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Análise da Revista Galileu no contexto do Webjornalismo

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Artigos, Texto, Uni7 Informa

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Paulo André de Alencar Sales

Centro Universitário 7 de Setembro

Sumário: 1. Introdução. 2. Transformação da revista. 3. Produto interativo. 4. Hipertextualidade. 5. Ubiquidade. 6. Memória. 7. Instantaneidade. 8. Personalização. 9. Multimidialidade. 10. Considerações finais. 11. Referências bibliográficas.

Resumo: Este artigo foi produzido no contexto da disciplina de Webjornalismo do curso de Jornalismo do Centro Universitário 7 de Setembro, e tem por objetivo fazer uma análise da Revista Galileu na internet, utilizando-se do conhecimento sobre produção de conteúdo para a web, identificando a adaptação e as mudanças sofridas pelo veículo de comunicação para o meio digital. Além disso, o artigo analisa a presença das principais características do Webjornalismo na Galileu, a partir do livro Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença, organizado por Canavilhas (2014) e que conta com a participação de outros autores. 

Palavras-Chave: Webjornalismo; Galileu; Web; Revista

1 Introdução

Em 1991, com o objetivo de aumentar seu mercado editorial, a Editora Globo lançou a Revista Galileu com o foco na cobertura de assuntos cotidianos relacionados com a ciência e tecnologia. No dia 19 de novembro de 2019, o Grupo Globo demitiu 30 jornalistas que integravam a equipe de redação da revista e encerrou a versão impressa. 

A partir dessa mudança, o artigo irá analisar os aspectos que contribuem para adaptação da revista ao meio digital como: interatividade, hipertextualidade, ubiquidade, memória, instantaneidade, personalização e multimidialidade, vistos por Canavilhas (2014) como características fundamentais. 

2 Transformação da Revista

A transição da revista é um sinal de que os meios de comunicação de massa, de maneira geral, entraram para a internet a fim de sanar, por meio dela, uma  demanda comercial e ampliar seus lucros (LÉVY, 1999). A Galileu tinha, em 2011, uma média de 160 mil exemplares vendidos e era editada mensalmente. Quando houve a migração para a internet, onde ela passou a distribuir seu conteúdo, a revista passou a publicar diariamente para um público de cerca de 1 milhão de usuários em duas redes digitais: Twitter e Instagram

Essa mudança na produção acontece pelo anseio da empresa em expandir a divulgação de suas notícias mais rapidamente, segundo previsto por Erbolato (1995, p.17): “[…] a própria imprensa muito se beneficiou com o progresso, principalmente no campo da eletrônica, o que lhe permite divulgar informações mais amplas e rápidas”.  

Essa transformação, porém, se deu tanto no sentido comercial da revista como no sentido do conteúdo da própria. Além das notícias, a Galileu publica curiosidades e colunas sobre jogos de videogames e cinema, por exemplo.  

Apesar disso, em conformidade com Erbolato (1995), as notícias continuam a ser a matéria-prima do jornalismo e da revista, pois é a partir da interpretação e publicação delas por um jornal ou uma revista, que há um fluxo de informações em uma sociedade contemporânea.

Erbolato (1995, p. 51) afirma ainda que “as notícias são comunicações sobre fatos novos que surgem na luta pela existência do indivíduo e da própria sociedade”. Para Flores e Silveira (2011), o homem contemporâneo tem a necessidade de se relacionar com conteúdos do mundo da ciência e, por isso, as observações dos autores levadas para a análise da revista indicam que Galileu obteve êxito ao desempenhar essa função. 

Então, a urgência da sociedade em conhecer sobre ciência no cotidiano. dentro das realidades por ela vivenciadas, dá a revista Galileu uma oportunidade de expandir seu conteúdo dentro do ciberespaço, apesar das mudanças propostas por esse local.

3 Produto Interativo 

Uma das principais características para uma empresa de comunicação ganhar o ciberespaço é a interatividade, segundo o pensamento de Rost (2006, apud, Canavilhas, 2014, p. 54):  “a interatividade é uma das caraterísticas essenciais da comunicação na Web. Cada vez que se analisa a linguagem da internet, apela-se à ideia da interatividade como um dos seus pilares”.

Ainda conforme Rost (2006), a interatividade dentro da web é o meio em que os usuários podem se relacionar com a conteúdo, participando com feedback, sugestões e também na participação do conteúdo do meio.

