois meses de seu lançamento, o R7 recebeu o prêmio “Top Empreendedor 2009” e, em 2012, foi elogiado pelo New York Times pela cobertura do evento Olímpico de Copenhague.

Presente também nas redes sociais digitais, o portal vem seguindo as tendências do webjornalismo e os novos princípios da era digital, e está no ar, veiculando notícias 24 horas por dia, tanto no site, quanto nas redes sociais digitais e no aplicativo. De forma gratuita, o usuário pode ler as matérias do portal, mas existe a opção de ser assinante mensal do PlayPlus por R$ 14,90, e ter acesso a conteúdos exclusivos, como transmissões ao vivo, filmes, novelas e acesso a rádios das filiais. 

O portal é analisado com base nas características de personalização, memória, hipertextualidade, multimedialidade, interatividade, instantaneidade e ubiquidade, com a finalidade de compreender em quais dessas modalidades o R7 contempla. 

2. Personalização

Encontrar formas de conexão com a audiência é um desafio dos jornais, e por isso, os jornalistas devem estar sempre atualizados sobre as tendências de mercado, além de inovar o conteúdo, adaptar-se aos novos meios digitais e tentar encontrar os interesses dos usuários/leitores. De acordo com Heritage (2000 apud LORENZ, 2014, p.139), personalizar é uma atividade de fazer ou alterar as especificações individuais ou pessoais; algo que sirva para as diferentes necessidades de quem está utilizando, criando um espaço com opções de uso baseadas nas preferências e gostos. 

Entretanto, a homepage do portal R7 apresenta um conteúdo diversificado, separado em categorias disponíveis nos tópicos da página, que são segmentadas de acordo com um assunto de interesse (entretenimento, notícias, esporte, lifestyle e outros). Ao clicar, o usuário é direcionado a uma nova aba, diferenciada por uma cor, e contendo conteúdos semelhantes (Figura 1).

Figura 1: Homepage do R7

Fonte: <www.r7.com>, acesso em 18/05/2021

Ainda na homepage, é possível ver os assuntos mais relevantes destacados no site. Esta é uma forma de atrair o usuário, pois geralmente são as notícias mais lidas e mais procuradas. Assim como outros portais de notícia, o R7 adaptou-se às novas modalidades de transmitir e fazer notícia, destacando as matérias por impressões, além de publicar textos curtos, resumidos e adaptados ao aparelho de uso.

O R7 oferece um conteúdo jornalístico nos formatos digitais desde o modelo desktop à smartphones e tablets. Contudo, também está presente nas redes sociais e disponibilizando seu conteúdo em diferentes formatos e plataformas, sempre seguindo um tipo de linguagem específico. Nas redes sociais digitais, o portal utiliza emojis e hashtags em suas publicações, além de mesclar imagens, vídeos, gráficos e animações quando necessários. De acordo com Ramón Salaverria (2014) essa é uma forma harmoniosa e inteligente de transmitir uma informação no meio digital atual.

3. Memória

A memória é uma ferramenta de armazenamento de informação, e uma das sete características fundamentais do webjornalismo, segundo Palacios (2014, p.91)

O jornalismo é memória em ato, memória enraizada no concreto, no espaço, na imagem, no objeto, atualidade singularizada, presente vivido e transformado em notícia que amanhã será passado relatado. Um passado relatado que, no início, renovava-se a cada dia, e com o advento da rádio, da televisão e da Web, tornou-se relato contínuo e ininterrupto, nas coberturas jornalísticas 24×7 (24 horas por dia, sete dias por semana).

Entretanto, com o advento dos meios digitais, a partir do surgimento da Internet em 1969, a memória tornou-se capaz de ser armazenada com mais facilidade do que os outros meios tradicionais (rádio, impresso e TV), pois com uma simples pesquisa, tanto o usuário como o jornalista podem ter acesso a uma matéria contendo acontecimentos passados. No R7, ao fazer uma pesquisa pelo mecanismo de busca, o usuário tem acesso ao acervo de publicações antigas do portal (Figura 2), servindo como uma forma de contextualizar algum interesse, e relembrar fatos. Para os jornalistas, as memórias podem servir para a construção de materiais contendo informações nostálgicas ou que sirvam para agregar uma nova notícia, usando os fatos de outras.

Figura 2: Ao pesquisar “Copa do Mundo 2014”, o portal disponibilizou matérias publicadas sobre esse assunto ao longo dos anos.

