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MORADORES DE RUA: Disputa por espaço gera atritos na área central da cidade

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Segundo levantamento da Prefeitura de Fortaleza, em junho de 2015, 1.718 pessoas viviam em situação de rua

A movimentação de pessoas na Praça do Ferreira tem se intensificado gradativamente. Não apenas por ser ponto central de Fortaleza. É crescente, na verdade, a presença de moradores em situação de rua, além de comerciantes e pessoas que transitam pelo centro. Quem passa pelo local observa o aglomerado que se cria na praça, de pessoas que não tendo onde morar acomodam-se no entorno do comércio do mais conhecido logradouro da cidade e lá passam o dia e a noite.

A Prefeitura de Fortaleza, em levantamento de 2015, acerca da situação dos moradores em situação de rua na cidade, apontou que regiões como o Centro e a Avenida Beira Mar são os locais onde há o maior registro de moradores nessas situações. A finalidade da pesquisa foi conhecer o perfil dos desabrigados, a fim de oferecer a eles o suporte adequado.

Há três anos morando na rua, Daiane Célia 21, afirma que saiu de casa quando se viu rejeitada pelos pais, por ter engravidado ainda jovem. Mora com ela a irmã, Natália 22, mãe de três filhos, que há um ano está na rua. Para as moradoras não há perspectiva de voltar para casa ou de conseguir um emprego, por exemplo. “Se não há emprego para quem tem estudo e vive bem, para quem mora a rua, não adianta nem procurar”, concluiu Natália.

Moradores em situação de rua dividindo espaço com as pessoas e o comercio

Para o vendedor João Paulo, 27, a questão dos moradores em situação de rua é problema da prefeitura. Ele afirma que nunca viu projetos ou movimentos por parte dos órgãos públicos com a finalidade de ressocializar as pessoas. “O maior problema é que elas são excluídas do meio social. São vistas com preconceito até por parte da prefeitura que é quem deveria dar assistência”. Para ele, o problema tende a aumentar uma vez que não haja possibilidades de mudança de vida para tanta gente, seja emprego para ocupá-las ou centros de reabilitação para tirá-las dos vícios nos quais muitos se encontram.

Para as pessoas que transitam pela Praça do Ferreira, a presença dos moradores e o grande número de colchões, papelões, entre objetos e roupas, cria um aspecto de desordem na estética da praça. Para a funcionária pública Renata Moura, os moradores nessas situações vivem em estado de abandono, e, sem apoio da família ou órgãos públicos. Elas ficam sujeitas à sua própria realidade, pontuou Renata, que todos os dias cruza a Praça do Ferreira.

A Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do município informou que a Prefeitura de Fortaleza iniciou este ano o Projeto Novos Caminhos. Ele visa a resgatar pessoas em situação de rua, dos vícios, das drogas e do álcool. A assistente social Priscila Borges, que coordena a ação, afirmou que o projeto recém iniciado “tem trabalhado dia e noite no intuito de dar aos moradores em situação de rua, oportunidades de trabalho, lazer e moradia digna”, ressaltou Priscila.

A presença dos moradores em situação de rua modifica a fisionomia da praça

A realidade dos moradores em situação de rua tem sido tema de discussão em muitos estados brasileiros. É o caso do projeto instalado em 141 cidades do Brasil, que envia kits de hotéis para moradores em situação de rua. O projeto visa a ajudar os moradores nessas situações, com objetos de higiene pessoais e alimentos, como apresenta o link: http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2017/11/projeto-envia-kits-de-higiene-de-hoteis-para-pessoas-em-situacao-de-rua.html

 

Texto e fotos: Fábio Pinheiro (3º semestre – Jornalismo/UNI7)

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