Na revista Galileu, os utilizadores participam do conteúdo de forma direta por meio das redes sociais digitais, principalmente pelo Instagram (Figura 1), classificando assim a interatividade do veículo como comunicativa (ROST, 2006), na qual há participação na produção de conteúdo da empresa.

Figura 1Print Screen da caixa de comentários de uma publicação do Instagram

Fonte: Página do Instagram da Revista Galileu

A forma com que os usuários interagem com o conteúdo é prevista pelo conceito de cibercultura de LÉVY (1999), na qual há o desenvolvimento conjunto entre a prática dentro do meio virtual e o crescimento do ciberespaço. 

Porém, apenas uma parcela do conteúdo da revista se encontra nas redes digitais. O acesso a todo o material da Galileu se dá por meio de assinatura paga (Figura 2), limitando assim o espaço de interação do veículo apenas ao Twitter

Figura 2 –  Print Screen do site da Revista Galileu

Fonte – Reprodução do site da Revista Galileu

O poder que os meios de comunicação têm são as informações e a capacidade de produzir conteúdo, de acordo com o que traz Rost (2006, apud Canavilhas, 2014, p. 55): “a interatividade implica uma certa transferência de poder do meio para os seus leitores.”

4 Hipertextualidade

Desde os primórdios do jornalismo, a escrita faz parte da profissão. No webjornalismo, o texto é o formato de conteúdo mais utilizado pelos meios de comunicação, e isso é explicado por fatores de ordem histórica, técnica e econômica de acordo com Canavilhas (2014).

No caso da Revista Galileu, quando ainda era publicada a versão impressa, o texto corrido predominava. Quando houve a migração para o meio digital, a revista adotou o formato de hipertextos. Segundo Salaverría (2005, p. 30) um hipertexto é a “capacidade de ligar textos digitais entre si”.

Nielsen (1995), por sua vez, utiliza a definição de que os hipertextos têm dentro deles a capacidade de ligar dois nós informativos, sendo um denominado de nó âncora e outro de nó de destino.

A Galileu utiliza desse recurso usando links compactados em palavras chaves pintadas, na maioria das vezes, de azul (Figura 3). 

Figura 3 Print Screen do site da Revista Galileu

Fonte – Reprodução do site da Revista Galileu

O hipertexto não é sequencial, ou seja, o ritmo de leitura não é linear. Ao mesmo tempo que o leitor lê o texto principal, ele pode abrir várias abas do seu navegador e acompanhar outras notícias sobre a reportagem principal, segundo Nielsen (1995). 

Segundo Canavilhas (2014, p. 7): “a leitura dinâmica gerada pela circulação do leitor entre blocos informativos aprofunda essa dificuldade, o que obriga o jornalista a produzir blocos com sentido”. Portanto, a revista Galileu teve que se reinventar em relação à forma como organizava seus textos. Se antes o material impresso exigia do jornalista a apuração, escrita e edição, por exemplo, neste novo meio, é extremamente necessário o uso da memória para a criação dos hipertextos. 

Apesar das mudanças, Canavilhas (2014) afirma que o uso da pirâmide invertida continua sendo uma técnica fundamental para a hierarquização das informações. Responder às perguntas (o quê, quem, onde, como, quando e por quê) ainda é tarefa de todo meio de comunicação. No caso da revista Galileu, nem sempre se utiliza o esquema da pirâmide invertida logo no início do texto. Por se tratar de uma revista sobre ciência, o veículo, por vezes, opta por fazer uma reportagem iniciando pela contextualização do assunto, para depois adentrar na pirâmide invertida. Nessa contextualização, a revista usa diversos links para direcionar o leitor a outros assuntos relacionados com a reportagem principal.

Além dos links, o hipertexto também é caracterizado por outros signos, como imagens, animações, sons (LÉVY, 1999). Segundo esse raciocínio, os hipertextos, por si só, dão ao autor a liberdade de configurar a sua escrita com mais liberdade e criatividade.  

5 Ubiquidade 

No quesito ubiquidade, apresentado por Pavlik (2014), no qual o significado é estar disponível em todos os locais possíveis, a revista corresponde bem, pois, é possível acompanhar a Galileu, em todas as principais redes digitais das mais diversas formas, como no smartphone ou no computador. 