Fonte: <www.r7.com>, acesso em 16/05/2021

Contudo, o ambiente digital permitiu que as informações estejam guardadas em um local digital, seguro (pois no meio físico pode haver danos irreversíveis ou perdas), e de fácil acesso, ocasionando maior velocidade na produção e na contextualização das matérias jornalísticas. A memória completa, amplia ou ilustra o material noticioso (Palacios, 2014).

4. Hipertextualidade

No ciberespaço, o webjornalismo se diferencia dos meios tradicionais pela forma que possibilita novos caminhos dentro do texto para a web. Para Palácios (2003), a internet passou a funcionar como um ambiente de informação e comunicação, que possibilita a interconexão dos textos através de hiperligações e hipertextos. Lévy (1993), por sua vez, caracteriza o hipertexto como sendo um conjunto de nós ligados por conexões que permitem ao usuário navegar e escolher por onde ir dentro do texto, e as hiperligações, também chamadas de conexões ou links, como um elemento que liga dois ou mais hipertextos. 

No portal R7, a hipertextualidade está presente na maioria dos textos publicados no site, permitindo ao usuário escolher o que ler, contextualizar, entender ou agregar a informação passada. Ao clicar no link exposto na matéria, o usuário é encaminhado para outra matéria, site ou explicação de um termo utilizado (Figura 3).

Figura 3: Diferenciados pela cor azul, os links disponíveis nessa matéria publicada no portal R7 encaminham o usuário para a contextualização do ocorrido.

Fonte:<https://entretenimento.r7.com/famosos-e-tv/corpo-de-mc-kevin-e-levado-para-cemiterio-na-zona-norte-de-sp-18052021>, acesso em 18/05/2021

O ciberespaço oferece um ambiente ilimitado para escrever matérias longas, porém os usuários estão cada vez menos interessados em passar muito tempo adquirindo informações, pois recebem um intenso volume de dados pelos meios de comunicação de massa, a todo momento. Os hiperlinks e os hipertextos permitem organizar as informações disponíveis no espaço, e devem ser usadas moderadamente e com o objetivo de oferecer autonomia e conteúdo de qualidade para quem consome, permitindo o acesso a informações que agreguem e facilitem a tarefa dos leitores.

5. Multimedialidade

Salaverría (2014) diz que os seres humanos estão acostumados a receber informação através de múltiplas vias (visão, audição, tato, paladar e olfato), pois não nos limitamos em receber as informações de forma multissensorial. Com o surgimento do rádio, o som, que não era ofertado nos jornais impressos, passou a ser um diferencial significativo, assim como na chegada da televisão, que conseguiu juntar três elementos (som, imagem e texto) para transmitir informação. Na web, surgiu a possibilidade de combinar vários elementos, agregando ainda mais informação aos usuários, em distintos meios. Sobre o tema, o autor observa que 

Compor eficazmente uma mensagem multimédia implica coordenar tipos de linguagem ou formatos que tradicionalmente se manipulavam em separado. De facto, até há bem pouco tempo, a escrita, a linguagem fotográfica, a criação sonora e a narrativa audiovisual seguiram caminhos independentes. Escritores, fotógrafos, músicos e cineastas utilizavam respetivamente a linguagem própria do seu meio e raramente aparecia alguém que, ao estilo de um Leonardo da Vinci do nosso tempo, explorasse todos os tipos de linguagem em simultâneo. (SALAVERRÍA, 2014, p.32)

No entanto, o autor discorre sobre a existência de outros sete elementos fundamentais, além do texto, imagem e som, e que podem estar presentes no conceito de multimédia. Tais como a fotografia, os gráficos e ilustrações, o vídeo, a animação, o discurso oral, a música e efeitos sonoros e a vibração.

Figura 4: Matéria publicada no portal utilizando os elementos texto, gráfico e disponibilizando um áudio.

Fonte:<https://noticias.r7.com/minas-gerais/bh-tem-reducao-simultanea-nos-tres-indicadores-da-covid-19-18052021>, acesso em 18/05/2021

Esses elementos devem estar ligados e serem usados conjuntamente, de acordo com a compatibilidade do ciberespaço, que segundo Lévy (2000, p.104)

Constitui um campo vasto, aberto, ainda parcialmente indeterminado, que não se deve reduzir a um só de seus componentes. Ele tem vocação para interconectar-se e combinar-se com todos os dispositivos de criação, gravação, comunicação e simulação.

