Notícias

AUTÔNOMO: Utilização dos aplicativos móveis como possível saída da crise econômica

Categoria:

Reportagens

0

Atualmente, na Grande Fortaleza, o número de aplicativos de táxi tem aumentado de forma considerável. Com o advento da tecnologia, os clientes se modernizaram e a forma de pedir táxi também mudou

Hoje os passageiros contam com a possibilidade de solicitar, acompanhar a chegada do carro e até pagar por meio de App’s, como Uber, 99 POP, Sinditaxi e Divas For, por exemplo. Ser dono do próprio negócio e fazer seu próprio horário de trabalho são algumas das vantagens proporcionadas pelos aplicativos de transporte particular. É a essa facilidade atrelada à comodidade que Adriano Oliveira, 39, taxista há seis anos atribui a “revolução no sistema de táxi”.

Vicente de Paulo Oliveira, presidente do Sinditaxi (Foto: Arquivo Pessoal)

O App Sinditaxi está no mercado desde julho do ano passado e, para Adriano, veterano na praça, a ferramenta proporcionou o aumento considerável no número de corridas. “Fazemos corridas pelo App e da forma convencional também, mas hoje o maior número de corridas que eu faço é pelo aplicativo. Sem ele acho que eu não conseguiria mais sobreviver na praça.”, revela Adriano. Segundo o presidente do Sinditaxi, Vicente de Paulo Oliveira, 50% dos taxistas estão cadastrados no aplicativo e a média de corridas por dia, pelo App é de 3.100.

Layout do aplicativo Uber, um dos mais usados entre os apps de transporte (Foto: Internet)

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), trimestral, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em Fortaleza a taxa de desocupação atingiu 10,8% da população no terceiro trimestre desse ano. O percentual reduziu em relação ao mesmo trimestre do ano passado (12,8%), mas ainda se mantem dentro dos limites obtidos nos quatro trimestres de 2016.

Uma das formas encontradas pelos fortalezenses para driblar o desemprego é o trabalho autônomo. A pesquisa mais recente acerca dessa temática foi divulgada no último dia 29 pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), com base no ano de 2016, e mostra 27,4% dos trabalhadores da região metropolitana de Fortaleza eram autônomos.

Os aplicativos de transporte particular são uma das opções de trabalho autônomo na Capital cearense, não só ajudam a reconfigurar propostas de taxi já existentes como também possibilitam o aparecimento de novas versões. É o caso do Uber e 99 POP, aplicativos de transporte particular que vem gerando renda entre os fortalezenses, tanto como renda principal como complementar. Os aplicativos têm propostas parecidas, o que os difere, além do layout, são as taxas cobradas aos clientes e aos motoristas.

“Conheço todo tipo de pessoas, faço boas amizades como motorista” – Jander Ramos

A maioria dos motoristas da 99 POP trabalha também para o Uber em paralelo, ou já trabalharam. É o caso de Carlos de França, 36, que já trabalhou com a Uber por um ano e quatro meses, mas hoje é exclusivo 99 POP. Carlos tira a renda principal das corridas que faz pelo App, e confessa que a exclusividade é devido aos incentivos oferecidos aos motoristas 99 Pop, como percentual cobrado por corrida de 20% apenas, por exemplo.

Janden Ramos, 34, que foi motorista da Uber por seis meses, começou com a intenção de obter a renda principal das corridas feitas pelo aplicativo, mas mesmo quando passou a trabalhar em outro ramo, fora do expediente, fazia a renda complementar pela Uber. “O lado bom era a liberdade por não cumprir horário. E apesar de ter que trabalhar muito, eu conhecia todo tipo de pessoas. Fiz boas amizades como motorista,” reconhece ele.

“O lado bom de ser motorista Uber/99 POP é que você faz seu horário” – Eloilson Pereira

Janden afirma que procurou algo fixo após o aumento da gasolina e do considerável crescimento do número de motoristas cadastrados, resultante, segundo ele, da liberação obtida pela Uber em agosto desse ano.

Janden Ramos, 34, trabalha como motorista Uber há seis meses (Foto: Arquivo Pessoal)

Outro fortalezense que viu oportunidade de trabalho nos aplicativos é Eloilson Pereira, 39. Ele trabalha tanto com Uber quanto com 99 POP. Assim como a maioria dos motoristas dos aplicativos de transporte particular, Eloilson tinha os App’s como renda principal. Hoje tem outra renda, mas complementa como motorista. Eloilson alerta: “O lado bom de ser motorista Uber/99 POP é que você faz seu horário, o lado ruim é que quem trabalha só com isso, precisa trabalhar muito. Mas se você conhece bem a cidade e trabalhar de sete da manhã às sete da noite, como eu fazia antes, dá para tirar uma média mensal de R$1.200 por mês”.

AS MULHERES TAXISTAS: EMPODERADAS E EMPREENDEDORAS

O app Divas For surgiu da necessidade de ter um serviço de transporte composto por mulheres. Gerenciamento feminino é também uma solução para casos de assédio envolvendo outros apps (Foto: Divulgação)

A ideia de criar o aplicativo Divas For surgiu quando as amigas Cibele Bezerra e Eveline Carolina trabalhavam como motorista em outro App de táxi. Depois de ouvir por inúmeras vezes, relatos de assedio e ver o alivio das clientes ao serem atendidas por outra mulher, as amigas se uniram e criaram o Divas For, composto exclusivamente por e para mulheres, aceitando homens apenas como acompanhantes.

“E como mulheres de garra que somos, não cruzamos os braços” – Cibele Bezerra

Uma pesquisa divulgada pelo IDT, em 29 de novembro desse ano, aponta que 44,4% é o percentual de mulheres autônomas na região metropolitana de Fortaleza. Já os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, mostram que no último trimestre de 2017, a taxa de desocupação do sexo feminino em Fortaleza foi de 10,2%.

O Divas For está há quatro meses no mercado, com mais de cem motoristas ativas. Dessas, 60% tem o Divas For como atividade principal. Até o fim de desse mês o aplicativo passará por migração para um novo aplicativo personalizado e com mais ferramentas para auxiliar e facilitar o manuseio por parte das usuárias. “Estamos enfrentando uma crise econômica que vem acabando com muitos comerciantes. Nos vimos sem emprego. E como mulheres de garra que somos, não cruzamos os braços,” afirma Cibele.

Texto: Mairla Freitas (7º semestre/Jornalismo-UNI7)

Tags: , , , , , , , , ,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

18 − doze =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.