Pavlik (2014, p.160) afirma que: “no contexto da mídia, ubiquidade implica que qualquer um, em qualquer lugar, tem acesso potencial  a uma rede de comunicação interativa em tempo real”. Isso se concretiza nos veículos de comunicação como a Galileu, porque há possibilidade de acompanhar suas informações e interagir independentemente do local.

Por isso, a ubiquidade é uma oportunidade única para qualquer meio de comunicação alcançar seu público em diferentes partes do mundo.  Isso acontece devido à expansão da internet e ao desenvolvimento da própria.  Outro fator determinante para o aumento da ubiquidade do jornalismo é a criação e a disseminação das redes digitais; nelas, é possível acompanhar as informações de qualquer jornal do mundo em tempo real (PAVLIK, 2014).  

Conforme ainda com o que foi contextualizado por Pavlik, (2014. p. 160): “numa era de reportagens em tempo real e mídia ubíqua, é provável que este movimento somente ocorra se a mídia assumir um papel ativo e afirmativo para colocá-lo em prática”. Então, só há ubiquidade se a mídia estiver ativa nos meios em que ela propõe divulgar seu conteúdo. 

A revista Galileu, por sua vez, possui 426 mil usuários no Instagram e 734,7 mil usuários no Twitter, duas redes digitais disponíveis para qualquer aparelho que tenha acesso à internet. Nelas, há publicação de conteúdo diário. Além da publicação de conteúdo, os usuários tendem a compartilhar as matérias da Galileu em seus perfis pessoais, aumentando assim o alcance da revista. 

Levy (1999, p. 151) acredita “na ubiquidade do virtual no seio das redes que o transportam. Em suma, a universalidade vem do fato de que nos banhamos todos no mesmo rio de informações, e a perda da totalidade, da enchente diluviana”. Então, quanto mais informações um meio publica na internet, mais ubíquo ele será.

6 Memória 

Para uma revista que escreve sobre ciência, a construção de uma boa memória é fundamental. Ter um banco de dados com arquivos científicos e notícias sobre atualizações tecnológicas, por exemplo, dá aos jornalistas mais segurança de informação para a produção de um novo conteúdo. 

Palácios (2014, p. 89) afirma que “nossa memória tornou-se artificial quando um de nossos ancestrais, em um distante passado Neolítico, riscou uma pedra, gostou do que viu e riscou outras”. Portanto, a criação da memória no meio jornalístico é o que dá base para fazer projeções sobre determinado assunto.

Por isso, ao longo da história da humanidade se criaram os “lugares de memória” para manter, quebrar e desenvolver ações.  Conforme indica Palácios (2014), nenhuma memória é espontânea, mas sim, experiências vividas pela sociedade que ficaram registradas na história para serem interpretadas para um fim útil no futuro. 

A revista Galileu se utiliza da sua própria memória (banco de dados) para construir os textos de suas matérias ou até publicar matérias antigas mas que ainda sejam de interesse público (Figura 4).

Figura 4 Print Screen do Twitter da Revista Galileu

Fonte – Reprodução do Twitter da Revista Galileu

Na imagem acima, a hashtag #ValePenaLerDeNovo remete a uma publicação não recente da revista, mas que ainda é de interesse para a sociedade. Por conseguinte, a memória da revista é usada para a produção de conteúdo. 

Consequentemente, como a memória é, por natureza, múltipla, coletiva, plural e individualizada, tantos passados relatados haverá quantos forem os  relatos registrados: convergentes, conflitantes, contraditórios, a despeito de toda  e qualquer pretensão de objetividade e imparcialidade das deontologias que caracterizam o jornalismo da Modernidade (PALÁCIOS, 2014, p. 91).

A memória, no entanto, pode ser utilizada como recurso narrativo, uma vez que por ela são criadas as pautas para um noticiário, e através dela  as notícias ganham mais profundidade.  É possível observar que  a Galileu se utiliza da memória para datas comemorativas (aniversário de um cientista renomado ou de uma personalidade, aniversário de uma grande descoberta científica, entre outras) ou para resgatar assuntos que ainda estejam presentes no cotidiano.

Dois exemplos disso são duas reportagens lançadas na mesma semana: uma sobre o nascimento de Malcom X e outra sobre a história da vacina. A primeira reflete a importância de ter memória sobre personalidades que ajudaram a construir o mundo atual. Já a segunda mostra a importância de trazer à tona uma história antiga para o entendimento melhor da sociedade.