Contudo, os ingredientes multimédia devem estar interligados no sentido de evitar competição entre eles e, por outro lado, oferecer um resultado positivo e coordenado (Yaros, 2009), utilizando um processo que coordene esses elementos, como por exemplo, os critérios citados por Salaverría (2014): compatibilidade, complementaridade, ausência de redundância, hierarquização, ponderação e adaptação. Os jornalistas podem aproveitar as funções de multimídia disponíveis na web para produzir textos contendo o máximo de informações resumidas, detalhadas e interessantes aos leitores, pois como cita Mielniczuk (2004, p. 11)

Navegando por webjornais, há alguns anos, tinha-se a impressão de estar lendo o jornal impresso na tela do computador. Hoje, a situação mudou bastante, encontramos muito mais links e recursos de multimídialidade, mas não vemos nada de muito diferente do que já foi visto. A ‘novidade’, por enquanto, é que podemos ler o jornal impresso, assistir ao noticiário de televisão e ouvir o noticiário do rádio, na mesma tela do computador, de maneira quase simultânea.

Dessa forma, o jornalismo na web gerou novas possibilidades para o leitor, desde a combinação de múltiplos formatos comunicativos, fazendo com que portais, como o R7, adotem estratégias para oferecer novos formatos adaptados para explorar as narrativas jornalísticas (Canavilhas, 2014).

6. Interatividade

Como foi discutido acima, a forma de comunicar e transmitir informação mudou com a chegada da internet, que possibilitou uma participação do público, que pode interagir, comentar, participar, escolher, e agregar valor aos conteúdos publicados na web. Rost (2014, p.54) caracteriza a interatividade como um termo relacionado com a evolução da informática, uma vez que 

A interatividade é um conceito ponte entre o meio e os leitores/utilizadores, porque permite abordar esse espaço de relação entre ambas as partes e analisar as diferentes instâncias de seleção, intervenção e participação nos conteúdos do meio. insere-se nessas zonas de contacto entre jornalistas e leitores, que as tecnologias têm alargado e simplificado. 

Rost (2014) separa a interatividade entre seletiva, que está relacionada com a possibilidade de controle que o utilizador tem dentro de um ambiente, e comunicativa, em que os usuários participam do jornalismo através de comentários, contribuições e sugestões. Na interatividade seletiva, as pessoas não interagem com outras pessoas, e sim com ferramentas, não tendo sua participação como uma relevância pública, e sim individual (Figura 5). 

Já na interatividade comunicativa, há interação entre duas ou mais pessoas, que resulta em uma participação de dimensão pública, pois trata-se de comentários (Figura 6), blogues, fóruns, chats e outros, aos quais todo usuário pode ter acesso. Além disso, o R7 utiliza as ferramentas de enquete e transmissões ao vivo no Instagram e no Twitter, que fortalecem o vínculo da interação, pois permitem a participação dos usuários pelos comentários em tempo real.

Figura 5: Pelo aplicativo R7, disponível para dispositivos móveis, o usuário pode salvar as matérias para ler depois, sendo uma forma de interação seletiva.

Fonte: aplicativo R7, acesso em 19/05/2021

Figura 6: Na conta do Instagram do R7, as publicações estão abertas a comentários do público. 

Fonte: <www.instagram.com/portalr7.com>, acesso em 14/05/2021

A interatividade, portanto, gera uma nova proposta para o jornalismo: o jornalismo cidadão ou participativo. Esse termo se refere à participação de um cidadão comum na criação e produção de conteúdos jornalísticos, desde o envio de uma sugestão ou denúncia para um meio de comunicação, como os comentários nas redes sociais digitais, que indiretamente contribuem para uma pesquisa de satisfação e relevância dos assuntos. E é sobre esse tema que Rost se detém ao falar que

O conceito de Jornalismo Cidadão” é muito mais controverso porque adjudica diretamente a atividade jornalística a pessoas não profissionais. Refere-se a um tipo de participação mais específica na qual os utilizadores reconhecem e enviam uma notícia original à redação e, em alguns casos, publicam-na diretamente. Contudo, este termo despertou muitas críticas porque, ao combinar ambas as palavras, é lhe atribuída uma sistematicidade e um método para colaborações de utilizadores que se caracterizam por serem mais ocasionais, sem aferição de fontes e de realização simples. (ROST, 2014, p.71)

Entretanto, esse tipo de participação não substitui um jornalista, que exerce um trabalho jornalístico profissional, mas permite ampliar o espectro de possibilidades tanto em nível de seleção como de comunicação, melhorando a qualidade dos conteúdos disponibilizados pelos leitores. Assim, os cidadãos contribuem para o fluxo informacional e expandem a natureza participativa das notícias do ciberespaço (PAVLIK, ROST, 2014).

