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Quando desafio e paixão se misturam em um só sentimento

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Entrevistas, Texto

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Em entrevista, Liane Braga conta um pouco sobre o processo de elaboração da monografia

Doçura e inteligência. Esses são apenas alguns dos adjetivos que denotam a postura de Liane Braga. A mais nova jornalista* também é conhecida pela responsabilidade no que se propõe a fazer e, claro, pela sua paixão por animais, principalmente, os cães. E foi sobre o universo deles que Liane se debruçou para dar vida à sua monografia, cujo tema é “O Facebook como ferramenta de suporte para a União Protetora dos Animais Carentes (Upac)**”.

Seu ingresso na faculdade de jornalismo ocorreu no primeiro semestre de 2010. Hoje, aos 24 anos, Liane acumula uma experiência considerável na área, com passagens pelas assessorias da Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce) e da ONG Catavento, pela Agência Fato [extinta agência de notícias da Fa7, que deu vida ao portal Quinto Andar] e pelo jornal O POVO, onde atuou como repórter do núcleo de negócios e na editoria de opinião.

Em entrevista ao Quinto Andar, Liane revela um pouco de como surgiu o tema e os desafios inerentes à pesquisa da monografia, além de dar dicas aos estudantes de outros semestres de comunicação sobre o processo de elaboração do trabalho de conclusão do curso.

Quinto Andar: Liane, fala um pouquinho como foi todo o processo de escolha do tema para o TCC.
Liane Braga: Quando estava no segundo semestre, na cadeira de Comunicação Digital, a Ana Cesaltina (ex-professora da Fa7) dava Cibercultura e ela pediu para a gente fazer um artigo científico sobre um tema. Naquela época, estava conhecendo o Abrigo São Lázaro, estava me envolvendo nessas causas de animais abandonados, animais de rua e peguei o tema para analisar a comunidade no Orkut, que o Orkut, naquela época, era o que “bombava”. Quando fui fazer meu projeto, tinha feito esse trabalho com a Ana e ela tinha dito que poderia ser um TCC. Não tinha pretensão de fazer monografia. Tinha pensado em fazer um produto, mas, com o tempo, acabei optando pela monografia. Só que, nesse ano, não tem o Orkut. Já analisei outra instituição, que é a Upac, uma instituição que ajudo hoje. Analisei o Facebook, essa questão da tecnologia com a sociedade e como uma ação numa rede social virtual pode trazer consequências na vida real. Como o Facebook é importante, que ele é o principal meio de comunicação da instituição, e como uma pessoa agindo, na frente de um computador, pode mudar algo na rua.

Na segunda-feira, 3 de dezembro, Liane apresentou à banca o seu trabalho realizado ao longo de quatro meses (agosto a novembro). (Foto: Reprodução/Facebook)

Na segunda-feira, 3 de dezembro, Liane apresentou à banca o seu trabalho realizado ao longo de quatro meses (agosto a novembro). (Foto: Reprodução/Facebook)

QA: Quais seriam os principais desafios que você apontaria no decorrer desse processo de elaboração da monografia?
Liane: Aponto a leitura. Aqui, na Fa7, – pelo menos eu – a gente não foi muito estimulado à leitura. E, na monografia, a gente tem que fazer dois, três, quantos capítulos forem definidos de referencial teórico. Estudei autores que nunca tinha falado, que é Thompson [sociólogo John B. Thompson], e que são autores da Comunicação mesmo, que era para a gente ter tido mais esse estímulo em entender esses autores, que pensam a Comunicação, um discurso maior sobre comunicação, tecnologia. Foi minha maior dificuldade. Perdi muito tempo lendo, porque não conseguia entender os textos e, como minha orientadora falou, porque ela dava aula na UFC [Universidade Federal do Ceará], e esses mesmos textos que ela passou para mim, ela passava para os alunos de primeiro semestre, e eles discutiam em sala de aula. Senti falta disso aqui. Na cadeira de Teorias, não houve discussão. O professor mandava os alunos falarem, e eles não liam, então, não tinha nada construtivo. Foi o que perdi mais tempo: para entender um texto. Eu lia 11 vezes e não conseguia, aí tinha que procurar artigos sobre o tema para ver se melhorava. E também a questão do tempo, que é impressionante, a gente sempre deixa para última hora. Se fizesse de novo, teria dado mais atenção à questão do tempo.

QA: Como você avalia esse resultado de alguns meses trabalhando em cima dessa pesquisa?
Liane: Aprendi a compreender esses textos. Nos últimos, já estava bem, com uma bagagem metodológica muito maior. É muito legal você conhecer um tema bem para se sentir seguro na hora da apresentação. E, nesse meu trabalho, a gente – como fez uma análise, entrevistas, pesquisas –, definiu para a Upac alternativas de como melhorar essa comunicação. O melhor que achei foi isso: como vou passar todo esse material para eles, se eles aplicarem como a gente prevê – essas estratégias de comunicação –, eles podem conseguir melhores resultados. É bom ver que uma pesquisa pode trazer um resultado maior para a instituição que estudei.

QA: E qual seria a mensagem que você passaria para os outros estudantes, sobretudo aqueles que vão concluir seu curso no próximo semestre, já tendo vivenciado todo esse processo?
Liane: Na elaboração do projeto, assim que você terminar, vá lendo, vá fichando, para que na hora que for fazer sua monografia, – é muita coisa, é muito tema; e se você tiver com outras cadeiras, vai te atrapalhar –, já ir vendo que vai atualizar, porque você não usa muito de cada autor. Então, você já vai separando, vai organizando, para, na hora, estar tudo mais fácil. É pesquisar bastante, não copiar nada. A própria Naiana [professora da Fa7 e orientadora da Liane] disse que tem gente que até hoje, no final do semestre, ainda copia. Tem que ter cuidado. Se vai falar de um autor, cita diretinho. Ler muita monografia para você ver como é a escrita, como é a formatação, que é muito importante também para o trabalho ficar bonito. Fazer muita leitura. O resto é só escrever, não ficar “empurrando com a barriga”. Escreve logo, porque tem que fazer mesmo, então, faz logo.

QA: Do começo do teu curso para cá, qual a visão da Liane pelo jornalismo? O que foi que mudou, o que foi que não mudou, o que é que continua a mesma coisa? Enfim, qual é a visão da Liane durante esses quatro anos de graduação?
Liane: Eu não sabia o que queria fazer. Então, eu vim para o jornalismo meio que para fazer alguma coisa, para realmente fazer alguma coisa. Mas, no decorrer, fui gostando desse negócio de redação, até que fui estagiar em uma empresa e não curti muito. Passei até um tempo, peguei muita experiência, agradeço, mas vi que redação não era para mim. Hoje, me vejo mais em assessoria. Às vezes, a gente entra querendo muito uma coisa e, quando vê, nem é. Acho que você tem que conhecer as áreas, tem que aproveitar todas as oportunidades que a própria Fa7 dá, que são essas monitorias, para você ir se conhecendo. E a questão da bagagem mesmo. A gente aprende bastante.

* Na segunda-feira, 2 de dezembro, Liane apresentou à banca o seu trabalho realizado ao longo de quatro meses (agosto a novembro). O resultado foi bastante positivo, motivo de comemoração da jornalista, de sua família e de todos seus amigos.
**Saiba mais sobre a Upac, a associação analisada e que foi tema da monografia da Liane, acessando o site da instituição: www.upacfortaleza.wordpress.com.

Soriel Leiros
7º semestre

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