Por fim, a memória construída ajudou a revista a dar uma nova interpretação para a sociedade para assuntos que já passaram. Mas, além disso, a Galileu construiu  uma nova memória sobre esses dois temas para ela, para seus leitores e para um universo de outros meios de comunicação que a podem utilizar para suas produções.

7 Instantaneidade

Segundo Bradshaw (2014), com o advento das redes sociais e das mídias digitais, a produção de notícias se tornou mais dinâmica. Contudo, segundo esse pensamento, a velocidade e o jornalismo sempre estiveram interligados, pois a notícia nunca deixou de ser uma novidade.

A dinamicidade também está presente na revista Galileu. Se antes os assinantes tinham que esperar um mês para a revista ser editada e lançada, com as mudanças citadas anteriormente, esses passaram a ter o conteúdo diariamente. 

A função stories do Instagram é um dos grandes impulsionadores da instantaneidade dos veículos de comunicação. Essa ferramenta permite que o usuário possa gravar vídeos, que ficam disponíveis por um dia, de até 15 segundos. Com isso, a Galileu divulga conteúdo na plataforma conforme é publicado.

Na medida em que as empresas jornalísticas têm competido em termos de velocidade, estas elegeram as novas tecnologias como suporte para lhe darem vantagem, desde o uso do telégrafo para distribuição  de notícias, passando pela editoração eletrônica (desktop publishing), até a adoção da tecnologia via satélite pelas emissoras (broadcasters) (BRADSHAW, 2014, p. 111). 

As vantagens que Galileu pode exercer sobre outros meios se dá por intermédio do uso da tecnologia ao seu favor. Chatbots e inteligência artificial já são algumas das ferramentas utilizadas por empresas para ganhar vantagem sobre seus concorrentes, pois as duas facilitam o serviço automatizado e a instantaneidade. 

Porém, a questão da novidade e da rapidez se tornam relativas quando uma notícia é considerada nova para uma revista especializada como a Galileu, e posteriormente ela se tornará nova para os usuários de outros veículos. Apesar da internet acelerar a expansão da globalização, o mundo virtual ainda é fragmentado, pois nem todos os usuários têm acesso a todas as informações todo o tempo.  

Portanto, a forma como os leitores de revistas e jornais consomem o conteúdo sofreu drásticas mudanças. A novidade não é mais tão importante, mas a forma como o conteúdo é organizado e distribuído sim.

A Galileu tem um ritmo de publicação para cada espaço em que está inserida. Para o site (exclusivo para cadastrados e assinantes), o conteúdo é mais denso e dinâmico. No Instagram, o conteúdo é mais simples e lento. A revista se utiliza da memória para resgatar material antigo para que seus leitores também tenham acesso.  O Twitter, por sua vez, acompanha o ritmo do site, compartilhando os links das matérias na página. 

8 Personalização

A personalização no webjornalismo desafia as concepções tradicionais, geralmente vindas da forma de fazer o jornalismo impresso. Dentro desse quesito, tudo pode ser mutável, do título ao fecho. Por isso, é importante que os veículos de comunicação se atentem para estarem sempre em renovação da maneira de fazer notícia (LORENZ, 2014).

Uma das mudanças apontadas por Lorenz (2014, p. 138) é que  “o produto notícia iria transformar-se em algo mais parecido com um livro − um conjunto de informações, talvez sobre um só tema ou sobre um interesse particular do utilizador”.

A revista Galileu vem utilizando desta nova  forma de fazer jornalismo, com textos que não seguem tanto as regras do jornalismo tradicional, mas que se adequam conforme a necessidade do tema. De acordo com o Dicionário Collins (1991), “a personalização é fazer (algo) de acordo com as necessidades individuais dos clientes.” o que é complementado por Lorenz ao afirmar que 

Os produtores têm-se esquecido que o processo de impressão de jornais,  revistas e livros é um processo industrial. Durante muito tempo não houve mudanças fundamentais. A impressão tornou-se mais rápida, mais barata, colorida, mas o modelo-chave não mudou durante este longo período. A uniformização, o mesmo produto para todos os clientes, continua no centro deste processo (LORENZ, 2014, p. 140).