7. Instantaneidade

“A velocidade foi sempre algo intrínseco ao jornalismo – a notícia é, afinal, algo novo para alguém – e isto significa ser o primeiro a contar o fato ocorrido à audiência” afirma Bradshaw (2014, p.111). O que indica que os meios de comunicação sempre estão almejando passar uma informação o mais rápido possível à população, desde o impresso, rádio e TV. Essa corrida pela divulgação de um fato com exclusividade foi ampliada com o advento da internet, que possibilitou a divulgação rápida e até em tempo real.

O portal R7 está 24 horas por dia atualizando as notícias aos usuários, seja no site, nas redes sociais digitais e no aplicativo, que disponibilizam a opção de receber uma notificação após alguma publicação do veículo (Figura 7).

Figura 7: Notificações do Twitter do R7 chegando em um dispositivo móvel.

Fonte: <twitter.com/portalr7.com>

Com isso, as pessoas estão recebendo constantemente informação a todo momento. “Definitivamente afetado pela vantagem competitiva sobre o consumo, o ritmo do nosso consumo de notícias tem se tornado tão regular que mal temos consciência disso”, cita Bradshaw (2014, p.112). Sobre audiência, o autor (2014, p.28) ainda observa que está

perifericamente consciente da informação na medida em que esta flui, Agarrando-a no exato momento em que é relevante, valiosa, divertida ou perspicaz. Para estar vivendo com, em e em volta da informação. a maior parte desta informação é informação social, mas algo desta é informação de entretenimento ou notícia ou informação produtiva.

Nesse contexto, qualquer usuário que tem acesso à internet, e principalmente, que tem um dispositivo móvel, pode estar atualizado de diversas informações. Uma pesquisa realizada pela The Associated Press, citada pelo autor (2014, p.114), apresenta um indivíduo que assiste um noticiário na TV pela manhã, ouve rádio na ida ao trabalho, obtêm informações por meio das redes sociais, e verifica o e-mail a cada hora, fortalecendo a ideia de que as pessoas estão conectadas com as informações dos meios de comunicação a todo momento. 

Em menos de 15 minutos, no dia 19/05/2021, observando para efeito desta análise, a conta do Twitter do R7 (@portalr7.com) publicou cinco notícias (Figura 7). No Instagram, o portal cria postagens diárias sobre os principais acontecimentos do momento, e disponibiliza um IGTV com algumas edições do JR (Jornal da Record), que também pode ser visto no YouTube (youtube.com/r7.com). 

No Twitter, além de fazer transmissões ao vivo regularmente, o portal divulga publicações que encaminham o usuário para o site, no caso do interesse da contextualização, pois nessa rede social digital só são permitidos 150 caracteres. O site do portal também está disponibilizando uma atualização 24 horas da vacinação contra a Covid-19 (Figura 8), consolidando ainda mais a instantaneidade das notícias.

Figura 8: O portal disponibiliza uma contagem 24 horas da vacinação contra a Covid-19.

Fonte: <https://noticias.r7.com/saude/coronavirus/mapa-da-vacinacao/#br>, acesso em 19/05/2021

Dessa forma, o uso da técnica de instantaneidade fez com que a velocidade se tornasse cada vez mais importante nos meios digitais, alterando a forma de consumir notícias, uma vez que antes era preciso esperar horas ou dias para obter informação, e atualmente o jornalismo caminha para a instantaneidade das notícias.

8. Ubiquidade

Para Pavlik (2014, p.160), “a ubiquidade significa ser encontrado em todo lugar”, e no contexto da mídia, implica que “qualquer um, em qualquer lugar, tem acesso potencial a uma rede de comunicação interativa em tempo real”. Entretanto, desde a explosão da internet, na década de 1990, os computadores, aparelhos móveis e internet banda larga foram barateados, ocasionando o crescimento de pessoas conectadas. Um relatório produzido pelo We Are Social e Hootsuite em janeiro de 2021, indica que existam 4,66 bilhões de usuários conectados na rede, e em um ano, esse número cresceu 7,8%. Portando, mais da metade da população tem acesso à internet, e está sujeita a consumir todo tipo de informação, confirmando o potencial dessa rede de comunicação em massa. De acordo com McLuhan (1964 apud PAVLIK, 2014, p.164), o jornalismo 

tem oportunidade de se juntar a esta aldeia global de forma significativa. Notícias acontecem em toda a parte. No entanto, na era da mídia analógica, parecia ser impossível e certamente impraticável para os jornalistas ou para as organizações de mídia estarem em todo e o lugar o tempo todo para cobrir os acontecimentos. Na era digital, esta situação está mudando. Com a banda larga ubíqua, especialmente com a tecnologia wireless, a conectividade móvel está redefinindo os preceitos básicos do jornalismo e da mídia.