Na web, a personalização é utilizada para atrair o leitor. Porém, em conformidade com Lorenz (2014), a qualidade do conteúdo dos produtores não deve cair por esta razão. Apesar de abordar ciência e tecnologia na maioria das notícias públicas, a Galileu também personaliza seu conteúdo a fim de buscar um novo público (Figura 5).

Figura 5 – Print Screen do Instagram da Revista Galileu

Fonte – Reprodução da página do Instagram da Revista Galileu

Um dos quesitos da personalização é a resposta do veículo, que é capacidade de se adaptar a novos ecrãs, ou seja, um site que seja visualmente agradável para celulares, computadores e tablets (LORENZ, 2014). A revista conta com essa capacidade de responder a todas essas formas de publicação.

Além disso, o site da revista sofre constantes atualizações durante o dia,  com  a possibilidade de o leitor deixar um comentário final, correspondendo assim às ideias de “resposta”, “alteração com base no horário do dia” e “interação significativa” de Lenz (2014).

Os humanos são bons a agir rapidamente, detectando mudanças que estão à vista de todos. Mas quando temos de decidir sobre algo que não vemos, entramos no território da dificuldade. Quando não conseguimos ver os efeitos da uma mudança ao longo do tempo, estamos geralmente a perder uma boa decisão. (LENZ, 2014).

Quanto mais simples o utilizador deixar a sua página para escolhas, melhor será. O site da Galileu tem um layout bem objetivo, com informações fáceis de serem encontradas para que o leitor possa escolher o caminho para o qual ele quer ir. Oferece também mudanças constantes na forma como apresenta os dados e os números. Por fim, o site está em constantes mudanças e adaptações.

9 Multimidialidade  

A multimidialidade é um conceito apresentado por Salaverría (2014) como não só sendo cruzamento entre textos, sons e imagens, mas sim como a capacidade de informar por meio dos cinco sentidos.  Salaverría (2014, p.26) ainda vai afirmar que “para os seres humanos, assim como para a maior parte dos seres vivos, o normal é receber a informação através de múltiplas vias”. Porém, quando esse conceito é trazido para web, os únicos dois sentidos possíveis são: audição e visão, limitando-se a apenas textos, vídeos, áudios e imagens. 

Dentro da estrutura textual da revista Galileu, por exemplo, não há presença de vídeos, mas apenas de texto e imagem. O que há de vídeos dentro da revista são os web stories, em que são contadas algumas histórias em formato de animação, junto a textos e imagens.

Mesmo assim, o veículo de comunicação consegue cumprir um aspecto da multimidialidade: a multimédia como combinação de textos e imagens. Em outros aspectos, como multimédia como multiplataforma e multimédia como polivalência, a revista os cumpre pela metade.

Por exemplo, os jornalistas da revista Galileu produzem o mesmo tipo de conteúdo (ciência e tecnologia), não cumprindo assim o quesito da polivalência por causa da sua temática. A revista também cumpre totalmente o quesito da multiplataforma, produzindo conteúdo escrito para o site e as redes digitais.

10 Considerações finais 

A análise da Revista Galileu possibilitou a compreensão de que o meio ainda passa por um processo de adaptação, visto que houve uma mudança na distribuição e no planejamento do conteúdo por causa da intenção do veículo em se expandir para o meio digital. Apesar disso, a revista consegue ter um longo alcance na web, principalmente nas redes sociais, e manter a credibilidade que a acompanhou durante toda sua trajetória.

A partir da análise, é possível perceber a importância de todos os conceitos citados no texto. Eles não engessam a forma de fazer o jornalismo na web, mas dão um sentido seguro para o crescimento de qualquer meio de comunicação dentro desse espaço virtual que se torna novo todos os dias.  

11 Referências bibliográficas

CANAVILHAS, João. Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença. Covilhã: UBI, LabCom, Livros LabCom, 2014.

ERBOLATO, Mário. Técnicas de Codificação em Jornalismo. São Paulo: Editora Ática, 2002.

FLORES, Natália; MACHADO DA SILVEIRA, Ada Cristina. Entre Memória e Promessa: A Identidade de Ciência na Revista Galileu. Linguagem em (Dis)cuso. Universidade do Sul de Santa Catarina. Vol.11 no.2 Tubarão maio/ago. 2011.

LÉVY, Pierry. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

Portal da Revista Galileu disponível em: https://revistagalileu.globo.com/

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