Pavlik (2014) também aponta quatro consequências da ubiquidade no jornalismo: a emergência do jornalismo cidadão, um conteúdo geolocalizado e narrativa imersiva, o jornalismo baseado em dados e o declínio da privacidade. 

Seguindo essa característica do webjornalismo, o R7 utiliza ferramentas que envolvem o público na criação e transmissão da informação (Figura 9), estando presentes na maioria das plataformas digitais usando essa ferramenta. O cidadão comum tem a possibilidade de agregar e participar das notícias, contribuindo com as fontes noticiosas e o fluxo das informações (Pavlik, 2014, p.181).

Figura 9: Usuários podem enviar sugestões de notícia através do portal R7.

Fonte:<https://recordtv.r7.com/balanco-geral/quadros/mande-sua-sugestao-ou-denuncia-para-o-balanco-geral-27052019>, acesso em 18/05/2021

Diante disso, a internet e os aparelhos móveis se tornam fundamentais em um contexto em que a velocidade, citada acima, e o engajamento dos cidadãos fazem parte de uma nova estrutura de coleta e distribuição das notícias. O fluxo contínuo de informações em tempo real é uma das características da atualidade, que está evoluindo com o passar dos anos.

9. Considerações Finais

Nesse artigo, foram reunidos pontos de vista de autores que participaram do livro “Webjornalismo: sete características que marcam a diferença”, organizado por João Canavilhas (2014) sobre o jornalismo na web e suas características fundamentais. O objetivo foi entender como acontece a produção e divulgação da notícia, analisando o portal R7 de notícias, e explorando a forma com que utiliza ferramentas para adaptar-se ao meio digital. Diante disso, o portal analisado utiliza todas as sete técnicas de produção jornalística, e molda seu conteúdo com base nas tendências de produção na internet, possibilitando uma melhor participação, compreensão e leitura das informações para o usuário.

10. Referências bibliográficas

BRADSHAW, Paul. Instantaneidade: efeito da rede, jornalistas mobile, consumidores ligados e o impacto no consumo, produção e distribuição. In: CANAVILHAS, João. (org.). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014, p. 111-135.

CANAVILHAS, João. Hipertextualidade: novas arquiteturas noticiosas. In: CANAVILHAS, João. (org.). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014, p. 3-24.

FELITTI, Guilherme. R7, portal de notícias da Rede Record, estreia em 27 de setembro. IDG Now. Publicado em 14 de setembro de 2009. Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/09/14/r7-portal-de-noticias-da-rede-record-estreia-em-27-de-setembro/> Acesso em 30 de março de 2012.

LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva: por uma Antropologia do Ciberespaço. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

LORENZ, Mirko. Personalização: análise aos 6 graus. In: CANAVILHAS, João. (org.). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014, p. 137-158.

MCLUHAN (2003) [1964]. Understanding Media. Corte madera, Ca: gingko press.

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PALACIOS, Marcos. Memória: jornalismo, memória e história na era digital. In: CANAVILHAS, João. (org.). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014, p. 89-110.

PAVLIK, John V. Ubiquidade: o 7 princípios do jornalismo na era digital. In: CANAVILHAS, João. (org.). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014, p. 159 – 183.

R7, Redação. Jornal americano New York Times elogia cobertura do R7. Publicado em 02 de outubro de 2009a. Disponível em:  <http://esportes.r7.com/esportes-olimpicos/noticias/jornal-americano-new-york-times-elogia-cobertura-do-r7-20091002.html>Acesso em 30 de março de 2012.

R7, Redação. R7 recebe prêmio top empreendedor 2009. Publicado em 05 de dezembro de 2009b. Disponível em: <http://noticias.r7.com/economia/noticias/r7-recebe-premio-top-empreendedor-2009-20091205.html>Acesso em 30 de março de 2012.

ROST, Alejandro. Interatividade: definições, estudos e tendências. In: CANAVILHAS, João. (org.). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014, p. 53-88.

SALAVERRÍA, Ramón. Multimedialidade: informar para cinco sentidos. In: CANAVILHAS, João. (org.). Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014, p. 25-51.

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